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terça-feira, 27 de agosto de 2013

Verisimilitude is not TRUE...





   Verisimilitude is not TRUE!!! 
Verisimilitude is not TRUE!!! 
Verisimilitude is not TRUE...














































_Verosimilhança não é Verdade_





Quase sempre as suspeitas nos inquietam; somos sempre o joguete desses boatos de opinião, que tantas vezes põe em fuga um exército, quanto mais um simples indivíduo. 
(...) 
nós rendemo-nos prontamente à opinião. Não fazemos a crítica das razões que nos levam ao temor, não as esquadrinhamos. Perdemos todo o sangue-frio, batemos em retirada, como os soldados expulsos do seu campo à vista da nuvem de poeira que levanta uma tropa a galope, ou tomados de terror colectivo por causa de um boato semeado sem garante. 
Não sei como, mas as falsidades perturbam-nos desde logo. A verdade traz consigo a sua própria medida; tudo quanto se funda sobre uma incerteza, porém, fica entregue à conjectura e às fantasias de um espírito perturbado.
Eis porque, entre as mais diversas formas do medo, não há outra mais desastrosa, mais incoercível que o medo pânico. Nos casos ordinários, a reflexão é falha; nestes, a inteligência está ausente. 
Interroguemos, pois, cuidadosamente a realidade. É verosímil que uma desgraça venha a produzir-se? Verosimilhança não é verdade. Quantos acontecimentos ocorreram sem que os esperassemos! 
Quantos acontecimentos esperados que jamais ocorreram! Mesmo que venham a produzir-se, que é que lucraremos em nos anteciparmos à nossa dor? 
Sofrerás com muito maior presteza quando ela chegar. Enquanto esperas, imagina um futuro melhor. 
Que ganharás com isso? 
Tempo. Muitos incidentes poderão fazer com que o perigo próximo ou iminente se detenha, se dissipe ou caia sobre outra cabeça. 
(...) 
Há casos em que, sem o menor aviso prévio de uma catástrofe, o espírito forja falsas ideias: ou é uma expressão ambígua, que ele só interpreta em sentido desfavorável, ou é a magnitude de uma ofensa cometida que ele exagera, preocupado, aliás, não com a cólera de outrem, mas com o que poderá advir dessa cólera. 



Séneca
"Dos reveses"
























TITO COLAÇO
XXVII_VIII_MMXIII






Verisimilitude is not TRUE...
Verisimilitude is not TRUE...
Verisimilitude is not TRUE...
   Verisimilitude is not TRUE...
Verisimilitude is not TRUE...
Verisimilitude is not TRUE...
  Verisimilitude is not TRUE...
Verisimilitude is not TRUE...
                          Verisimilitude is not TRUE...
Verisimilitude is not TRUE...
                 Verisimilitude is not TRUE...
Verisimilitude is not TRUE...
Verisimilitude is not TRUE...
Verisimilitude is not TRUE...
                                                Verisimilitude is not TRUE...
Verisimilitude is not TRUE...
Verisimilitude is not TRUE...
Verisimilitude is not TRUE...
Verisimilitude is not TRUE...
Verisimilitude is not TRUE...
           Verisimilitude is not TRUE...
        Verisimilitude is not TRUE...
       Verisimilitude is not TRUE...
                                  Verisimilitude is not TRUE...
           Verisimilitude is not TRUE...
                                                                   Verisimilitude is not TRUE...
                 Verisimilitude is not TRUE !!!









Essential like water...














































  A adversidade é essencial  




Porquê espantar-nos que possa ser vantajoso, por vezes mesmo desejável, expor-nos ao fogo, às feridas, à morte, à prisão? 
Para o homem esbanjador a austeridade é um castigo, para o preguiçoso o trabalho equivale a um suplício; ao efeminado toda a labuta causa dó, para o indolente qualquer esforço é uma tortura: pela mesma ordem de ideias toda a actividade de que nos sentimos incapazes se nos afigura dura e intolerável, esquecendo-nos de que para muitos é uma autêntica tortura passar sem vinho ou acordar de madrugada! 
Qualquer destas situações não é difícil por natureza, os homens é que são moles e efeminados! 
Para formar juízos de valor sobre as grandes questões há que ter uma grande alma, pois de outro modo atribuiremos às coisas um defeito que é apenas nosso, tal como objectos perfeitamente direitos nos parecem tortos e partidos ao meio quando os vemos metidos dentro de água. 
O que interessa não é o que vemos, mas o modo como o vemos; e no geral o espírito humano mostra-se cego para a verdade!
Indica-me um jovem ainda incorrupto e de espírito alerta, e ele não hesitará em julgar mais afortunado o homem capaz de suportar todo o peso da adversidade sem dobrar os ombros, o homem capaz de alçar-se acima da fortuna. 
Não é proeza nenhuma manter a calma quando a situação é tranquila; é admirável, pelo contrário, conservar o ânimo quando todos se deixam abater, mantermo-nos em pé quando todos jazem por terra. 
O que há de mal na tortura e em tudo o mais a que damos o nome de «adversidade»? 
Apenas isto, segundo penso: o facto de nos abaixar, abater, humilhar o espírito. Ora nada disto pode suceder ao homem sábio, o qual se mantém vertical seja qual for o peso sobre os seus ombros. A um tal homem, coisa alguma deste mundo pode humilhar; um tal homem a nada do que é inevitável se recusa. O sábio não se lamenta se lhe acontecer algo daquilo a que a condição humana está sujeita. Conhece as próprias forças, sabe que não vergará sob o peso. Com isto eu não estou a colocar o sábio à parte do comum dos homens nem a julgá-lo inacessível à dor como se de um penedo inacessível se tratasse. Apenas recordo que o sábio é composto de duas partes: uma é irracional, e sensível, portanto, às feridas, às chamas, à dor; a outra é racional, dotada de convicções inabaláveis, inacessível ao medo, indomável. É nesta parte que reside o bem supremo para o homem. Enquanto o seu bem próprio ainda está por preencher, o espírito do homem pode resvalar na incerteza, mas desde o momento em que atinge a perfeição adquire para sempre a estabilidade total. 



Séneca
"Cartas a Lucílio"


























Inside the heart of everyone 
There's lies a truth to be revealed, 
Crush the shell with perfect circles, 
It's time to break the ageless dream 

Bring me a man who longs for his freedom, 
Bring him the key that will open the gates to the sky. 

Now they're alive what will you cling to? 
We'll tell tales of elegance. 
Here are the words you have to read them, 
Can't you see that there's no other way? 

Turn away from shame, never look back again. 

Bring me a man who longs for his freedom, 
Is this the answer? 

Do our minds ever open wide? 
when the light has won 
There'll be nowhere left to run. 

Out of the circle I walk alone, 
Drive this fiction from every home, 
If I arrive in this cherished place, 
Time will fall, close to grace, 
Burning effigies. 

One day we'll cry the same tears for our loss, 
Until that day we'll keep this song 
Near to the wrongs of you and I 

Do our minds ever open wide? 
when the light has won 
There'll be nowhere left to run. 

Do our minds ever open wide? 
when the key is found 
There'll be nowhere left to hide.



EUMERIA
"The Key"



























"O passado, não se vislumbra como o futuro, não se "olha" com a nitidez do presente, simplesmente, aguarda no espaço devido, tudo o queremos, e o restante. Rebusque-se, ainda que dormitando, o que acordados não queiramos, ou não se consegue encontrar. Não sepultemos, o que não morreu. Encaremos, como se de um espelho se tratasse."

TC




TITO COLAÇO
27__August_2013