We are eternal light...
O ingrato e o seu oposto
O ingrato tortura-se e aflige-se a si mesmo; odeia os benefícios que recebe por ter de retribuí-los, procura reduzir a sua importância e, pelo contrário, agigantar enormemente as ofensas que lhe foram causadas.
Há alguém mais miserável do que um homem que se esquece dos benefícios para só se lembrar das ofensas?
A sabedoria, pelo contrário, valoriza todos os benefícios, fixa-se na sua consideração, compraz-se em recordá-los continuamente.
Os maus só têm um momento de prazer, e mesmo esse breve: o instante em que recebem o benefício; o sábio, pelo seu lado, extrai do benefício recebido uma satisfação grande e perene.
O que lhe dá prazer não é o momento de receber, mas sim o facto de ter recebido o benefício; isto é para ele algo de imortal, de permanente.
O sábio não tem senão desprezo por aquilo que o lesou; tudo isso ele esquece, não por incúria, mas voluntariamente.
Não interpreta tudo pelo pior, não procura descobrir o culpado do que lhe sucedeu, preferindo atribuir os erros dos homens à fortuna.
Não atribui más intenções às palavras ou aos olhares dos outros, antes procura dar do que lhe fazem uma interpretação benevolente.
Prefere lembrar-se do bem que lhe fizeram, e não do mal; tanto quanto pode, guarda na memória os benefícios precedentes e não muda de disposição para com aqueles a quem deve algum favor a não ser que as suas más acções sejam de longe mais graves, numa desproporção evidente mesmo a quem não a quer ver; e até neste caso o sábio terá por eles, depois de uma considerável ofensa, sentimentos idênticos aos que tinha antes do favor recebido.
Na realidade, mesmo quando a ofensa é equivalente ao benefício, permanece na nossa alma um certo sentido de benevolência.
Séneca
"Cartas a Lucílio"
Somos aquilo que Pensamos
Os nossos pensamentos determinam aquilo que somos.
A nossa atitude mental é o factor X que determina o nosso destino. Emerson disse: «Um homem é aquilo em que pensa o dia inteiro». Como poderia ser outra coisa qualquer? Estou convencido, sem qualquer sombra de dúvida, que o maior problema que temos de enfrentar - na realidade, trata-se praticamente do único problema que temos de enfrentar - é a escolha dos pensamentos certos.
Se conseguirmos, estaremos no caminho certo para resolver todos os nossos problemas.
Marco Aurélio, o grande filósofo que governou o Império Romano, resumiu esta questão em onze palavras — onze palavras que podem determinar o seu destino:
«A nossa vida é aquilo que os nossos pensamentos fazem dela».
É verdade, se pensarmos em coisas felizes, seremos felizes.
Se pensarmos em desgraças, seremos uns desgraçados.
Se pensarmos em coisas assustadoras, viveremos com medo. Se pensarmos em doenças, ficaremos provavelmente doentes.
Se pensarmos em falhar, é certo que falhamos.
Se ficarmos mergulhados em autocomiseração, vão todos afastar-se de nós e evitar-nos. Norman Vincent Peale afirmou: «Tu não és o que pensas que és; tu és o que tu pensas».
Estarei eu a defender uma típica atitude de Pollyanna (clássico de Eleane H. Porter, que retrata uma personagem excessivamente optimista) em relação aos nossos problemas?
Não, infelizmente, a vida não é assim tio simples.
Mas defendo que devemos assumir uma atitude positiva em vez de uma atitude negativa.
Por outras palavras, temos de dar importância aos nossos problemas, mas não preocupar-nos como eles.
Qual é a diferença entre dar importância e preocupar-se? Eu dou um exemplo: sempre que atravesso as ruas congestionadas de Nova Iorque, dou importância àquilo que estou a fazer, mas não me preocupo.
Dar importância significa ter consciência dos problemas e tomar calmamente as medidas necessárias.
Preocupar-se significa andar inutilmente às voltas até dar em louco.
Uma pessoa pode dar importância aos seus problemas sérios e, ainda assim, caminhar de cabeça erguida e com um cravo na lapela.
Dale Carnegie
"Como deixar de se preocupar e começar a viver"
TITO COLAÇO
XXIX___I___MMXIV
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