O preço da independência
Por outro foste preterido num banquete, num elogio, na audição de um conselho. Caso se trate de provas de consideração, que o teu coração se alegre por esse outro com tais provas ter sido distinguido. Se coisas más são, não te lamentes por não teres sido convidado para o banquete, não teres merecido o elogio, não terem recorrido ao teu conselho. Que não te esqueças nunca do seguinte: se nada fazes para obteres o que não depende de nós (ao contrário dos outros que assim procedem) de maneira nenhuma podes aspirar às mesmas vantagens.
Na verdade, como se pode reconhecer os mesmos direitos aquele que se atreve às coisas do mundo e aquele que as menospreza? Aquele que integra um séquito e aquele que o não integra? Aquele que elogia e louva e aquele que não louva nem elogia? Insaciável e injusto tu serás, se, não sendo pródigo no preço pelo qual tais coisas se vendem, essas mesmas coisas, que regalias são, pretendas receber graciosamente.
Sabes tu por quanto se vendem as alfaces? Supõe que por um óbolo, a mais pequena das moedas gregas. Qualquer um, então, é pródigo com o seu óbolo e sem mais adquire as alfaces. Ora tu não despendeste nenhum dinheiro, pelo que nada poderás levar. Não penses que tens menos poder de compra do que aquele que deu o seu óbolo: ele conseguiu as alfaces, tem-nas em seu poder - mas tu tens em teu poder o óbolo que não quiseste dispensar.
Assim são as coisas do mundo. Alguém não te convidou para um banquete? Compreende-se: foste tu quem não deu a quem te convidou o preço justo pelo convite. Terias sido convidado se fosses liberal em cumprimentos, em louvores, em palavras de felicitação - e se, também da tua parte, delicadeza e cortesia não escasseassem. Se vantagem há para ti, tens de retribuir o convite com o pagamento da tua maneira de ser gentil. Mas se tens intenção de nada pagar e receber, então não passas de um sôfrego - e de um tolo.
Nada tens que possa substituir o banquete? Tens: contente ficaste por não ter elogiado quem tu não desejavas - e exposto não ficaste às insolências de quem controlava as entradas para o banquete.
Epicteto
"Manual"
TITO COLAÇO
Terça-feira, 06 de Agosto de 2013
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