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segunda-feira, 3 de novembro de 2014

On our minds...































On our minds...





































O meio e o fim 
não estão separados


Podemos estudar história e traduzir o facto histórico de acordo com os nossos preconceitos, mas ter a certeza do futuro é viver em ilusão. 
O homem não é resultado de uma única influência, é vastamente complexo, e enfatizar uma influência enquanto minimiza outras é gerar um desequilíbrio que levará a ainda mais caos e miséria. 
O homem é um processo total. 
A totalidade deve ser compreendida e não apenas uma parte, ainda que temporariamente importante a sua parte possa ser. 
O sacrifício do presente pelo futuro é a insanidade daqueles que são enlouquecidos pelo poder, e o poder é maligno. 
Eles tomam para si o direito da direcção humana, são os novos sacerdotes. 
O meio e fim não estão separados, são um fenómeno conjunto, o meio cria o fim. 
Pela violência nunca poderá haver paz, um Estado policial não pode produzir um cidadão pacífico, pela compulsão, a liberdade não pode ser alcançada. 
Uma sociedade sem classes não pode ser estabelecida se o partido é todo-poderoso, ela nunca pode ser resultado de uma ditadura. Tudo isto é óbvio.


J. Krishnamurti
Commentaries on Living Series I 
Chapter 32  "Separateness"




















Justificar o mal...


Obviamente, a presente crise pelo mundo afora é excepcional, sem precedente.
Houve crises de vários tipos em diferentes períodos ao longo da história, sociais, nacionais, políticas.
As crises vão e vêm, recessões económicas, depressões, chegam, são modificadas e continuam sob diferente forma.
Sabemos disso, estamos familiarizados com esse processo.
Certamente a crise actual é diferente, não é?
É diferente, primeiro, porque estamos a tratar não com dinheiro nem com coisas tangíveis, mas com ideias.
A crise é excepcional porque está no campo da idealização.
Estamos a discutir com ideias, estamos a justificar o assassinato, em todo o lugar do mundo estamos a justificar o assassinato como meio para um fim correcto, o que em si não tem precedente. 
Antes, o mal era reconhecido como mal, assassinato era reconhecido como assassinato, mas hoje assassinato é um meio para se obter um resultado nobre.
O assassinato, seja de uma pessoa ou de um grupo de pessoas, é justificado, pois o assassino, ou o grupo que o assassino representa, o justifica como meio de obter um resultado que beneficiará o homem. 
Ou seja, nós sacrificamos o presente pelo futuro, e não importam os meios que empregamos desde que declaremos que o nosso propósito é produzir um resultado que afirmamos, será benéfico ao homem. 
Assim, a implicação é que um meio errado produzirá um fim correcto e justifica o meio errado através da idealização.
Nós temos uma magnífica estrutura de ideias para justificar o mal e, certamente, isso não tem precedente.
Mal é mal, não pode produzir bem.
A guerra não é um meio para a paz.


J. Krishnamurti
“The book of life”





































































Tito Colaço


III _ XI _ MMXIV












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