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quarta-feira, 23 de março de 2011



CORRUPÇÃO
Países europeus vão estudar combate ao crime económico  


Um projecto internacional coordenado por organizações não governamentais vai estudar e comparar a o combate à corrupção em 26 países europeus, incluindo Portugal, estando prevista a produção de mais de 110 relatórios.


Portugal faz parte do projecto multinacional anticorrupção "Sistemas de Integridade Nacional", cujo resultado final será a publicação de mais de 110 estudos e relatórios que serão realizados em simultâneo e comparados em 26 países da Europa.

O projecto nacional está a ser desenvolvido por uma equipa de investigação coordenada por Luís de Sousa, presidente da Transparência e Integridade, Associação Cívica (TIAC), ponto de contacto nacional da organização não governamental Transparency International.

Em declarações à Lusa, este investigador do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa (ICS-UL) disse que, no âmbito do projeto internacional, com duração total de 31 meses, o projecto nacional deverá arrancar em Abril.

A apresentação dos resultados da primeira parte do estudo, que, segundo Luís de Sousa, "será provavelmente uma análise da justiça portuguesa", está prevista para o final de 2011.

Enquanto a gestão financeira do projecto nacional é garantida pelo ICS-UL, as atividades de investigação serão da responsabilidade da TIAC.

Com o objectivo de "avaliar a extensão e as causas da corrupção num determinado país, assim como a eficácia dos esforços nacionais de combate à corrupção", o projeto recorrerá à análise de documentos e a entrevistas com "atores privilegiados": pessoas ligadas ao meio académico, à administração pública, à política, ao setor empresarial, à comunicação social e à sociedade civil.

O Global Corruption Barometer de 2010, o último relatório da Transparency Internactional, revela que seis em cada 10 europeus consideram que os níveis de corrupção aumentaram nos últimos três anos, sublinha a TIAC.

Segundo a mesma fonte, este agravamento das perceções sobre corrupção resulta de uma maior exposição mediática de escândalos de corrupção envolvendo líderes políticos e altas figuras do setor financeiro e também de uma percetível ineficácia do combate à corrupção.

Perante aquela perceção dos europeus, a Transparency International, segundo a TIAC, "irá trabalhar este ano para criar condições para uma mudança de valores a nível europeu, consciencializando e mobilizado os cidadãos para o problema e pressionando os decisores."

Para a TIAC, a solução passa por "integrar uma iniciativa europeia de anti-corrupção sem precedentes". Ou seja, a participação no "Sistemas de Integridade Nacional", um estudo multinacional para avaliar a extensão e as causas da corrupção num determinado país, assim como a eficácia dos esforços nacionais de combate à corrupção.


por Lusa 21 Março 2011

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