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segunda-feira, 21 de julho de 2014

Eu, tu e nós... IV

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Eu, tu e nós... IV







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   Escravizados ao além   

Acabar com a morte como agonia diária da humanidade é talvez o maior bem que se pode fazer hoje ao homem. 
O cristianismo transformou a vida numa cruz, porque lhe pôs a consciência da morte à cabeceira. 
E crentes e ateus vivem no mesmo terror. Ora a ideia terrífica do fim não é uma condição fisiológica, nem mesmo intelectual do homem. 
Nem os Gregos, nem os Romanos, por exemplo, sentiam a morte com a irreparável angústia que nos rói. 
É forçoso, pois, que se arranquem as raízes desta dor, custe o que custar. Escravizados ao além, os nossos dias aqui não podem ter liberdade nem alegria. Qualquer doutrina que nega ao homem o direito de ser pleno na sua física duração, é uma doutrina de castração e de aniquilamento. 
Ir buscar ao post-mortem as leis que devem limitar a expansão abusiva da personalidade, é o artifício mais desgraçado que se podia inventar. Pregue-se e exija-se do indivíduo medida e disciplina, mas que nasçam da sua própria harmonia. 
Institua-se uma ética com raízes no mesmo chão onde o homem caminha. 


 Miguel Torga 
"Diário (1947)"






        O preço da independência        


Por outro foste preterido num banquete, num elogio, na audição de um conselho. 
Caso se trate de provas de consideração, que o teu coração se alegre por esse outro com tais provas ter sido distinguido. 
Se coisas más são, não te lamentes por não teres sido convidado para o banquete, não teres merecido o elogio, não terem recorrido ao teu conselho. 
Que não te esqueças nunca do seguinte: se nada fazes para obteres o que não depende de nós (ao contrário dos outros que assim procedem) de maneira nenhuma podes aspirar às mesmas vantagens.
Na verdade, como se pode reconhecer os mesmos direitos àquele que se atreve às coisas do mundo e àquele que as menospreza? Àquele que integra um séquito e àquele que o não integra? 
Àquele que elogia e louva e àquele que não louva nem elogia? Insaciável e injusto tu serás, se, não sendo pródigo no preço pelo qual tais coisas se vendem, essas mesmas coisas, que regalias são, pretendas receber graciosamente. 
Sabes tu por quanto se vendem as alfaces? 
Supõe que por um óbolo, a mais pequena das moedas gregas. Qualquer um, então, é pródigo com o seu óbolo e sem mais adquire as alfaces. 
Ora tu não despendeste nenhum dinheiro, pelo que nada poderás levar. 
Não penses que tens menos poder de compra do que aquele que deu o seu óbolo: ele conseguiu as alfaces, tem-nas em seu poder, mas tu tens em teu poder o óbolo que não quiseste dispensar. 
Assim são as coisas do mundo. Alguém não te convidou para um banquete? 
Compreende-se: foste tu quem não deu a quem te convidou o preço justo pelo convite. 
Terias sido convidado se fosses liberal em cumprimentos, em louvores, em palavras de felicitação, e se, também da tua parte, delicadeza e cortesia não escasseassem. 
Se vantagem há para ti, tens de retribuir o convite com o pagamento da tua maneira de ser gentil. 
Mas se tens intenção de nada pagar e receber, então não passas de um sôfrego, e de um tolo. 
Nada tens que possa substituir o banquete? 
Tens: contente ficaste por não ter elogiado quem tu não desejavas, e exposto não ficaste às insolências de quem controlava as entradas para o banquete. 


   Epicteto   
"Manual"







"Love is magic"
Michael Bormann 





You must have tasted a bitter tear
To appreciate a smile
You must have felt the rain
You must have known fear
Too good i know it takes a while

Love is magic, love is magic

Love is magic, love will keep us alive
Love is real, love is true, it`s in everyone
Love is magic, let love conquer the world
It`s so good, it`s so fine, it`s so right
It feels so right

Another morning kisses the night goodbye
And we are still laying here, heart to heart
The sun is shining and as you open up your eyes
It feels like paradise right from the start

Wanna live like lovers do, baby
Wanna live like lovers do, now











TITO COLAÇO
XXI ___ VII ___ MMXIV

















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