Páginas

domingo, 22 de fevereiro de 2015

The power gleams inside...






















The power gleams inside...


















The power gleams inside...









The power gleams inside...












Something in me was born before the stars

And saw the sun begin from far away.

Our yellow, local day on its wont jars,

For it hath communed with an absolute day.



Through my Thought's night, as a worn robe's heard trail

That I have never seen, I drag this past

That saw the Possible like a dawn grow pale

On the lost night before it, mute and vast.



It dates remoter than God's birth can reach,

That had no birth but the world's coming after.

So the world's to me as, after whispered speech,

The cause-ignored sudden echoing of laughter.



That 't has a meaning my conjecture knows,

But that 't has meaning's all its meaning shows.








Fernando Pessoa

XXIV - “Something in me was born before the stars”

“35 Sonnets”
Poemas Ingleses 
















                                                   


A verdade acerca do mundo, disse ele, é que tudo é possível.
Não fosse o caso de vocês se terem habituado desde a nascença a ver tudo aquilo que vos rodeia, esvaziando assim as coisas da sua estranheza, e a realidade surgiria aos vossos olhos tal como é, um truque de magia num número de ilusionismo, um sonho febril, um transe povoado de quimeras sem analogia nem precedente imaginável, um carnaval itinerante, um espectáculo de feira migratório cujo derradeiro destino, depois de montar a tenda tantas e tantas vezes em tantos baldios enlameados, é tão indescritível e calamitoso que o espírito humano não consegue sequer concebê-lo.
O universo não é uma coisa limitada e a ordem que o rege não tem peias que, tolhendo-lhe os desígnios, a forcem a repetir noutro lugar qualquer o que já existe num dado lugar.
Mesmo neste mundo, existem mais coisas que escapam ao nosso conhecimento do que aquelas que conhecemos e a ordem que os nossos olhos vêem na criação é a ordem que nós lá pusemos, qual fio num labirinto, para não nos perdermos.
É que a existência tem a sua própria ordem e essa, nenhum espírito humano consegue abarcar, sendo esse espírito apenas mais um facto entre tantos outros.



(...)



Você aprendeu a desenhar vá-se lá saber onde e os seus desenhos parecem-se muito com as coisas, não haja dúvida.
Mas nenhum homem consegue pôr o mundo inteiro num livro.
Assim como um livro onde todas as coisas estivessem desenhadas não seria o mundo.
Muito bem, Marcus, respondeu o juiz.
Mas não me desenhe a mim, disse Webster. Porque eu não quero fazer parte do seu livro.
O meu livro ou outro livro qualquer, disse o juiz.
O que há-de vir não se desvia nem um bocadinho do livro onde está escrito. Como poderia desviar-se?
O livro seria falso, e um livro falso nem sequer merece tal nome.
Você fala por enigmas como ninguém e eu não vou terçar palavras consigo. Só lhe peço que não ponha a minha venerável carinha nesse seu caderno porque não me agrada que ande a mostrá-la por aí, se calhar a estranhos.
O juiz sorriu. Seja no meu livro ou não, cada homem habita em todos os outros e em troca alberga-os em si e assim por diante numa infindável complexidade de ser e testemunha até aos confins do mundo.






Cormac McCarthy
“Meridiano de sangue”









































When you were a child
We were balanced deep inside
Waiting for the change that brings you home again

Time is on our side
Run and hide, I'm still your guide
Awaiting your salvation and return

Now I'm free
To break the mirror
Another lie
My goal's becoming clearer

You're all the same
So who are you to blame me
The look in my eyes
The power gleams inside

Closing up my heart
Shutting out that soul which still believes
In my grace

Bleed for, weep for my desire
Die for my endless greed
Fear me, still I fear you more
You're locked and kept away

I'm led astray
I still don't care
Another sweet temptation
The look in my eyes
The power gleams inside
Shutting out that soul…


Bleed for, weep for my desire
Die for my endless greed
Fear me, still I fear you more
You're locked and kept away
I'm led astray



Dreamscape
“Led astray”

























































Tito Colaço



XXII _ II  _ MMXV








































0 comentários:

Enviar um comentário