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terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

United in a scream...











United in a scream...





The bridges we build will burn down...


















"Não está consciente disto? Das suas acções óbvias, do seu sofrimento esmagador? Quem criou isto a não ser cada um de nós? Quem é responsável por isto a não ser cada um de nós? Como criamos o bem, embora pequeno, também criamos o mal, embora vasto. Bem e mal são parte de nós e são, também, independentes de nós. Quando pensamos-sentimos limitadamente, invejosamente, com ganância e ódio, estamos adicionar ao mal que se volta e nos despedaça. Este problema de bem e mal, este problema conflituante, está sempre connosco já que o estamos a criar. Tornou-se parte de nós, este querer e não querer, amar e odiar, pedir e renunciar. Estamos continuamente a criar esta dualidade em que pensamento-sentimento fica preso. Pensamento-sentimento só pode ir além e acima do bem e seu oposto quando compreender a sua causa. Na compreensão de mérito e demérito há liberdade dos dois. Os opostos não podem se fundir e têm que ser transcendidos através da dissolução do anseio. Cada oposto tem que ser ponderado, sentido, tão extensa e profundamente quanto possível, através de todas as camadas da consciência. Através desta ponderação, sentimento, uma nova compreensão é despertada, que não é produto de anseio ou do tempo. Existe mal no mundo para o qual contribuímos como contribuímos para o bem. O homem parece se unir mais pelo ódio do que pelo bem. Um homem sábio percebe a causa de bem e mal, e pela compreensão liberta o pensamento-sentimento disto."

(...)






"Pergunto-me se existe tal coisa como o mal? Por favor, dê a sua atenção, venha comigo, vamos investigar juntos. Dizemos que existe o bem e mal. Existe inveja e amor, e dizemos que inveja é mal e amor é bem. Por que nós dividimos a vida, chamando isto de bem e aquilo de mal, criando, assim, o conflito dos opostos? Não que não exista inveja, ódio, brutalidade na mente e no coração humano, uma ausência de compaixão, amor, mas por que dividimos a vida na coisa chamada bem e na coisa chamada mal? De facto, não existe apenas uma coisa, que é uma mente não atenta? Certamente, quando há completa atenção, isto é, quando a mente está totalmente consciente, alerta, vigilante, não existe tal coisa como bem ou mal; existe apenas um estado alertado. Aí bondade não é uma qualidade, não é uma virtude, é um estado de amor. Quando existe amor, não há bom ou mau, existe apenas amor. Quando realmente ama alguém, não está a pensar em bom ou mau, todo o seu ser está pleno desse amor. Apenas quando há a cessação completa da atenção, do amor, surge o conflito entre o que eu sou e o que eu deveria ser. Então, aquilo que eu sou é mau, e aquilo que eu deveria ser é chamado bom. Olhe a sua própria mente e verá que no momento em que a mente pára de pensar em termos de se tornar uma coisa, há uma cessação de acção que não é estagnação; é um estado de total atenção, que é bondade."

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"Vê que a maioria de nós está em conflito, vive uma vida de contradição, não só exteriormente, mas também interiormente. Contradição implica esforço. Onde há esforço, há desperdício, há desperdício de energia. Onde há contradição, há conflito. Onde há conflito, há esforço para superar esse conflito que é outra forma de resistência. E onde resistir, há também uma certa forma de energia engendrada, sabe que quando resiste a alguma coisa, essa própria resistência cria energia.
Toda a acção se baseia neste atrito que eu devo e eu não-devo. E esta forma de resistência, esta forma de conflito, gera energia; mas essa energia, se olhar de perto, é muito destrutiva; não é criativa. A maioria das pessoas está em contradição. E se elas têm um dom, um talento para escrever ou pintar, fazer isto ou aquilo, a tensão dessa contradição lhes confere a energia para expressar, criar, escrever, ser. Quanto maior a tensão, maior o conflito, maior é o rendimento, e é isso que chamamos de criação. Mas isto não é absolutamente criação. É o resultado do conflito. Encarar o facto de que está em conflito, que está em contradição, trará essa qualidade de energia que não é o resultado da resistência."

(...)





"Conflito de qualquer tipo, fisicamente, psicologicamente, intelectualmente, é um desperdício de energia. Por favor, é extraordinariamente difícil compreender e estar livre disto porque a maioria de nós é educada para lutar, fazer esforço. Quando estamos na escola, essa é a primeira coisa que nos ensinam, fazer esforço. E essa luta, esse esforço é levado pela vida afora, ou seja, para ser bom, tem que lutar, deve brigar como o diabo , resistir, controlar. Assim, educacionalmente, sociologicamente, religiosamente, os seres humanos são ensinados a lutar. Dizem-lhe que para encontrar Deus, tem que trabalhar, se disciplinar, praticar, retorcer e torturar a sua alma, a sua mente, o seu corpo, negar, suprimir; que não deve olhar; que deve lutar, lutar, lutar nesse chamado nível espiritual que não é absolutamente nível espiritual. Então, socialmente cada um é por si, pela sua família.
Assim, por todo lado, estamos a desperdiçar energia. E esse desperdício de energia em essência é conflito: o conflito entre “Eu deveria” e “Eu não deveria”, “Eu devo” e “Eu não devo”. Uma vez criada a dualidade, o conflito é inevitável. Então a pessoa tem que compreender esta totalidade do processo da dualidade, não que não exista homem e mulher, verde e vermelho, luz e escuridão, alto e baixo; tudo isso são factos. Mas no esforço que passa por esta divisão entre o facto e a ideia, há desperdício de energia."

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"A sua tendência, as suas propensões, a sua inclinação, o seu substrato social, religião, tudo isso empurra-o em certa direcção, e diz que está a escolher. Veja senhor, eu questiono todo este modo de escolher. Por que eu deveria escolher? Se um homem é livre, ele não tem escolha. Não existe a questão da escolha. Fim. Por isso eu disse no início que para estabelecer uma discussão séria, deve haver este exame de liberdade e paz. De outro modo não pode prosseguir."

(...)




"Parece-me que é importante compreender que o conflito de qualquer espécie não produz pensamento criativo. Até compreendermos o conflito e a natureza do conflito, e com o que a pessoa está em conflito, meramente lutar com um problema, ou com um conteúdo ou meio, é completamente inútil. Assim como todas as guerras criam deterioração e inevitavelmente produzem mais guerras, mais miséria, também lutar com o conflito leva a mais confusão. Então, o conflito dentro da pessoa, projectado externamente, cria confusão no mundo. É portanto necessário, não é? Compreender o conflito e ver que conflito de qualquer espécie não produz pensamento criativo, de seres humanos sensatos. E contudo toda a nossa vida é gasta em lutas, e consideramos que as lutas são parte necessária da existência. Existe conflito dentro da pessoa e com o meio ambiente, meio ambiente sendo a sociedade, que é a nossa relação com as pessoas, com as coisas, e com as ideias. Esta luta é considerada inevitável, e pensamos que a luta é essencial no processo da existência. Ora, é assim? Existe algum modo de viver que exclui a luta, no qual existe uma possibilidade de entendimento sem o usual conflito? Não sei se notaram que quanto mais luta com um problema psicológico, mais confuso e enredado fica; e que apenas quando cessa a luta, todo o processo de pensamento, o entendimento surge. Então, temos que investigar se o conflito é essencial, e se o conflito é produtivo."

Jiddu Krishnamurti
"The book of life"



















 






"Men are prone to take dreams for things, false things for things true and to hold reality by nothingness."

Fernando Pessoa










"No man is normal, perfect — this is true. A normal man were a man incapable of being affected by disease. For every disease (as I think) predisposition is necessary, a predisposition of the organism to disease. The degree of predisposition is the degree of abnormality. Every disease supposes predisposition to it, even as every real thing supposes its own personality, since it is real."

Fernando Pessoa











"Let us not curse, let us not sneer at man that the sentiment of this pain is primary and conducive to the sentiment of another’s pain. Let us not smile that it is by egotism and by selfishness that men pass to altruism. Like all human things this is a matter for tears."

Fernando Pessoa



The bridges we build 
will burn down...





The bridges we build 
will burn down...


t.































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