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sábado, 12 de outubro de 2013

Supreme Good...








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  O Bem Supremo  


Muito discutiu a antiguidade em torno do supremo bem. O que é o supremo bem? 
Seria o mesmo que perguntar o que é o supremo azul, o supremo acepipe, o supremo andar, o ler supremo, etc. 
Cada um põe a felicidade onde pode, e quanto pode ao seu gosto. 
(...) 
Sumo bem é o bem que vos deleita a ponto de nos polarizar toda a sensibilidade, assim como mal supremo é aquele que vos torna completamente insensível. 
Eis os dois pólos da natureza humana. Esses dois momentos são curtos. Não existem deleites extremos nem extremos tormentos capazes de durar a vida inteira. 
Supremo bem e supremo mal são quimeras.Conhecemos a bela fábula de Crântor, que fez comparecer aos jogos olímpicos a Fortuna, a Volúpia, a Saúde e a Virtude. 
Fortuna: - O sumo bem sou eu, pois comigo tudo se obtém. 
Volúpia: - Meu é o pomo, porquanto não se aspira à riqueza senão para ter-me a mim. 
Saúde: - Sem mim não há volúpia e a riqueza seria inútil. 
Virtude: - Acima da riqueza, da volúpia e da saúde estou eu, que embora com ouro, prazeres e saúde pode haver infelicidade, se não há virtude. 
Teve o pomo a Virtude. 
A fábula é engenhosa, mas não resolve o problema absurdo do supremo bem. Virtude não é bem, senão dever. 
Pertence a um plano superior. Nada tem que ver com as sensações dolorosas ou agradáveis. Com cálculos e gota, sem arrimo, sem amigos, privado do necessário, perseguido, agrilhoado por um tirano voluptuoso aboletado no fausto, o homem virtuoso é infelicíssimo, e o perseguidor insolente que acaricia uma nova amante no seu leito de púrpura, felicíssimo. 
Podeis dizer ser preferível o sábio perseguido ao perseguidor impertinente. Podeis dizer amar a um e detestar o outro. Mas esquece-vos que "le sage dans les fers enrage". 
Se não concordar o sábio, engana-vos: é um charlatão. 


Voltaire
"Dicionário Filosófico"






















































====TITO COLAÇO====
                                                   12.10.2013









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