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domingo, 5 de abril de 2015

That freedom exists…
































That freedom exists













That freedom exists...








Para descobrirmos o que é o amor, não teremos nós de estar livres da posse, do apego, do ciúme, da cólera, do ódio da ansiedade, do medo? Livres do apego – peguemos nisto agora. Quando estamos apegados, estamos apegados a quê? 
Suponhamos que estamos apegados a uma mesa, o que é que implica esse apego? 
Prazer, sentimento de posse, agrado pela utilidade do objecto, sentimento de que é uma mesa maravilhosa, e assim por diante.
Quando um ser humano está apegado a outro, o que é que acontece? 
Quando alguém está apegado a nós, qual é o sentir do outro?
Nesse apego há sentimento de posse, de domínio, há medo de perder o outro e, portanto, ciúme, e daí aumentar o apego, a possessividade, a ansiedade. Ora, se não houver qualquer apego, quer isso dizer que não há amor, responsabilidade? 
Para a maioria de nós o amor caracteriza-se por um terrível conflito entre seres humanos, tornando a relação uma ansiedade permanente. Conhecemos tudo isso. E a isso chamamos amor. E para fugirmos a essa tensão terrível, a que chamamos amor, buscamos todo o género de entretenimento – desde a televisão à religião. Discutimos e enfiamo-nos nas igrejas, regressamos, e tudo recomeça. É isto que acontece a todo momento.
Poderá o homem ou a mulher libertar-se de tudo isso, ou é impossível? 
Se não é possível, então a nossa existência é um estado de ansiedade constante, o que dá origem a inúmeros tipos de crenças, de atitudes e de acções neuróticas. Será possível libertarmo-nos do apego? 
Isto exige muito de nós. Será o ser humano capaz de ficar livre do apego e, mesmo assim, sentir-se responsável?
Mas estar livre do apego não quer dizer que se cultive o seu oposto, o desapego. É muito importante compreender isto. Quando estamos apegados, conhecemos a dor do apego e da ansiedade, e afirmamos: "Por amor de Deus, tenho de me desapegar de todo este horror!" E assim se inicia a batalha do desapego, acompanhada de conflito. Se estivermos conscientes do que é a palavra e do que é o facto – a palavra apego e a nossa libertação dela, que é o sentir – então observamos esse sentir sem qualquer juízo. E veremos que a partir dessa observação completa acontece um movimento totalmente diferente, o qual não é apego nem desapego.
Será que estamos a observar enquanto estamos a conversar, ou simplesmente estamos a ouvir palavras? 
Apegamo-nos tremendamente a uma casa, a uma crença, a um preconceito, a uma conclusão, a uma pessoa, a um certo ideal. O apego dá uma grande segurança, o que é uma ilusão, não é? 
É uma ilusão estar-se apegado a algo porque esse algo poderá desaparecer. Portanto aquilo a que estamos apegados é a imagem que construímos acerca do que quer que seja. Seremos capazes de nos libertarmos do apego para que haja uma responsabilidade que não seja por dever? 
O que é o amor quando não há apego? 
Se nos apegarmos a uma nacionalidade, estamos a prestar culto ao isolamento que é a nacionalidade, a qual é uma forma de tribalismo glorificado. E o que é que isso provoca? 
Separação, não é verdade? 
Se eu estiver muito apegado à minha nacionalidade como Hindu, e vocês estiverem apegados a países como a Alemanha, França, Itália, Inglaterra, nós estamos separados – e as guerras, com todas as suas complexidades, não param. Ora, se não estivermos apegados a nada, o que acontece?
Haverá aí amor?
O Apego separa. Estou apegado à minha crença, e vocês às vossas e, portanto, há separação. Reparemos bem nas consequências disso, nas suas implicações. Onde há apego há separação e conflito. Onde há conflito não pode haver amor. E que relação se estabelece entre duas pessoas libertas de apego e das implicações deste? 
Será o princípio – estou só a usar a palavra princípio, nada mais – da compaixão, do amor? 
Quando não se tem o sentimento de nacionalidade nem de apego a qualquer género de crença, de conclusão, ou de ideal, então esse ser humano é um ser humano livre, e a sua relação com o outro brota da liberdade, da compaixão, do amor por todos os seres.
Tudo isto faz parte da percepção profunda. Será que devemos analisar, como fizemos até agora, para descobrirmos o que significa estar apegado, com todas as suas implicações, ou podemos observar essa totalidade e depois então analisar? 
É este o modo correcto. Estamos habituados a analisar, parte da nossa educação passa pela análise, e gastamos muito do nosso tempo a analisar. A nossa proposta é completamente diferente disso: primeiro observar, ver a totalidade, e depois analisar. Tudo se torna muito mais simples. Mas se nós analisamos e depois tentamos atingir a totalidade, podemos estar a cair no erro; e é isto que geralmente acontece. Mas para observarmos a totalidade do que quer que seja, isso implica ausência de direcção; e depois a análise torna-se importante, ou não.







Jiddu Krishnamurti

Meditação – a luz dentro de nós”



















I am tired of confiding in myself, of lamenting over myself, of pitying mine own self with tears.
I have just had a kind of scene with T[ia] Rita over F. Coelho. 
At the end of it I felt again one of those symptoms which grow clearer and ever more horrible in me: a moral vertigo. In physical vertigo there is a whirling of the external world about us; in moral vertigo of the interior world. 
I seemed for a moment to lose the sense of the true relations of things, to lose comprehension, to fall into an abyss of mental abeyance. 
It is a horrible sensation, one to strike with inordinate fear. These feelings are becoming common, they seem to pave my way to a new mental life, which shall of course be madness. - In my family there is no comprehension of my mental state - no, none. They laugh at me, sneer ar me, desbelieve me; they say I wish to be extraordinary. They neglect to analyse the wish to be extraordinary. They cannot comprehend that between being and wishing to be extraordinary there is but the difference of consciousness being added to the second. It is the sarne case as that of myself playing with tin soldiers at seven and at 14 years; in one they were things, in the other things and playthings at the sarne time; yet the impulse to play with them remained, and that was the real, fundamental psychical state.


July 25:
I have no one in whom to confide. My family understands nothing. My friends I cannot trouble with these things; I have no really intimate friends, and even were there one intimate, in world's way, yet he were not intimate in the way I understand intimacy. 
I am shy and unwilling to make known my woes. An intimate friend is one of my ideal things, one of my day-dreams yet an intimate friend is a thing I never shall have. No temperament fits me; there is no character in this world which shows a chance of approaching to that I dream in an intimate friend. No more of this. - Mistress or sweetheart I have none; it is another of my ideals and one fraught, into the soul of it, with a real nothingness. It cannot be, as I dream.Alas! poor Alastor! Shelley, how I understand thee! Can I confide in Mother?
Would that I had her here. I cannot confide to her also, but her presence would abate much of my pain. I feel as lonely as a wreck in sea. And I am a wreck indeed. So I confide in myself. In myself?
What confidence is there in these lines? There is none. As I read them over I ache in mind to perceive how pretentious, how literary-diary-like they are! In some I have even made style. Yet I suffer none the less. 
A man may suffer as much in a suit of silks as in a sack or in a tora blanket.
No more.




25-7-1907








Fernando Pessoa

 “Pessoa por conhecer - textos para um novo mapa”
















































After a black day, I play Haydn,
and feel a little warmth in my hands.
The keys are ready. Kind hammers fall.
The sound is spirited, green, and full of silence.
The sound says that freedom exists
and someone pays no tax to Caesar.
I shove my hands in my haydnpockets
and act like a man who is calm about it all.
I raise my haydnflag. The signal is:
“We do not surrender. But want peace.”
The music is a house of glass standing on a slope;
rocks are flying, rocks are rolling.
The rocks roll straight through the house
but every pane of glass is still whole.





                                                                 


Tomas Tranströmer


“Allegro”
                                                          















































Tito Colaço



V _ IV _ MMXV





































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