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domingo, 26 de junho de 2016

Power in any form is destructive!










Any achievement, whether of the individual or of the collective, becomes a means to power. 

Success in this world, and the power that self-control and self-denial bring, are to be avoided; for both distort understanding. 

It is the desire for success that prevents humility; and without humility how can there be understanding? 

The man of success is hardened, self-enclosed; he is burdened with his own importance, with his responsibilities, achievements and memories. 

There must be freedom from selfassumed responsibilities and from the burden of achievement; for that which is weighed down cannot be swift, and to understand requires a swift and pliable mind. 

Mercy is denied to the successful, for they are incapable of knowing the very beauty of life which is love.







As long as you are acquisitive, envious, ambitious, seeking power, position, prestige, society approves of it; and on that you base your action. 


That action is considered respectable, moral. But it is not moral at all. Power in any form is evil: the power of the husband over the wife or the wife over the husband, the power of the politicians. 

The more tyrannical, the more bigoted, the more religious the power, the more evil it is. That is a fact, a provable, observable fact, but society approves of it. 


You all worship the man in power, and you base your action on that power. 



So, if you observe that your action is based on acquisitiveness of power, on the desire to succeed, on the desire to be somebody in this rotten world, then facing the fact will bring about a totally different action, and that is true action,not the action which society has imposed upon the individual. 


So, social morality is not morality at all; it is immoral; it is another form of defending ourselves, and therefore we are being gradually destroyed by society. 


A man who would understand freedom must be ruthlessly free of society psychologically, not physically. 


You cannot be free of society physically because, for everything, you do depend on society, the clothes that you wear, money, and so on. 


Outwardly, nonpsychologically, you depend on society. But to be free of society implies psychological freedom, that is, to be totally free from ambition, from envy, greed, power, position, prestige.








Power

in any form


is destructive!









"Questão

O que é poder?



Existe o poder mecânico, o poder produzido pela máquina de combustão interna, pelo vapor ou pela electricidade. 

Existe o poder que habita a árvore, que faz a seiva fluir, que cria a folha. 

Existe o poder de pensar com clareza, o de amar, o de odiar, o de um ditador, o de explorar pessoas em nome de Deus, em nome dos mestres, em nome de um país. Todas são formas de poder.

E o poder como electricidade ou luz, o atómico e os outros, todas essas formas de poder são boas em si mesmas, não são?


Mas o poder da mente, que o utiliza para propósitos de agressão e tirania, para ganhos pessoais, é maligno sob todas as circunstâncias. 



O líder de qualquer sociedade, igreja ou grupo religioso que tem poder sobre outras pessoas é uma pessoa má, porque ele está a controlar, moldar, guiar os outros sem saber para onde ele próprio está a ir. 



Isso é verdade, não somente em relação a grande organizações, mas também nas pequenas sociedades em todo o mundo.


No momento em que a pessoa fica sem barreiras e pensa com clareza, ela deixa de ser um líder e, portanto, não tem poder.


Por isso é muito importante compreender por que a mente humana exige ter poder sobre os outros. 


Os pais têm poder sobre os filhos, a esposa sobre o marido, ou o marido sobre a esposa. 
Começando numa família pequena, o mal se estende até se tornar uma tirania de governos, líderes políticos e intérpretes religiosos.

E alguém pode viver sem a fome de poder, sem desejar influenciar ou explorar pessoas, sem desejar poder para si, para um grupo ou uma nação ou para um mestre ou um santo?


Todas as formas de poder são destrutivas, trazem miséria ao homem. Ao passo que ser realmente gentil, respeitar as pessoas, amar, é uma coisa estranha, possui o seu próprio efeito atemporal. 


O amor é a própria eternidade, e onde existe amor não existe poder maléfico."






























"Questão

Porque buscamos a fama?


Já pensaram a respeito? Desejamos ser famosos como escritor, poeta, pintor, político, cantor. Por quê?

Porque realmente não gostamos daquilo que fazemos. Se amássemos cantar, pintar ou escrever poemas, se realmente amássemos, não estaríamos preocupados se somos famosos ou não.

Desejar ser famoso denota mau gosto, é trivial, estúpido, sem significado. Mas, como não gostamos do que fazemos, desejamos nos enriquecer com a fama.

A educação actual é apodrecida porque nos ensina a amar o sucesso, e não aquilo que estamos a fazer. O resultado tornou-se mais importante do que a acção.


Sabem, é bom esconder o próprio brilhantismo, ser anónimo, amar o que se está a fazer e não se mostrar.



É bom ser gentil sem aparecer. Isso não lhes trará a fama, não fará com que a sua fotografia saia nos jornais. Os políticos não baterão à sua porta. Serão somente seres humanos criativos a viver anonimamente, e nisso há riqueza e grande beleza."





Jiddu Krishnamurti
"Pense nisso"













t.

































segunda-feira, 20 de junho de 2016

Cooperation without motive!






"Ver-se como à natureza; 
olhar para as suas impressões 
como para um campo - 
a sabedoria é isto."

Fernando Pessoa 
"Livro do desassossego"



We are talking of a passion that is without motive

There is such a passion. It has nothing to do with personal gain or loss, or all the petty little demands of a particular pleasure and the avoidance of pain. 

Without that passion you cannot possibly cooperate, and cooperation is life, which is relationship.




Reformers -political, social, and religious- will only cause more sorrow for man unless man understands the workings of his own mind. 


In the understanding of the total process of the mind, there is a radical, inward revolution, and from that inward revolution springs the action of true cooperation, which is not cooperation with a pattern, with authority, with somebody who `knows´.


 When you know how to co-operate because there is this inward revolution, then you will also know when not to cooperate, which is really very important, perhaps more important. 


We now cooperate with any person who offers a reform, a change, which only perpetuates conflict and misery, but if we can know what it is to have the spirit of cooperation that comes into being with the understanding of the total process of the mind and in which there is freedom from the self, then there is a possibility of creating a new civilization, a totally different world in which there is no acquisitiveness, no envy, no comparison. 


This is not a theoretical utopia but the actual state of the mind that is constantly inquiring and pursuing that which is true and blessed.


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Cooperation 



without motive!










"Temos falado a respeito de tantos assuntos, de vários problemas da vida, 
não é? 

Porém, pergunto-me se realmente sabemos o que é um problema. 


Os problemas tornam-se difíceis de serem resolvidos se permitirmos que eles criem raízes na mente.


A mente os cria, e depois torna-se o solo no qual se enraízam; e uma vez bem estabelecidos na mente é muito difícil arrancá- los. 


O essencial é que a própria mente os veja e não ceda espaço para que cresçam.


Um dos problemas básicos confrontando o mundo é o da cooperação. O que significa a palavra cooperação? 


Cooperar é fazer as coisas juntos, construir juntos, sentir juntos, ter alguma coisa em comum para podermos trabalhar livremente juntos.



Mas, as pessoas no geral não se sentem inclinadas a trabalhar juntas, de modo natural, fácil e feliz; por isso, são compelidas a fazê-lo por meio de vários incentivos: ameaça, medo, punição, recompensa.


Essa é a prática comum no mundo. Sob governos tirânicos, são brutalmente forçados a trabalhar juntos; se não `cooperarem´, estarão liquidados ou enviados para um campo de concentração. 

Nas chamadas nações civilizadas, são induzidos a trabalhar juntos por meio do conceito de `o meu país´, ou por uma ideologia que foi cuidadosamente planeada e amplamente propagada para que a aceitem; ou trabalham juntos para realizar um plano que alguém inventou, um esquema para uma Utopia.


Então, esse é o plano, a ideia, a autoridade que induz as pessoas a trabalharem unidas. 


No geral, chamamos de cooperação, e nela existe sempre a implicação de recompensa ou punição, que significa que por trás dessa `cooperação´ existe medo. 


Estão sempre a trabalhar por alguma coisa, pelo país, para o rei, para o partido, por Deus ou pelo mestre, pela paz ou para fazer esta ou aquela reforma.


A ideia que têm de cooperação é trabalhar juntos para um determinado resultado; têm um ideal, construir uma escola perfeita ou o que for, para o qual estão a trabalhar, e dizem, portanto, que a cooperação é necessária. Tudo isso implica autoridade, não é?

Existe sempre alguém que supomos que sabe qual é a coisa certa a se fazer, e então dizem: `Precisamos cooperar para realizar´.


Não chamo isso de cooperação. Não é cooperação, trata-se de uma forma de ganância, de medo, de compulsão.


Por trás existe a ameaça de que, se não cooperarem, o governo não os reconhecerá, ou um `Plano de Cinco Anos´ falhará, ou serão enviados para um campo de concentração, ou o país perderá a guerra, ou não irão para o céu. 


Existe sempre alguma forma de incentivo, e onde existe incentivo não pode haver cooperação verdadeira.


Nem existe cooperação quando trabalhamos juntos apenas porque concordamos mutuamente em fazer algo. Em qualquer acordo, o importante é fazer o que foi determinado, não trabalhar juntos. 

Podemos concordar em construir uma ponte, fazer uma estrada ou plantar algumas árvores juntos, mas nesse acordo existe sempre o medo do desacordo, o medo de que eu não faça a minha parte e deixe que vocês façam tudo.


Por isso não existe cooperação quando trabalhamos juntos por meio de qualquer forma de incentivo, ou por mero acordo, porque por trás de todo o esforço existe a implicação de ganhar ou evitar algo.


Para mim, cooperação é completamente diferente. Cooperação é a diversão de ser e fazer juntos, não necessariamente fazer algo em particular. Compreendem?

As crianças possuem, no geral, o sentimento de ser e fazer juntos. Já notaram? Cooperam em tudo. 

Não existe problema de acordo ou desacordo, recompensa ou punição; elas só querem ajudar. 

Cooperam instintivamente pela alegria de ser e fazer juntos.

Mas as pessoas adultas destroem o espírito natural, espontâneo, de cooperação nas crianças ao dizerem: `Se fizerem isto, eu lhes darei aquilo; se não o fizerem, não deixarei irem ao cinema´, o que introduz o elemento corruptor.


Então, a verdadeira cooperação surge não apenas no acordo de realizar juntos algum projecto, mas na alegria, na sensação da união, se podemos usar esta palavra, porque nela não existe obstinação de idealização, de opinião pessoal.



Quando conhecem a cooperação, conhecem também o não cooperar, que é igualmente importante. Compreendem?


É necessário que todos despertemos em nós mesmos o espírito de cooperação, pois então não será um mero plano, ou acordo, que nos fará trabalhar juntos, mas a sensação extraordinária da união, a sensação de alegria em ser e fazer juntos sem qualquer pensamento de recompensa ou punição. É muito importante.

Mas é igualmente importante saber quando não cooperar, porque, se não formos sábios, poderemos cooperar com os não sábios, com líderes ambiciosos que têm esquemas grandiosos, ideias fantásticas, como Hitler e outros tiranos da história. 


Por isso, precisamos saber quando não cooperar; e somente poderemos saber quando conhecermos a alegria da verdadeira cooperação.


Trata-se de uma questão muito importante, sobre a qual devemos conversar, porque, quando é sugerido que trabalhemos juntos, a resposta imediata provavelmente será: `Para quê? O que teremos de fazer?´.

Por outras palavras, a coisa a ser feita torna-se mais importante do que a sensação de ser e fazer juntos; e quando a coisa a ser feita, plano, conceito, utopia ideológica, assume a importância primária, então não existe cooperação verdadeira. 


É só a ideia que nos mantém juntos; e se uma ideia pode nos unir, outra pode nos dividir.



Portanto, o que importa é despertarmos em nós o espírito de cooperação, o sentimento de alegria em ser e fazer juntos, sem qualquer noção de recompensa ou punição.


Muitas pessoas jovens o possuem espontânea e livremente, se não foram corrompidas pelos mais velhos."



Jiddu Krishnamurti
"Pense nisso"












t.