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domingo, 23 de novembro de 2014

Master of illusion…


















  Master 
of                  
    illusion











 Não existe 
               embustes 
 com factos             



O conhecido é sempre o pouco, o fragmento, e com o pequeno buscamos o desconhecido.
Nunca deixamos o pouco partir, do pouco estamos certos, nele estamos seguros, pelo menos achamos que estamos.
Mas de facto não podemos estar certos de coisa alguma, excepto, provavelmente, em relação às coisas materiais e mecânicas, mas até estas podem falhar.
Mais ou menos, podemos confiar que coisas externas, como comboios, funcionam e podemos estar certos disto. Psicologicamente, internamente, não importa o quanto ansiamos, não existe certeza, nem permanência, nas nossas relações, nas nossas crenças, nos deuses do nosso cérebro.
O intenso desejo de certeza, de algum tipo de permanência e o facto de que não existe qualquer permanência é a essência do conflito, ilusão e realidade.
O poder de criar ilusão é imensamente mais significativo de se compreender do que compreender a realidade.
O poder de criar ilusão deve cessar completamente, não para adquirir realidade, não existe embustes com factos.
A realidade não é uma recompensa, o falso deve passar (para desaparecer), não para ganhar o que é verdadeiro, mas porque é falso.



JIDDU KRISHNAMURTI
Notebook, Part 3, Gstaad, Switzerland 13th July to 3rd September 1961






















                                   
When your desire seems to die away
And nothing ever stays the same
Now the fight gets harder
Day by day
You think you're loosing the game
Only shadows surrounding you
They passed without a trace
Now you've found your place
It isn't easy, when you've lost your way
Lost the way home
There's a feeling right inside you
Nowhere to roam
You had this vision you were
Lost in the kingdom of pain
All the fear that's inside of you
It all just seemed in vain
You're just a master of illusion
All the fear inside it still remains
Could it ever fade away?
But your spirit guides you, through the night
Close your eyes and then return
To the nightmare that's haunting you
You know you'll never see, and you'll never learn


Voodoo Circle
Master of illusion



























 O homem engana-se 

 a si próprio 



Os homens nunca revelam os verdadeiros objectivos pelos quais actuam. Intimamente, exageram os motivos baixos, materiais: publicamente, anunciam os motivos nobres, espirituais.
Mentem em ambos os casos.
Os homens não conhecem os outros nem a si próprios.
A maior parte dos homens vive de instinto, hábito e imitação, animalmente, por vezes, com intermédios de felicidade inconsciente.
Os poucos superiores sofrem, tentam, desesperam.
Os mais elevados são os que desejam apenas as coisas inacessíveis, impossíveis (amor perfeito, arte perfeita, felicidade, eternidade, etc.).
Todos os homens tentam enganar o próximo.
Todos os homens procuram superar e dominar o próximo.
Todos os homens se imaginam no bem, no passado ou no futuro.
Todos os homens se esquecem dos verdadeiros fins e fazem dos meios os seus objectivos.
Para onde quer que os homens se voltem, depara-se-lhes o impossível.
Todos os homens se julgam mais que os outros.
Não basta aos homens possuir um bem, se não for maior que o do próximo.
E obtido um bem, cansam-se dele (saciedade, náusea), ou então têm medo de o perder e padecem, ou desejam outro. Para obterem um bem imediato, não pensam no mal próximo que advirá.
Todos tentam extrair dos outros mais do que podem: os industriais dos compradores, os patrões dos operários, os operários dos patrões, etc., etc., e dar o menos que podem, e como todos fazem o mesmo, a vida é uma contenda, um engano, sem vantagem para ninguém.


Giovanni Papini

    “Relatório sobre os homens”    









































Tito Colaço
XXIII      XII      MMXIV














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