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sábado, 7 de fevereiro de 2015

Omnia furare...









Omnia furare...
















Omnia furare...































ALUNO: Porque é que os adultos roubam?


KRISHNAMURTI: Tu não roubas algumas vezes? Não sabes de algum miúdo que roubou alguma coisa que queria de outro?
É exactamente a mesma coisa pela vida afora, seja jovem ou velho, apenas as pessoas mais velhas o fazem com mais esperteza, com uma porção de palavras bonitas, estes querem riqueza, poder, posição, conspiram, filosofam e planeiam para conseguir. 
Roubam, mas isso não é chamado roubo, usa-se alguma palavra respeitável. E porque roubamos?
Primeiro, porque da forma como a sociedade está agora constituída, priva muitas pessoas das necessidades da vida, alguns segmentos da população têm alimento, roupas e abrigo insuficiente, e daí fazem alguma coisa a respeito disso.
Há também aqueles que roubam, não porque têm alimento insuficiente, mas porque são o que é chamado de anti-social. Para estes roubar tornou-se um jogo, uma forma de excitação, o que significa que não tiveram educação verdadeira. 
Educação verdadeira é compreender o significado da vida, não apenas estudar exageradamente para passar nos exames.
Existe também roubar num nível mais elevado, o roubo das ideias de outras pessoas, o roubo de conhecimento.
Quando estamos à procura do “mais” sob qualquer forma, estamos obviamente a roubar. Porque estamos sempre a pedir, a mendigar, a querer e a roubar?
Porque em nós mesmos não há nada, interna e psicologicamente somos como um tambor vazio. Estando vazios, tentamos nos preencher não só roubando coisas, mas imitando os outros.
Imitação é uma forma de roubo: tu não és nada, mas ele é alguém, então vais pegar um pouco da glória dele, copiando-o. Esta corrupção passa por toda a vida humana, e muito poucos estão livres dela.
Então o importante é descobrir se o vazio interior pode ser preenchido.
Enquanto a mente estiver à procura para se preencher, estará sempre vazia; quando não estiver mais preocupada em preencher o seu próprio vazio, só então esse vazio deixa de existir.









Jiddu Krishnamurti
“Think on these things”


































Occasion cannot make me weak or strong
For mine own soul the true occasion is,
Nor shall I measure fact more short or long
Except the soul's rod space exceed or miss.


Like a revolving many‑coloured sphere
My soul turns to the event one casual side,
And shows to it what was already there;
Its hue with the turned hue the effect decide.


So, various by position, not by shape,
Outward in truth but by its motion’s seeing,
The produced act cannot foreseeing escape
Save it take colour of act for shape of being.


I am the same; change cannot change me for
More than mine own illusion of what is more.





Fernando Pessoa
“Poesia Inglesa
























I am the same; change cannot change me for
More than mine own illusion of what is more...












































Tito Colaço

VII _ II _ MMXV

















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