Páginas

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Your conscience...








A tua consciência...































A consciência débil da nossa autenticidade


A consciência que te acompanha no que vais sendo é o puro registo disso que vais sendo para o poderes ler, se quiseres, depois de já ter sido. 
Mas no instante de seres o que és, o que és é apenas, por uma decisão anterior ao decidires. 
O que és é-lo onde a tua realidade profunda em profundeza obscura se realizou. 
O que és é-lo no absoluto de ti. 
A consciência testifica-nos apenas como o ser privilegiado que sabe o que é por aquilo que vai sendo e pode assim reconverter-se à posse iluminada disso que vai sendo. 
A consciência constata mas não interfere senão para se não ser mais o que se foi, ou mais rigorosamente, para se não querer ser o que se é - o que é ser-se ainda, embora de outra maneira.
Porque se neste instante me sobreponho, ao que sou, outra maneira de ser - a consciência que me altera o primeiro modo de ser é a paralela iluminação do modo de ser segundo. 
Decidi ainda antes de decidir, quando decidi não ser o que primeiramente decidira. 
Assim no torvelinho dos actos que me presentificam e da consciência desses actos, sempre o insondável de nós se abre para lá do que podemos sondar. 
Sempre a realidade de nós é a realidade original que na origens se gera. Sempre a autenticidade de nós está a uma distância infinita das razões que a justificam. 


Vergílio Ferreira
"Invocação ao meu corpo"














































































   Hoje tomei a decisão de ser Eu   

Hoje, ao tomar de vez a decisão de ser Eu, de viver à altura do meu mister, e, por isso, de desprezar a ideia do reclame, e plebeia sociabilizacão de mim, do Interseccionismo, reentrei de vez, de volta da minha viagem de impressões pelos outros, na posse plena do meu Génio e na divina consciência da minha Missão. 
Hoje só me quero tal qual meu carácter nato quer que eu seja; e meu Génio, com ele nascido, me impõe que eu não deixe de ser. 
Atitude por atitude, melhor a mais nobre, a mais alta e a mais calma. Pose por pose, a pose de ser o que sou. 
Nada de desafios à plebe, nada de girândolas para o riso ou a raiva dos inferiores. 
A superioridade não se mascara de palhaço; é de renúncia e de silêncio que se veste. 
O último rasto de influência dos outros no meu carácter cessou com isto. Reconheci — ao sentir que podia e ia dominar o desejo intenso e infantil de « lançar o Interseccionismo» — a tranquila posse de mim. 
Um raio hoje deslumbrou-me de lucidez. Nasci. 


Fernando Pessoa
"Páginas Íntimas e de Auto-Interpretação"






















































Hello captain bring me down
I see you've worked your way right through the crowd to me
I couldn't help but see you fall
You were the one that had it all
And now you've come to pay your debts
So we forgive and you forget

The more you live the more you learn
Ain't it funny how the tables turn on you

Hello captain bring me down
Put your feet back on the ground
Hello captain bring me down

When we were young you were so cool and
All the kids they thought that you were the one to be
But playground heroes never fall
They just drown their youth in alcohol and 
Watch it slowly fade away
Live to drink another day

You can't make right the things you've wronged
Your glory days have come and gone away

Hello captain bring me down
Put your feet back on the ground
Hello captain bring me down

You wanna leave it all behind you
But you just won't let it go
Oh no, oh no

Solo

The more you live the more you learn
Ain't it funny how the tables turn on you

Hello captain bring me down
Put your feet back on the ground
Hello captain bring me down
Put your feet back on the ground
Hello captain bring me down

Hello captain bring me down
I see you've worked your way right through the crowd to me
I couldn't help but see you fall
You were the one that had it all
And now you've come to pay your debts
So we forgive and you forget.


DANGER DANGER 
"Captain Bring Me Down"











   Escravo de si mesmo   


A suposição de que a identidade de uma pessoa transcende, em grandeza e importância, tudo o que ela possa fazer ou produzir é um elemento indispensável da dignidade humana. 
(...) 
Só os vulgares consentirão em atribuir a sua dignidade ao que fizeram; em virtude dessa condescendência serão «escravos e prisioneiros» das suas próprias faculdades e descobrirão, caso lhes reste algo mais que mera vaidade estulta, que ser escravo e prisioneiro de si mesmo é tão ou mais amargo e humilhante que ser escravo de outrem. 

Hannah Arendt
"A Condição Humana"
















TITO COLAÇO
XVI______I______MMXIV














0 comentários:

Enviar um comentário