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sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

See you in your mirror...










     See you in your mirror...     




















    Insiste em ti mesmo    


Insiste em ti mesmo; nunca imites. 
A todo o momento, podes exibir o teu próprio dom com a força cumulativa de toda uma vida de estudo; mas do talento imitado de outro tens apenas posse parcial e momentânea. 
Aquilo que cada um sabe fazer de melhor só pode ser ensinado por quem o faz. 
Ninguém sabe ainda o que seja, nem o pode saber, enquanto essa pessoa não o demonstrar. 
Onde está o mestre que pudesse ter ensinado Shakespeare? 
Onde está o mestre que pudesse ter instruído Franklin, ou Washington, ou Bacon, ou Newton?
 Todo o grande homem é único. 


Ralph Waldo Emerson
"Essays"
































































TITO COLAÇO
XXXI___I___MMXIV













quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Viam tuam abi...



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      Viam tuam abi...      
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 Deixa o que seduz a multidão 

Se nós nada fizermos senão de acordo com os ditames da razão, também nada evitaremos senão de acordo com os ditames da razão. 
Se quiseres escutar a razão, eis o que ela te dirá: deixa de uma vez por todas tudo quanto seduz a multidão! 
Deixa a riqueza, deixa os perigos e os fardos de ser rico; deixa os prazeres, do corpo e do espírito, que só servem para amolecer as energias; deixa a ambição que não passa de uma coisa artificialmente empolada, inútil, inconsciente, incapaz de reconhecer limites, tão interessada em não ter superiores como em evitar até os iguais, sempre torturada pela inveja, e uma inveja ainda por cima dupla. 
Vê como de facto é infeliz quem, objecto de inveja ele próprio, tem inveja por outros.
Não estás a ver essas casas dos grandes senhores, as suas portas cheias de clientes que se atropelam na entrada?
Para lá entrares, teria de sujeitar-te a inúmeras injúrias, mas mais ainda terias de suportar se entrasses. 
Passa frente às escadarias dos ricos senhores, aos seus átrios suspensos como terraços: se lá puseres os pés será como estares à beira de uma escarpa, e de uma escarpa prestes a ruir. 
Dirige ante os teus passos na via da sapiência, procura os seus domínios cheios de tranquilidade, mas também de horizontes ilimitados. 
Tudo quanto entre os homens é tomado como coisa eminente, muito embora de valor reduzido e só notável em comparação com as coisas mais rasteiras, mesmo assim só é acessível através de difíceis e duros atalhos. 
A via que conduz ao cume da dignidade é extremamente árdua; mas se te dispuseres a trepar até estas alturas sobre as quais a fortuna não tem poder, então poderás ver a teus pés tudo quanto a opinião vulgar considera eminentíssimo, e desse ponto em diante o teu caminho será plano até ao supremo bem. 

Séneca
"Cartas a Lucílio"































































TITO COLAÇO
XXIX____I____MMXIV








____________________________________________________________________________________________________Viam tuam abi...
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      Viam tuam abi...      
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Viam tuam abi...______________







We are eternal light...








We are eternal light...






























 O ingrato e o seu oposto 

O ingrato tortura-se e aflige-se a si mesmo; odeia os benefícios que recebe por ter de retribuí-los, procura reduzir a sua importância e, pelo contrário, agigantar enormemente as ofensas que lhe foram causadas. 
Há alguém mais miserável do que um homem que se esquece dos benefícios para só se lembrar das ofensas? 
A sabedoria, pelo contrário, valoriza todos os benefícios, fixa-se na sua consideração, compraz-se em recordá-los continuamente. 
Os maus só têm um momento de prazer, e mesmo esse breve: o instante em que recebem o benefício; o sábio, pelo seu lado, extrai do benefício recebido uma satisfação grande e perene. 
O que lhe dá prazer não é o momento de receber, mas sim o facto de ter recebido o benefício; isto é para ele algo de imortal, de permanente. 
O sábio não tem senão desprezo por aquilo que o lesou; tudo isso ele esquece, não por incúria, mas voluntariamente. 
Não interpreta tudo pelo pior, não procura descobrir o culpado do que lhe sucedeu, preferindo atribuir os erros dos homens à fortuna.
Não atribui más intenções às palavras ou aos olhares dos outros, antes procura dar do que lhe fazem uma interpretação benevolente. 
Prefere lembrar-se do bem que lhe fizeram, e não do mal; tanto quanto pode, guarda na memória os benefícios precedentes e não muda de disposição para com aqueles a quem deve algum favor a não ser que as suas más acções sejam de longe mais graves, numa desproporção evidente mesmo a quem não a quer ver; e até neste caso o sábio terá por eles, depois de uma considerável ofensa, sentimentos idênticos aos que tinha antes do favor recebido. 
Na realidade, mesmo quando a ofensa é equivalente ao benefício, permanece na nossa alma um certo sentido de benevolência. 


Séneca
"Cartas a Lucílio"























 Somos aquilo que Pensamos 



Os nossos pensamentos determinam aquilo que somos. 
A nossa atitude mental é o factor X que determina o nosso destino. Emerson disse: «Um homem é aquilo em que pensa o dia inteiro». Como poderia ser outra coisa qualquer? Estou convencido, sem qualquer sombra de dúvida, que o maior problema que temos de enfrentar - na realidade, trata-se praticamente do único problema que temos de enfrentar - é a escolha dos pensamentos certos. 
Se conseguirmos, estaremos no caminho certo para resolver todos os nossos problemas. 
Marco Aurélio, o grande filósofo que governou o Império Romano, resumiu esta questão em onze palavras — onze palavras que podem determinar o seu destino: 
«A nossa vida é aquilo que os nossos pensamentos fazem dela». 
É verdade, se pensarmos em coisas felizes, seremos felizes. 
Se pensarmos em desgraças, seremos uns desgraçados. 
Se pensarmos em coisas assustadoras, viveremos com medo. Se pensarmos em doenças, ficaremos provavelmente doentes. 
Se pensarmos em falhar, é certo que falhamos. 
Se ficarmos mergulhados em autocomiseração, vão todos afastar-se de nós e evitar-nos. Norman Vincent Peale afirmou: «Tu não és o que pensas que és; tu és o que tu pensas». 
Estarei eu a defender uma típica atitude de Pollyanna (clássico de Eleane H. Porter, que retrata uma personagem excessivamente optimista) em relação aos nossos problemas? 
Não, infelizmente, a vida não é assim tio simples. 
Mas defendo que devemos assumir uma atitude positiva em vez de uma atitude negativa. 
Por outras palavras, temos de dar importância aos nossos problemas, mas não preocupar-nos como eles. 
Qual é a diferença entre dar importância e preocupar-se? Eu dou um exemplo: sempre que atravesso as ruas congestionadas de Nova Iorque, dou importância àquilo que estou a fazer, mas não me preocupo. 
Dar importância significa ter consciência dos problemas e tomar calmamente as medidas necessárias. 
Preocupar-se significa andar inutilmente às voltas até dar em louco. 
Uma pessoa pode dar importância aos seus problemas sérios e, ainda assim, caminhar de cabeça erguida e com um cravo na lapela. 


Dale Carnegie
 "Como deixar de se preocupar e começar a viver"


























































TITO COLAÇO
XXIX___I___MMXIV










We are eternal light...
We are eternal light...
We are eternal light...


We are eternal light...
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terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Your Universe...






Your Universe...





















 O universo é o sonho de um sonhador infinito 

1. Não conhecemos senão as nossas sensações. O universo é pois um simples conceito nosso. 

2. O universo porém — ao contrário de e em contraste com, as nossas fantasias e os nossos sonhos — revela, ao ser examinado, que tem uma ordem, que é regido por regras sem excepção a que chamamos leis. 

3. Àparte isso, o universo, ou grande parte dele, é um «conceito» comum a todos os que são constituídos como nós: isto é, é um conceito do espírito humano. 

4. O universo é considerado objectivo, real — por isso e pela própria constituição dos nossos sentidos. 

5. Como objectivo, o universo é pois o conceito de um espírito infinito, único que pode sonhar de modo a criar. 
O universo é o sonho de um sonhador infinito e omnipotente. 

6. Como cada um de nós, ao vê-lo, ouvi-lo, etc., cria o universo, esse espírito infinito existe em todos nós. 

7. Como cada um de nós é parte do universo, esse espírito infinito, ao mesmo tempo que existe em nós, cria-nos a nós. 
Somos distintos e indistintos dele. 

8. A «Causa imanente», como é definida, tem que, ao criar, criar infinitamente. Em si mesma é infinita como uma, extra-numericamente; nos seres é infinita como inúmera, numericamente. Num caso é o indivisível, no outro infinitamente divisível. As almas são pois em número infinito. 

9. Tudo o que é criado é infinito, pois a Causa Infinita não pode criar senão infinito. Por isso tudo material, se tudo de natureza oposta à Causa Infinita, é infinitamente divisível e multiplicável (eternidade do tempo, infinidade do espaço). 
Só pode criar finitos em número infinito. Por isso tudo espiritual, isto é, não-espacial, como é da natureza da Causa, é indivisível. 
É portanto imortal. 


Fernando Pessoa
"Textos Filosóficos"





















 O centro do universo 

Se todo o indivíduo pudesse escolher entre o seu próprio aniquilamento e o do resto do mundo, não preciso dizer para que lado, na maioria dos casos, penderia a balança. 
Conforme essa escolha, cada um faz de si o centro do universo, refere tudo a si mesmo e considera primeiramente tudo o que acontece - por exemplo, as maiores mudanças no destino dos povos - do ponto de vista do seu interesse. Ainda que este seja muito pequeno e remoto, é nele que pensa acima de tudo. 
Não existe contraste maior do que aquele entre a alta e exclusiva divisão, que cada um faz dentro do seu próprio eu, e a indiferença com a qual, em geral, todos os outros consideram aquele eu, bem como o primeiro faz com o deles.
Chega a ter o seu lado cómico ver os inúmeros indivíduos que, pelo menos no aspecto prático, consideram-se exclusivamente reais e aos outros, de certo modo, como meros fantasmas. 
(...)
O único universo que todos realmente conhecem e do qual têm consciência é aquele que carregam consigo como sua representação e que, portanto, constitui o seu centro. 
É justamente por isso que cada um é em si mesmo tudo em tudo. 


Arthur Schopenhauer
 "A Arte de Insultar"



























































TITO COLAÇO
XXVIII___I___MMXIV