"A experiência não é o que acontece a um homem.
É o que um homem faz
com o que lhe acontece."
Thomas Henry Huxley
"What am I to do now?" he presently continued. "Is there any way out of the prison I have built for myself? I can see that what I have come to in my meditation is a dead-end, though only a few days ago it seemed so full of glorious significance. However much I would like to, I can't go back to all that self-delusion and self-stimulation. I want to tear through these veils of illusion and come upon that which is not put together by the mind. You have no idea what I have been through during the last two days! The structure which I had so carefully and painfully built up over a period of twenty-five years has no meaning any more, and it seems to me that I shall have to start all over again. From where am I to start?"
May it not be that there is no restarting at all, but only the perception of the false as the false which is the beginning of understanding? If one were to start again, one might be caught in another illusion, perhaps in a different manner. What blinds us is the desire to achieve an end, a result; but if we perceived that the result we desire is still within the self-centred field, then there would be no thought of achievement. Seeing the false as the false, and the true as the true, is wisdom.
"But do I really see that what I have been doing for the last twenty-five years is false? Am I aware of all the implications of what I have regarded as meditation?"
The craving for experience is the beginning of illusion. As you now realize, your visions were but the projections of your background, of your conditioning, and it is these projections that you have experienced. Surely this is not meditation. The beginning of meditation is the un- derstanding of the background, of the self, and without this understanding, what is called meditation, however pleasurable or painful, is merely a form of self-hypnosis. You have practised self-control, mastered thought, and concentrated on the furthering of experience. This is a self-centred occupation, it is not meditation; and to perceive that it is not meditation is the beginning of meditation. To see the truth in the false sets the mind free from the false. Freedom from the false does not come about through the desire to achieve it; it comes when the mind is no longer concerned with success with the attainment of an end. There must be the cessation of all search, and only then is there a possibility of the coming into being of that which is nameless.
Jiddu Krishnamurti
Commentaries on Living Series III Chapter 2
'Self-knowledge or Self-hypnosis?'
"A experiência é uma coisa, o viver outra. A experiência é uma barreira ao viver; agradável ou desagradável, impede o florescimento do viver. A experiência já está presa na rede do tempo, já está no passado; tornou-se memória, que só toma vida como reacção ao presente.
A vida é o presente; não é experiência.
O peso e força, da experiência ensombram o presente, e assim o viver se torna experiência. A mente é experiência, o conhecido, não pode pôr-se no `estado de viver´; o seu viver é continuação da experiência. A mente só conhece a continuidade, e não pode receber o novo enquanto dura a sua continuidade.
O contínuo não conhece o viver.
A experiência não é o meio de se conhecer o viver, que é um estado sem experiência.
A experiência tem de cessar, para dar lugar ao viver. A mente só pode chamar a sua própria projecção, o conhecido. Não se poderá viver o desconhecido, enquanto a mente não deixar de juntar experiência.
O pensamento é expressão da experiência; é reacção da memória; e enquanto o pensamento intervém, não é possível o viver. Não há nenhum meio ou método para se pôr fim à experiência; porque o meio é precisamente um obstáculo ao viver. Conhecer o fim é conhecer a continuidade; e ter um meio para alcançar o fim é sustentar o conhecido. O desejo de realização tem de desaparecer; este desejo é que cria o meio e o fim. A humildade é essencial para o viver. Mas, com que sofreguidão a mente absorve o viver para convertê-lo em experiência!
Como se apressa a pensar no novo, e torná-lo, assim, velho!
É assim que ela cria o `experimentador´ e a`coisa experimentada`, de onde nasce o conflito da dualidade.
No viver não há experimentador nem coisa experimentada. A árvore, o cão, a estrela vespertina, não são objectos para ser experimentados pelo experimentador; são o próprio movimento do viver.
Não há separação entre o observador e a coisa observada; não há tempo, intervalo espacial para o pensamento se identificar a si mesmo. O pensamento está de todo ausente, mas o ser está presente. Este estado de ser não pode ser pensado nem meditado, e não é uma coisa para ser alcançada. O experimentador tem de cessar de experimentar, para dar lugar ao ser.
Na tranquilidade do seu movimento está o atemporal."
O medo é coisa da mente, e não do coração. O medo se oculta debaixo de formas diferentes: virtude, respeitabilidade, ajustamento, beneficência, etc. O medo existirá sempre, em todas as relações e actividades da mente. A mente não está separada das suas actividades; separa-se, porém, a si mesma, dando dessa maneira continuidade e permanência a si própria. Assim como um menino se exercita ao piano, assim, também, a mente astuciosa se exercita na virtude, para fazer-se mais permanente e dominadora no encontro com a vida, atingir aquilo que ela considera o Supremo. Para o encontro com a vida necessita-se de vulnerabilidade e não da muralha respeitável da virtude, onde o eu se isola. O Supremo não pode ser atingido; não há caminho, não há aperfeiçoamento matematicamente progressivo, para chegar-se lá.
A Verdade tem de vir, ninguém pode ir a ela, e a virtude cultivada não leva ninguém aonde ela está. O que se pode atingir não é a Verdade, mas o nosso próprio desejo, projectado; e só na Verdade se encontra a felicidade.
A ardilosa adaptabilidade da mente, no interesse da sua própria perpetuação, sustenta o medo. Este medo é que tem de ser profundamente compreendido, e não a maneira de nos tomarmos virtuosos.
A mente mesquinha pode exercitar-se na virtude, mas continuará do mesmo modo mesquinha. A virtude é então uma fuga daquela mente a sua própria mesquinhez, e a virtude que ela acumula tem de ser também mesquinha. Se se não compreender essa mesquinhez, como será possível viver a Realidade? Como pode a mente mesquinha, a mente virtuosa, estar aberta para o imensurável?
Na compreensão do processo da mente, que é o eu, nasce a virtude. A virtude não é resistência acumulada; é percebimento espontâneo, compreensão do que é. A mente não pode compreender; poderá traduzir em acção o que foi entendido, mas é incapaz de compreensão. Para a compreensão, necessita-se do calor do reconhecimento e recepção, que o coração só pode dar quando a mente está em silêncio. Mas o silêncio da mente não é resultado de cálculos subtis. O desejo de silêncio é maldição, porque é ânsia de ganho, de conquista, trazendo intermináveis conflitos e dores. A ânsia de ser, negativa ou positivamente, é a negação da virtude do coração.
Virtude não é conflito e realização, exercício prolongado e consecução, porém, antes, um estado de ser, que não é produto de desejo projectado.
Não há ser se há luta para ser. Na luta para ser há resistência e negação, mortificação e renúncia; mas vencer estas coisas não significa virtude. Virtude é a tranquilidade de quem está livre da ânsia de ser, e esta tranquilidade só pode vir do coração, e não da mente.
Pelo exercício, pela compulsão e resistência, a mente pode pôr-se tranquila; tal disciplina, entretanto, destrói a virtude do coração, sem a qual não há paz nem felicidade; pois a virtude do coração é compreensão."
Jiddu Krishnamurti
"Commentaries on living"
this shade of gray
this certain sadness
this cold morning light
and this silent madness
it hangs in the air
it hangs like a memory
it hangs like a cloud
it hangs on desperately
between dark and light
between was and be
between young and old
between you and me
between you and me
i remember cities
and i remember rain
like the sound of your voice, falling
these memories and more remain
i remember winter
and i remember strain
like the sound of your voice, breaking
these memories and more remain
i remember the nights
and i remember pain
like the sound of your voice, alone
these memories and more remain
so where do we begin
and what else can we say?
when the lines are all drawn
what should we do today?
close our eyes awhile
as morning shadows play
and listen to the rain
wash the long night away
face to face we'll awake
to see another day
and with hope in our hearts
embrace this shade of gray
this pleasant shade of gray
Self-deception exists when there is any form of craving or attachment: attachment to a prejudice, to an experience, to a system of thought. Consciously or unconsciously, the experiencer is always seeking greater, deeper, wider experience; and as long as the experiencer exists, there must be delusion in one form or another.
"All this involves time and patience, doesn't it?"
Time and patience may be necessary for the achievement of a goal. An ambitious man, worldly or otherwise, needs time to gain his end. Mind is the product of time, as all thought is its result; and thought working to free itself from time only strengthens its enslavement to time. Time exists only when there is a psychological gap between what is and what should be, which is called the ideal, the end. To be aware of the falseness of this whole manner of thinking is to be free from it - which does not demand any effort, any practice. Understanding is immediate, it is not of time.
"The meditation I have indulged in can have meaning only when it is seen to be false, and I think I see it to be false. But..."
Please don't ask the inevitable question as to what there will be in its place, and so on. When the false has dropped away, there is freedom for that which is not false to come into being. You cannot seek the true through the false; the false is not a steppingstone to the true. The false must cease wholly, not in comparison to the true. There is no comparison between the false and the true; violence and love cannot be compared. Violence must cease for love to be. The cessation of violence is not a matter of time. The perception of the false as the false is the ending of the false. Let the mind be empty, and not filled with the things of the mind. Then there is only meditation, and not a meditator who is meditating.
"I have been occupied with the meditator, the seeker, the enjoyer, the experiencer, which is myself. I have lived in a pleasant garden of my own creation, and have been a prisoner therein. I now see the falseness of all that - dimly, but I see it."
Jiddu Krishnamurti
Commentaries on Living Series III Chapter 2
'Self-knowledge or Self-hypnosis?'
"I was a poet animated
by philosophy, not a philosopher
with poetic faculties.
I loved to admire the beauty
of things, to trace in the imperceptible through
the minute the poetic soul
of the universe."
Fernando Pessoa
t.
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