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domingo, 3 de agosto de 2014

Eu, tu e nós... VI










\  The secret...  \ 
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|       Eu, tu e nós... VI      



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    Aprender a viver    


De um modo geral aceita-se que nenhuma actividade pode ser levada a cabo com sucesso por um indivíduo que esteja preocupado, uma vez que, quando distraída, a mente nada absorve com profundidade, mas rejeita tudo quanto, por assim dizer, a assoberba.
Viver é a actividade menos importante do homem preocupado, no entanto, nada há mais difícil de aprender, por todo o lado, encontram-se muitos instrutores das outras artes: na realidade, algumas destas artes são captadas tão intensamente por simples rapazes que assim as podem ensinar.
Mas aprender a viver exige uma vida inteira e, o que te pode surpreender ainda mais, é necessária uma vida inteira para aprender a morrer.
Tantos dos mais ilustres homens puseram de lado todos os seus embaraços, renunciando a riquezas, negócios e prazeres e tomaram como único alvo até ao fim das suas vidas, saber viver.
Contudo, muitos deles morreram a confessar que ainda nada sabiam, muito menos saberão os outros.
Acredita em mim: é marca de um grande homem, daquele que está acima do erro humano, não permitir que o seu tempo seja esbanjado: ele tem a mais longa vida possível simplesmente porque todo o tempo que tinha disponível o devotou inteiramente a si. 
Nada do seu tempo é desperdiçado ou negligenciado, nada do seu tempo fica sob controlo de outrem, ao ser um guardião extremamente zeloso do seu tempo, nunca encontrou nada que merecesse a troca. 
Assim, ele tem tempo suficiente, mas aqueles em cujas vidas o público faz grandes devassas inevitavelmente têm muito pouco de seu. 


 Séneca 
"Da brevidade da vida"






























TITO COLAÇO
III ___ VIII ___ MMXIV








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