What
is
creation?
Pergunta: Toda a arte tem uma técnica própria, e é preciso
esforço para dominar a técnica. Como se pode harmonizar a criação com a
perfeição técnica?
Krishnamurti: Não se pode harmonizar a criação com a perfeição técnica.
Krishnamurti: Não se pode harmonizar a criação com a perfeição técnica.
Podeis tocar piano com perfeição, e não ser
criador, podeis tocar piano brilhantemente, e não ser músico.
Podeis saber manejar as cores, espalhar tintas na tela
com muita habilidade, e não ser um pintor criador.
A criação vem em primeiro lugar, e não a técnica, e é
por isso que somos infelizes toda a vida: temos técnica, sabemos edificar uma
casa, construir uma ponte, montar um motor, educar os nossos filhos de acordo
com um sistema.
Aprendemos todas essas técnicas, mas os nossos
corações e as nossas mentes estão vazios.
Somos máquinas de primeira ordem, sabemos operar
maravilhosamente, mas não sabemos amar.
Podeis ser um bom engenheiro, podeis ser pianista,
podeis escrever num belo estilo, em inglês, ou em marathi, ou na língua que
falais, mas a capacidade criadora não decorre da técnica.
Se tendes algo para dizer, vós criais o vosso próprio
estilo, mas quando nada tendes para dizer, ainda que tenhais um belo estilo, o
que escreveis não passa de rotina tradicional, uma repetição, com palavras
novas, da mesma velharia.
Se vos observardes a vós mesmos muito criticamente,
vereis que a técnica não conduz à capacidade criadora, mas quando tendes a
capacidade criadora, podeis ter técnica no espaço de uma semana.
Para podermos expressar algo, é necessário que haja
algo para expressar, precisamos ter uma canção no coração, para cantar.
Precisamos ter sensibilidade, para receber e
expressar, mas a expressão é de muito pouca monta.
Só é importante a expressão quando quereis transmitir
a outrem, mas é insignificante a sua importância quando escrevemos para o nosso
próprio entretenimento.
Assim, tendo perdido a canção, saímos atrás do cantor. Aprendemos do cantor a técnica da canção, mas não temos a canção, e eu vos digo que a canção é essencial, que a alegria de cantar é essencial. Quando existe a alegria, a técnica pode ser formada do nada, inventareis a vossa própria técnica, não precisareis estudar elocução ou estilo.
Assim, tendo perdido a canção, saímos atrás do cantor. Aprendemos do cantor a técnica da canção, mas não temos a canção, e eu vos digo que a canção é essencial, que a alegria de cantar é essencial. Quando existe a alegria, a técnica pode ser formada do nada, inventareis a vossa própria técnica, não precisareis estudar elocução ou estilo.
Quando tendes, vedes, e o ver a beleza é uma arte.
A expressão desse ver se torna bela, tecnicamente
perfeita, quando tendes algo para dizer.
Ter uma canção no coração, esta é que é a coisa
importante, e não a técnica, embora a técnica seja essencial.
O que importa é ser criador.
Esse é um problema deveras importante, porque vós não
sois criadores, podeis procriar dezenas de filhos, mas isso é meramente
acidental, não é acção criadora.
Podeis ser capaz de escrever a respeito de homens de
pensamento criador, mas isso não é ser criador.
Podeis assistir a uma peça como expectadores, mas
nunca sois actores. Visto que se atribui importância cada vez maior à mera
aprendizagem de uma técnica, cumpre-vos descobrir o que é ser criador.
Como se pode ser criador?
Criação não é imitação.
A nossa vida, na sua totalidade, é imitativa, não
apenas no nível verbal, mas também interior e psicologicamente, nada mais é que
imitação, conformidade e disciplinamento.
Julgais que pode haver criação quando estais pensando
em conformidade com um padrão, uma técnica?
Só há criação quando estamos libertos da imitação, da
disciplina, o que significa estar liberto da autoridade, não apenas da
autoridade externa, mas também da autoridade interior da experiência, tornada
memória.
Também não pode haver criação se há temor, porque o
temor produz a imitação, o temor cria a cópia, o temor engendra o desejo de
estar em segurança, de estar certo, o qual, por sua vez, cria a autoridade, e
não há criação enquanto a mente se move do conhecido para o conhecido.
Enquanto a mente está ocupada pela técnica, pelo
saber, não pode haver criação.
O saber é do passado, do conhecido, e enquanto a mente
se move do conhecido para o conhecido não pode haver criação, porque a
modificação é mera continuidade modificada.
Só pode haver criação no findar, e não na
continuidade.
A maioria de nós não deseja findar, todos queremos
continuar, e a nossa continuidade não passa de continuidade da memória.
A memória pode ser colocada no nível do Atman, ou num
nível inferior, mas é sempre memória. E, enquanto todas essas coisas existirem,
não haverá criação.
Não é difícil ficar livre dessas coisas, mas isso
requer atenção, observação, a intenção de compreender, então, garanto-vos,
surgirá a criação.
Quando um homem deseja criar, deve perguntar a si mesmo e ver o que deseja criar: automóveis, máquinas de guerra, aparelhos de uso doméstico?
Quando um homem deseja criar, deve perguntar a si mesmo e ver o que deseja criar: automóveis, máquinas de guerra, aparelhos de uso doméstico?
O mero ocupar-se com coisas, distrai a mente e
prejudica a generosidade, a reacção instintiva à beleza. É isso o que estamos a
fazer, a maioria de nós, com as nossas mentes.
Enquanto a mente está activa, formulando, fabricando,
inventando, criticando, não pode haver criação, e eu vos asseguro que a criação
vem silenciosamente, com extraordinária rapidez, sem compulsão, ao
compreenderdes a verdade de que a mente precisa estar vazia, para que se
realize a criação.
Ao perceberdes a verdade disso, então
instantaneamente, há criação.
Não tendes de pintar um quadro, não precisais sentar-vos
numa cátedra, não precisais inventar novos teoremas matemáticos, porque a
criação não requer, necessariamente expressão.
A própria expressão a destrói.
Isso não significa que a não devais expressar, mas se
a expressão se torna mais importante do que a criação, então a criação se
retira.
Para vós, a expressão é de maior importância: pintar
um quadro e assinar o nome ao pé do mesmo!
Depois, quereis ver os que o apreciam, quem o irá
adquirir, quantos críticos escreveram a respeito e o que dizem, e quando
alcançais a celebridade, pensais ter alcançado algo muito importante!
Isso não é criação, e sim degeneração, desintegração.
A criação só se realiza quando a mente, com os seus
motivos e a sua corrupção, deixa de funcionar, e fazer a mente terminar não é
tarefa difícil, nem é tão pouco, a última tarefa que deveis empreender. Pelo
contrário, é a tarefa imediata.
As nossas vidas estão no presente, com as suas
misérias, a sua confusão, as suas aflições e lutas, a crescerem
extraordinariamente. Assim, a única coisa necessária é que a mente, que é
pensamento, cesse de funcionar, e então, asseguro-vos, conhecereis a criação.
Só há criação quando a mente, compreendendo a sua
própria insuficiência, a sua própria pobreza, a sua própria solidão,
finda.
Estando consciente de si mesma, ela põe fim a si
própria, então, aquilo que é criador, aquilo que é imensurável, aparece, subtil
e velozmente.
Para pôr fim ao processo do pensamento, precisamos
estar passivamente conscientes da nossa própria insuficiência, a nossa própria
pobreza, o nosso próprio vazio, sem lutar contra ele, só então surge aquela
coisa que não é produto da mente, e o que não é produto da mente é criação.
JIDDU
KRISHNAMURTI
“A arte da libertação”
“A arte da libertação”
No more living in yesterday
Just turn the page
Tomorrow's waiting
You can never be on your way
Only burnt out flames
Are living in yesterday
We're on borrowed time
So take what you can steal
We all gotta go sometime
So don't lose sight of what's real
We gotta break through the chains
That try to hold you back
No more running away
And try to keep it on the tracks
So when push comes to shove
Some will loose where some have won
No more living in yesterday
Just turn the page
Tomorrow's waiting
You can never be on your way
Only burnt out flames
Are living in yesterday
So hold tight
This ride ain't for the weak
It's more than meets the eye
It's whatever you can dream
We gotta break through the chains
That try to hold you back
No more running away from life
And keep it on the tracks
No more living in yesterday
Just turn the page
Tomorrow's waiting
You can never be on your way
Only burnt out flames
Are living in yesterday
Memories will die
While you're chasing them
You can't out run time anymore
Tomorrow is waiting
No more living in yesterday
Just turn the page
Tomorrow's waiting
You can never be on your way
Only burnt out flames
Are living in yesterday
HARRY HESS
“Living in yesterday”
TITO COLAÇO
XVI _ XI _ MMXIV
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