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segunda-feira, 26 de março de 2012

Acelerador de Partículas, do CERN em Genebra até a Medicina e Saúde em Coimbra, Portugal.


Futuros aceleradores de partículas serão para tratar cancro.


Já está em fase de investigação a terapia com feixes de protões.


Alguns aceleradores são usados em terapias de fotões. 

O desafio com que se confrontam os investigadores actuais é produzir feixes de protões capazes de eliminar células cancerígenas de forma mais eficiente do que a radioterapia. A terapia com fotões já é regular em alguns hospitais e segundo o director do Centro Europeu de Física de Partículas (CERN), Rolf-Dieter Heuer, avançou ontem, na Conferência Internacional de Pesquisa em Radiologia Oncológica que decorre durante esta semana em Genebra, a meta dos cientistas é “saber o que a medicina precisa e o que pode ser desenvolvido”.

Durante os últimos anos, os tratamentos contra o cancro que usavam raio X foram substituídos em alguns hospitais por outros que utilizam feixes de protões, o mesmo tipo de partículas usadas nas colisões no Grande Acelerador de Hadrões (LHC) do CERN.

Já Luís Peralta, investigador do Laboratório de Instrumentação e Física Experimental de Partículas (LIP – Lisboa) e anteriormente colaborador do CERN, defendera ao «Ciência Hoje», o papel dos aceleradores com aplicações médicas. Sempre ressalvando: “Não sou médico, sou físico”.


“Alguns destes aceleradores [de menor dimensão] estão em hospitais e são usados em terapias de fotões para tratar tumores”, explicou. Os fotões são divididos de forma a atacar a zona a irradiar e ‘poupa’ os tecidos saudáveis. A terapia de fotões é essencialmente usada em cancro de pele, por “terem uma curva de perda de energia”, ou seja, quanto mais interna estiver a área a tratar, menos radiação recebe, sendo a superfície mais afectada.

Entretanto, já está em fase de investigação a terapia com feixes de protões – ideal para tumores mais internos. Luís Peralta estimou ao «CH», que dentro de um ano, o CERN já estaria a comercializar aceleradores para este tipo de terapia.

Consequências
Os feixes de protões são mais precisos e eficazes do que os raios X, embora tenham inconvenientes, já que ao entrarem no corpo, o percurso da radiação afecta tanto as células cancerígenas quanto as saudáveis.

O CERN está a tentar desenvolver novos tratamentos usando anti-protões para minimizar o efeito da radiação sobre as células não afectadas. Se esses tratamentos forem validados para uso clínico, a primeira aplicação demorará pelo menos uma década, segundo a organização.

O director do CERN é a favor de o CERN trabalhar em investigação fundamental, já que muitas das experiências têm objectivos médicos, apesar de destacar que esse tipo de pesquisa não o transformará “num centro de estudos médicos”.




CiênciaHoje
2012-03-01 
http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=53307&op=all 



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A Ciência ao serviço da Medicina, é o que se deve exigir enquanto cidadão e o mínimo a aceitar enquanto quota parte da evolução na nossa sociedade humana.

Desde a pré-história que o Homem sente uma necessidade natural de busca de conhecimento. Cada vez que mais se descobre, sabe-se que mais fica por descobrir.

Tanto para controlar doenças, mortes, controlar a natureza e até a distância, o Homem sentiu necessidade de “entregar” todo o seu conhecimento às tecnologias. 
Assim cada vez mais nos tornámos seres manipuladores e controladores, de maneira que o poder foi proporcionalmente aumentando. E com o poder muitas responsabilidades vêm “coladas” como se de anexos se tratassem. 

Quanto maior o poder maior será a responsabilidade. Mas muitas vezes essa responsabilidade é deficiente, o que poderá trazer sofrimento ao ser humano (o que à partida parece ser uma contradição, pois a ciência nasce com o propósito de fazer feliz o Homem, sendo o sofrimento algo que se opõe à felicidade).
E a culpa não será do conhecimento, até porque o conhecimento é algo importantíssimo para o Ser-humano, para qualquer vida humana (vistos sermos Seres Racionais). 
O conhecimento é o alimento de qualquer indivíduo que pertença a uma sociedade. E a busca desse conhecimento é fundamental para a satisfação e sacio desta fome da Verdade. 

Deste modo entende-se  a demarcação dos dois lados da ciência como base de qualquer procedimento ou investigação. 
É muito importante conseguir controlar até onde vai e pode ir a ciência e sabe-lo não é tão linear quanto isso. 

A reflexão sobre os nossos valores, inseridos sobre a nossa cultura, faz-nos saber quando parar. Mas essa reflexão tem de ser isenta de interesses, de qualquer género.

Só assim será possível conseguirmos desenvolver e desfrutar de todas as descobertas e capacidades científicas, conservando e salvaguardando os nossos valores, a nossa cultura, os nosso planeta, a nossa dignidade.

O acrónimo CERN provem do francês "Conseil Européen pour la Recherche Nucléaire" (Conselho Europeu para Pesquisa Nuclear) , um organismo provisório instituído em 1952 criado com o apoio da UNESCO, e que tinha por objectivo no fim da segunda guerra mundial "promover a colaboração entre Países Europeus na área da investigação no domínio da Física da Altas Energias (FAE)" . 
Quando em 1954 foi rectificada a convenção pelos 11 países fundadores o Conselho deu origem à Organização mas manteve-se o acrónimo.

Como nessa altura a pesquisa da física fundamental tinha por principal objectivo a compreensão do interior do átomo, o núcleo atómico, isso explica o termo 'nuclear' empregue, mas pela imagem belicosa desta palavra o CERN denomina-se enquanto que laboratório: "Laboratoire européen pour la physique des particules".

Várias vezes o CERN foi a incubadora de grandes avanços técnicos que se tornaram públicos pelo simples facto da organização publicar sempre todos os trabalhos ou descobertas que podem assim aparecerem um dia ou outro no domínio público, como foi o da invenção da World Wide Web. 

Além disso certas experiências e detectores do CERN estão na base de aparelhos que os hospitais usam hoje em dia para detectar o cancro já sem falar nos avanços técnicos necessários e exigidos pelas experiências, técnicas que acabam sempre no domínio público, como aliás todas as descobertas feitas no CERN.

Como Português, fico sempre orgulhoso, ao ver compatriotas, como é habitual, a serem dos melhores, por esse mundo fora, actualmente, existem mais de 140 físicos do nosso país a trabalhar directa ou indirectamente em projectos do CERN. Recorde-se que o Laboratório de Instrumentação e Física Experimental de Partículas (LIP) mantém estreita relação científica com esta organização internacional.
O protocolo de adesão de Portugal no CERN foi assinado em Genebra a 26 de Abril de 1985. A actividade experimental de cientistas portugueses em Física de Partículas concentrou-se essencialmente, ao longo dos últimos 26 anos, no Laboratório de Instrumentação e Física Experimental de Partículas (LIP), criado em 1986 em Lisboa e Coimbra.

Aqui fica um vídeo exemplificativo:  

Acelerador de Partículas, do CERN em Genebra até a Medicina e Saúde em Coimbra, Portugal

TITO COLAÇO
25.03.12

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