Páginas

domingo, 14 de setembro de 2014

Amor et potestas impaciens consortis...









Amor et potestas impaciens consortis





_______________________________________________________________
______________
O amor nunca
se ajusta.
______________


Pode tratar  as palestras que temos tido como uma troca de ideias, como um processo de aceitar novas ideias e descartar antigas, ou como um processo de negar novas ideias e se prender às antigas. 
Nós não estamos absolutamente a tratar de ideias. Estamos a tratar de factos. 
E quando se está interessado em factos, não existe ajustamento, ou o aceita ou o nega. 
Ou pode dizer, “Não gosto dessas ideias, prefiro as antigas, vou viver na minha própria confusão” ou pode seguir com o facto. 
Não pode entrar num acordo, não se pode ajustar. Destruição não é ajustamento. 
Ajustar-se, dizer, “Eu devo ser menos ambicioso, não tão invejoso”, não é destruição. 
E a pessoa deve, certamente, ver a verdade que ambição, inveja, é feia, estúpida, e a pessoa deve destruir todos estes absurdos. 
O amor nunca se ajusta. 
Apenas o desejo, o medo, a esperança se ajustam. 
É por isso que o amor é uma coisa destrutiva, porque ele se recusa a adaptar-se ou a se conformar num padrão. 
Então, começamos a descobrir que quando há a destruição de toda a autoridade que o homem criou para si mesmo no seu desejo de estar seguro interiormente, então há criação. 
Destruição é criação. 
Assim, se abandonou ideias, e não está a se ajustar ao seu próprio padrão de existência, ou a um novo padrão que pensa que o orador está a criar , se chegou tão longe , verá que o cérebro pode, e deve, funcionar só em relação a coisas externas, responder só a demandas externas, daí o cérebro ficar completamente quieto. 
Isto significa que a autoridade da experiência dele chegou ao fim, e, assim, ele é incapaz de criar ilusão.
E para descobrir o que é verdade, é essencial que o poder de criar ilusão sob qualquer forma chegue ao fim. 
E o poder de criar ilusão é o poder do desejo, o poder da ambição, de querer ser aquilo e não ser isso. 
Assim o cérebro deve funcionar neste mundo com razão, com sensatez, com clareza, mas internamente deve estar completamente quieto. 
É-nos dito pelos biólogos que se passaram milhões de anos até o cérebro chegar ao estágio actual, e que se passarão milhões de anos para se desenvolver mais. Ora, a mente religiosa não depende do tempo para o seu desenvolvimento. 
Gostaria que acompanhasse isto. O que quero transmitir, é que quando o cérebro, que deve funcionar com as suas respostas na existência externa, se torna quieto internamente, então não há mais o mecanismo de acumular experiência e conhecimento, e portanto, internamente ele está completamente quieto mas totalmente vivo, e então pode saltar o "milhão de anos".



J. Krishnamurti
Saanen 9th Public Talk 13th August 1961












































































































TITO COLAÇO


XIV ___ IX ___ MMXIV









0 comentários:

Enviar um comentário