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sexta-feira, 23 de maio de 2014

Silentii tutum praemium...





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Silentii tutum praemium...





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   Uma alma grande e corajosa   


Um espírito corajoso e grande é reconhecido principalmente devido a duas características: uma consiste no desprezo pelas coisas exteriores, na convicção de que o homem, independentemente do que é belo e conveniente, não deve admirar, decidir ou escolher coisa alguma nem deixar-se abater por homem algum, por qualquer questão espiritual ou simplesmente pela má fortuna. 
A outra consiste no facto, especialmente quando o espírito é disciplinado na maneira acima referida, de se dever realizar feitos, não só grandes e seguramente, bastante úteis, mas ainda em grande número, árduos e cheios de trabalhos e perigos, tanto para a vida como para as muitas coisas que à vida interessam. 
Todo o esplendor, toda a dimensão (devo acrescentar ainda a utilidade), pertencem à segunda destas duas características, porém, a causa e o princípio eficiente, que os tornam homens grandes, à primeira.
Naquela está, com efeito, aquilo que torna os espíritos excelentes e desdenhosos das coisas humanas. Na verdade, pode isto ser reconhecido por duas condições: em primeiro lugar, se estimares alguma coisa como sendo boa unicamente porque é honesta, em segundo lugar, se te encontrares livre de toda a perturbação de espírito. 
Consequentemente, o facto de se ter em pouca conta aquelas coisas humanas e de se desprezar, com uma atitude de espírito firme e sólida, essas mesmas coisas, que a muitos parecem ilustres e exímias, deve constituir apanágio de uma alma grande e corajosa. 
Suportar aquilo que parece acerbo, que de muitas e variadas maneiras aflige a vida e a sorte dos homens (de modo por assim dizer a não renunciares à ordem natural e à dignidade do sábio), é próprio de um espírito robusto e de grande constância. 


 Marcus Cícero 
"Dos deveres"
















TITO COLAÇO
XXIII___V___MMXIV




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