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quarta-feira, 9 de julho de 2014

Eu, tu e nós!










     Eu, tu e nós!     



Nada do que te digam te serve, porque és servido de tudo.
De tantos mestres, e autores de grandes obras humanas existentes, nada de novo te podem dizer, porque novo realmente nada é, do que te digam ou te ensinem, da mesma fonte teve, e dessa também tens, e és ou serás.
Tudo o que precisas ouvir e saber, sentes e és em ti.
Espera por ti, para te ouvires, o que tens para te dizer, o mesmo que outrora já te disseram, te dizem e te dirão, o mesmo que outrora disseste, dizes e dirás.
Seja em que capa te moveres, seja por que olhos, te olhares, o teu ser em ti continuará a ser, mesmo que no espelho visível não te reconheças, nem saibas quem já foste e quem és.
Tempo virá que saberás quem realmente és, e aí sabendo quem és, saberás de quem és, e quem são os teus, e que um e outro são um só, e que um não se divide.
Pensa que numa escada, cada degrau tem uma altitude que os difere, e o que estiver mais perto da porta, não é mais importante do que o antecedeu, porque serão todos necessários para a subida gradual e equilibrada.
Pensa que nessa escada, pode ter patamares, que servem de níveis para que a subida não seja tão ingreme, logo não ser tão dura e difícil de subir.
Pensa que esses patamares podem ser etapas que vais passando, sem que para isso, tenhas de ser outro ser, porque continuas o mesmo que iniciou a subida, mas que durante a mesma, tiveste a necessidade de vestir outras roupagens para experimentar várias formas de subir.
Dessas formas de subir, algumas não são tão concretizadoras mas ainda assim necessárias para se poder vivenciá-las.
Por vezes, essas formas de subir, obrigam-nos a fazer uma pausa, e reflectir se foi a mais adequada e se teremos de a reajustar para continuar.
De degrau a degrau, vamos nos despindo dessa roupagem, por já não ser necessário tanta experimentação e de termos reajustado e laminado qual a mais concretizadora para subir a nossa escada.
Cada vez que despimos essa roupagem, vamos nos reconhecendo e a nossa verdadeira forma.
Essa verdadeira forma, múltipla de tantas outras e semelhante às restantes, no cume da subida se encontram e se unem, visto serem parte da mesma.
No cume dessa subida, encontras a porta na mesma entrada que todas as outras formas que também lá chegaram, essas que são a tua, como a tua é a delas.
Na passagem dessa porta, entram como um todo, porque só um todo entra pela mesma.
Os degraus são a tua progressão, as roupagens são as tuas vidas que vais experimentando, para essa subida que é a ascensão, em que a porta será o cume, para a luz e para além desta, do que somos, parte de uma energia infinita e una, para os outros projectos cósmicos, que o criador do Tudo tenha criado.




TITO COLAÇO
IX ___ VII ___ MMXIV







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