Páginas

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Adhuc sub judice lis est...

************




Adhuc sub judice lis est...





























 Que preceitos ministrar com o nosso semelhante? 

Passemos a outra questão: o modo de tratarmos com o nosso semelhante. 
Como devemos agir, que preceitos ministrar? 
Que não derramemos sangue humano? 
Ao nosso semelhante devemos fazer o bem: aconselhar a não lhe fazer mal, que ridículo! 
Até parece que encontrar algum homem que não seja uma fera para os outros já é coisa merecedora de encómios... 
Vamos aconselhar a que se estenda a mão ao náufrago, se indique o caminho a quem anda perdido, se divida o pão com o esfomeado? 
Mas para que hei-de eu enumerar todos os actos que devemos ou não devemos praticar quando posso numa só frase resumir todos os nossos deveres para com os outros? 
Tudo quanto vês, este espaço em que se contém o divino e o humano, é uno, e nós não somos senão os membros de um vasto corpo. 
A natureza gerou-nos como uma só família, pois nos criou da mesma matéria e nos dará o mesmo destino, a natureza faz-nos sentir amor uns pelos outros, e aponta-nos a vida em sociedade. 
A natureza determinou tudo quanto é lícito e justo, pela própria lei da natureza, é mais terrível fazer o mal do que sofrê-lo, em obediência à natureza, as nossas mãos devem estar prontas a auxiliar quem delas necessite. 
Devemos ter gravado na alma, e sempre na ponta da língua, o verso famoso: 
"sou homem, tudo quanto é humano me concerne!" (Terêncio). 
Possuamos tudo em comunidade, uma vez que como comunidade fomos gerados. 
A sociedade humana assemelha-se em tudo a um arco abobadado: as pedras que, sozinhas, cairiam, sustentam-se mutuamente, e assim conseguem manter-se firmes! 


 Séneca 
"Cartas a Lucílio"







  O caminho para o sucesso é incompreendido pelos outros  

Se desejas ser bem sucedido, resigna-te, caro, face às coisas exteriores, por passar por insensato ou mesmo por tolo. 
Mesmo que saibas, não mostres qualquer saber, e se alguns te consideram alguém, desafia-te a ti próprio e desconfia de ti. 
Que saibas sempre, na verdade, que não é fácil de preservar a vontade em conformidade com a natureza, pois que, simultaneamente, sempre nos inquietamos com as solicitações do exterior. 
Ora que fazer? 
Só uma regra necessária se impõe: quando nos ocupamos da vontade tendo a natureza por fundo (e nossa íntima intenção) só a uma coisa nos podemos obrigar, evitar qualquer desvio daquele nosso primeiro propósito. 


 Epicteto 
"Manual"

















































TITO COLAÇO
XX ___ VI ___ MMXIV






0 comentários:

Enviar um comentário