The bait...
The bait...
Toda essa ideia de uma felicidade como recompensa, que
outra coisa seria, portanto, senão uma ilusão moral: um título de crédito com o
qual se compra de ti, homem empírico, os teus prazeres sensíveis de agora, mas
que só é pagável quando tu mesmo não precisas mais do pagamento.
Pensa sempre nessa felicidade como um todo de prazeres
que são análogos aos prazeres sacrificados agora.
Ousa, apenas, dominar-te agora; ousa o primeiro passo
de criança em direcção à virtude: o segundo já se tornará mais fácil para ti.
Se continuares a progredir, notarás com espanto que
aquela felicidade que esperavas como recompensa do teu sacrifício, mesmo
para ti não tem mais nenhum valor.
Foi intencionalmente que se colocou a felicidade num
ponto do tempo em que tens de ser suficientemente homem para te envergonhares dela.
Envergonhar, digo eu, pois, se nunca chegas a
sentir-te mais sublime do que aquele ideal sensível de felicidade, seria melhor
que a razão jamais te tivesse falado.
É exigência da razão não precisar mais de nenhuma felicidade como recompensa, tão certo quanto é exigência tornar-se mais conforme à razão, mais autónomo, mais livre.
É exigência da razão não precisar mais de nenhuma felicidade como recompensa, tão certo quanto é exigência tornar-se mais conforme à razão, mais autónomo, mais livre.
Pois, se a felicidade ainda pode recompensar-nos, a
não ser que se interprete o conceito de felicidade contrariamente a todo o uso
da linguagem, ela é então uma felicidade que não é trazida, já, pela própria
razão (pois como poderiam razão e felicidade jamais coincidir?), uma felicidade
que, precisamente por isso, aos olhos de um ser racional, não tem mais nenhum
valor.
Deveríamos, diz um antigo escritor, considerar que os deuses imortais são infelizes porque não possuem capitais, bens territoriais, escravos?
Deveríamos, diz um antigo escritor, considerar que os deuses imortais são infelizes porque não possuem capitais, bens territoriais, escravos?
Não deveríamos, antes, exaltá-los como os únicos
bem-aventurados, justamente porque são os únicos que, pela sublimidade da sua
natureza, já estão despojados de todos aqueles bens?
O mais alto a que podem elevar-se as nossas ideias é
manifestamente um ser que, com auto-suficiência absoluta, frui somente do seu
próprio ser, um ser que cessa toda a passividade, que não é passivo
em relação a nada, nem mesmo em relação a leis, que age com liberdade
absoluta, apenas em conformidade com o seu ser, e cuja única lei é a sua
própria essência.
Friedrich Schelling
“Sobre o dogmatismo e o criticismo”
The
world is woven all of dream and error
And but one sureness in our truth may
lie —
That when we hold to aught our
thinking's mirror
We know it not by knowing it thereby.
For but one side of things the mirror
knows,
And knows it colded from its solidness.
A double lie its truth is; what it shows
By true show's false and nowhere by true
place.
Thought clouds our life's day-sense with
strangeness, yet
Never from strangeness more than that
it's strange
Doth buy our perplexed thinking, for we
get
But the words’ sense from words —
knowledge, truth, change.
We know the world is false, not what is
true.
Yet we think on, knowing we ne'er shall
know.
Fernando Pessoa
“35 Sonnets” in Poemas ingleses
See my fears along the road, empty dreams and broken homes
Calling out to yesterday, bring me home and hear me say
All alone I struggle on, a fallen man whose life is wrong
These faded dreams they come and go, seems I've lost all that I know
Close the door... You close your eyes
End this tale of sacrifice
Break your spell... Or let me go
I fall apart as the fire slowly grows
Through my eyes, I see no end, no remorse and no revenge
You paint a picture of me still, hold me here against my will
You break me down, you leave me be, a lonely man in misery
You throw my world into the lost, my wounds are deep
They hide the cost!
Close the door... You close your eyes
End this tale of sacrifice
Break your spell... Or let me go
I fall apart as the fire slowly grows for you...
Am I dying?
And there's no more trying
I can see I'm not finding
And my heart belongs to you
Close the door... You close your eyes
End this tale of sacrifice
Break your spell... Or let me go
I fall apart as the fire slowly grows
Calling out to yesterday, bring me home and hear me say
All alone I struggle on, a fallen man whose life is wrong
These faded dreams they come and go, seems I've lost all that I know
Close the door... You close your eyes
End this tale of sacrifice
Break your spell... Or let me go
I fall apart as the fire slowly grows
Through my eyes, I see no end, no remorse and no revenge
You paint a picture of me still, hold me here against my will
You break me down, you leave me be, a lonely man in misery
You throw my world into the lost, my wounds are deep
They hide the cost!
Close the door... You close your eyes
End this tale of sacrifice
Break your spell... Or let me go
I fall apart as the fire slowly grows for you...
Am I dying?
And there's no more trying
I can see I'm not finding
And my heart belongs to you
Close the door... You close your eyes
End this tale of sacrifice
Break your spell... Or let me go
I fall apart as the fire slowly grows
Masterplan
“Trust in you”
The
bait...
Tito Colaço
X _
II _ MMXV
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