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domingo, 22 de maio de 2016

know himself...





Education 
is the understanding of 
oneself...














The ignorant man is not the unlearned, but he who does not know himself, and the learned man is stupid when he relies on books, on knowledge and on authority to give him understanding. 



Understanding comes only through self- knowledge, which is awareness of one's total psychological process. 



Thus education, in the true sense, is the understanding of oneself, for it is within each one of us that the whole of existence is gathered.


What we now call education is a matter of accumulating information and knowledge from books, which anyone can do who can read. 


Such education offers a subtle form of escape from ourselves and, like all escapes, it inevitably creates increasing misery. 


Conflict and confusion result from our own wrong relationship with people, things and ideas, and until we understand that relationship and alter it, mere learning, the gathering of facts and the acquiring of various skills, can only lead us to engulfing chaos and destruction.





know
himself...



  


"Como dissemos no outro dia, ter realmente uma educação significa não se conformar, não imitar, não fazer o que fazem milhões e milhões. Se estiverdes dispostos a isso, muito bem. 












Mas estai alerta para o que fazeis, brigas, ódio, antagonismo, divisão entre pessoas onde não há de facto nenhum relacionamento, guerras, se quiserdes realmente viver assim. 


Nesse caso, estareis a formular um convite a toda a confusão que existe em torno de vós, sereis parte dela, não haverá problema. 


Não se disserdes, `Não quero viver desse jeito´, tereis de descobrir um modo diferente de viver. E isso requer inteligência. O conformista não precisa ser inteligente, basta-lhe ser esperto.












O mundo é esse e aqui estais (Centro Educacional em Brockwood Park, Hampshire, Inglaterra) para ser educados em todos os departamentos da vida, tanto internos quanto externos. O que quer dizer: por dentro não tenhais medos. 


Não ter medos significa que precisais descobrir como viver sem medo; e por conseguinte, tendes de investigar o que é o medo. Ao indagar o que é o medo, a vossa mente se tornará inteligente; e a inteligência vos mostrará como se pode viver neste mundo de maneira equilibrada.



O medo é um dos grandes problemas do mundo, porventura o maior de todos. Por isso mesmo tendes de enfrentá-lo, compreendê-lo e alhear-vos dele.












Dissestes: `Tenho medo do desconhecido, do amanhã, do futuro´. Mas, afinal de contas, por que pensais no amanhã? 
Será esse um sinal de sensatez? Sois jovens, estais cheios da estranha beleza desta região rural, sois curiosos de pássaros, da vida, por que vos preocupais com o amanhã? 

Porque a vossa mãe, o vosso pai, os vizinhos já estão a perguntar o que vos acontecerá amanhã? São pessoas assustadas, por que lhes caís na armadilha? 

O mundo está-se a tornar cada vez mais povoado, sabeis o que isso significa? Creio que na Índia nascem, todos os anos, doze ou treze milhões de novos bebés. E na China muitos mais. 


O mundo está a ficar cada vez mais cheio de gente, e todos querem empregos, lares, filhos, posição, prestígio, poder, dinheiro. 












Quanto mais olhardes para isso, tanto mais assustados ficareis e perguntareis: `O que me acontecerá?´. 
Como sabereis agora o que fareis e o que sereis daqui a vinte anos? Vedes o que estais a fazer? 
Enquanto sois jovens, vivei, gozai, não penseis no futuro. 


Se viverdes agora sem medo, quando crescerdes sereis os mesmos, vivereis, pouco importa o que fordes, jardineiro ou cozinheiro, tanto faz, será sempre algo feliz para vós. 

Mas se disserdes: `Meu Deus, como me ajustarei a este mundo, como me aviarei quando tiver trinta anos?´, na realidade vos estareis a destruir.












Vede bem, cada geração se conforma, mais ou menos, com a geração anterior, de modo que nenhuma delas é uma nova geração. 

O que estamos a tentar fazer aqui é criar uma geração nova, ainda que sejam quarenta pessoas, isso já será suficientemente bom, que não sentirão medo, não se conformarão, terão inteligência bastante para descobrir o que fazer quando crescerem; essa inteligência vos dirá o que devereis fazer. Mas se tiverdes medo, daqui por diante estareis agarrados.

Tendes medo de ficar só? Sabeis o que quero dizer com isso? Tendes medo, Rachel? Tendes medo de ficar só? Não no escuro, não. 


`Só´ significa não ter companheiros, não depender de pessoas, das lisonjas delas, dos incentivos delas, de frases que elas possam dizer, como: `Sois maravilhosa!´. Dependeis de alguém? 












Dependemos, obviamente, do leiteiro, de quem nos fornece os alimentos, de quem os cozinha, somos dependentes dessa maneira. Mas dependemos emocionalmente de alguém? 


Averiguai-o! Examinai o caso. O amor exige dependência? 
`Eu vos amo´, quer dizer, dependo de vós? 
Ou dependo de mim emocionalmente? 






Posso ganhar dinheiro, esse é um tipo diferente de dependência. Mas psicológica, interiormente, nos nossos sentimentos, quando dizemos `Amo´, significa isso, por acaso, que dependo de vós, que sem vós eu estaria perdido? 

O amor é gostar e desgostar?



Essa é uma forma de dependência, estais a compreender? Percebeis a diferença entre gostar e amar, entre amor e prazer? Gostar é uma forma de prazer, não é?






Pergunta: Se eu disser, `Gosto de vós´, estarei a dizer que escolhi, mas se eu não escolher, está tudo bem.


J. Krishnamurti: Atentai! Estou a dizer: dependeis psicologicamente de alguém? Se dependerdes, nisso haverá medo. 

Porque, se alguma coisa vos acontecer, ficarei assustado. Ficarei com ciúme se olhardes para outra pessoa. O que dá a entender que vos possuo, certo? 

Dependo de vós, por isso preciso certificar-me de que vos possuo em todos os sentidos, pois de contrário, estarei perdido. Por isso tenho medo, por isso me torno cada vez mais dependente, cada vez mais ciumento. Dependeis de alguém? Toda essa dependência é geralmente chamada amor, não é?


Pergunta: Dependência é o medo de ficar `sem´.












J. Krishnamurti: Averiguai, não concordeis, verificai se sois dependente. Em seguida averiguai por que o sois, e vede quais são as implicações da dependência, o medo, a solidão, a falta de conforto. 

Se não dependerdes das pessoas não tereis medo. Não vos fará mossa ficar só. E não ficais só porque estais com medo; assim que ficais só, sois muito mais sincero, muito mais seguro, ninguém pode corromper-vos, ninguém pode magoar-vos. 

Portanto, verificai se sois dependente das pessoas. E não apenas das pessoas, mas também da bebida, do fumo, da prosa fiada, das cavaqueiras intermináveis a respeito de nada.


Pergunta: Nós dependemos dos nossos pais, não dependemos?


J. Krishnamurti: Dependemos dos nossos pais porque eles nos trouxeram ao mundo, sentem-se responsáveis por nós; e dependemos deles porque nos deram dinheiro para a nossa educação. É uma espécie diferente de dependência.


Pergunta: De uma dependência necessária.


J. Krishnamurti: Necessária. Eu dependo do carteiro. Quando entro num comboio, dependo do maquinista.


Pergunta: Somos dependentes quando pensamos sem cessar num objecto ou numa pessoa?


J. Krishnamurti: É claro que sim.


Pergunta: Parece-me que uma das principais coisas é que a sociedade depende da sua arte, que se torna parte de qualquer forma de auto-expressão, e a arte torna-se incrivelmente importante.


J. Krishnamurti: `Auto-expressão´, o que significa isso? 
`Preciso expressar-me´, `Preciso ser eu mesmo´. Examinai essas frases com cuidado. `Eu´ preciso expressar-me. `Eu´ preciso ser eu mesmo. `Eu´ preciso encontrar a minha identidade, eu. Conhecei-las todas. 

Agora, dizei-me: o que significa: `Eu preciso ser eu mesmo?´. Esse `eu´ é o medo, o `eu´ invejoso, o `eu´ que diz: `Tenho tanto medo do futuro, que é o que vai acontecer-me?´. 

O `eu´ que diz: `É a minha casa, o meu livro, o meu marido, o meu namorado?´. Esse é o `eu´, não é? E esse `eu´ proclama, `preciso expressar-me´, como tudo isso soa tolo! Não soa?


Pergunta: Expressão não é criatividade?












J. Krishnamurti: Averiguai-o. Expressão é criatividade? Pintar um quadro, escrever um poema, fazer um pote, é criatividade? 
Não estou a dizer que é nem que não é.


Pergunta: Isso dá existência a alguma coisa que antes não estava aqui.


J. Krishnamurti: Fazer alguma coisa que antes não estava aqui é ser criativo?


Pergunta: Não é o que quereis dizer?


J. Krishnamurti: Não sei. As pessoas dizem que expressão é criatividade. Acompanhai o raciocínio passo a passo, a auto-expressão é criativa. Auto-expressão: que vem a ser auto-expressão?


Pergunta: Esse tipo de criatividade é limitado.


J. Krishnamurti: Atentai para estas palavras: `Expresso-me, portanto sou criativo´. O que significam?


Pergunta: Talvez seja uma espécie de terapia, ser capaz de fazer isso.


J. Krishnamurti: Estais a dizer que, pelo facto de expressar-vos, vós vos tornareis saudáveis, sadios? Prestai atenção: `A auto-expressão é criativa´. Pensai nessa frase.


Pergunta: Imagino que seja uma simples identificação consigo mesmo.


J. Krishnamurti: Olhai apenas. O que é o `eu´? 
Examinai-o, não aceiteis esses termos: `Estou-me a expressar´. 
O que significam? Quem é o `eu´? 

Os meus cabelos compridos, os meus cabelos curtos, a minha raiva, o meu ciúme, as minhas lembranças, os meus prazeres, a minha antipatia, o meu sexo, o meu prazer, esse é o `eu´? 

Esse é o `eu´ que quer expressar-se, que é a minha raiva, o meu ciúme, o meu isto e meu aquilo, seja lá o que for. 

Será isto criativo? Por conseguinte, o que é criatividade? 
Eis aí uma pergunta imensa. O homem criativo, ou a mente criativa, pensam alguma vez em expressão?


Pergunta: Não.


J. Krishnamurti: Esperai. Isto é meio difícil. Não digais sim ou não. Quem quer que diga: `Estou-me a expressar´, deveria levar um chuto nos fundilhos.


Pergunta: Expressar alguma coisa não significa ser criativo...


J. Krishnamurti: Por conseguinte, o que quer dizer criatividade? Existo e expresso-me, isso é criatividade? 

Ou só há criatividade quando o `eu´ não está? Quando o `eu´ diz: `Preciso expressar-me chutando alguém´, o `eu´ que se expressa é violência. 

Então, o estado de criatividade consiste na ausência do `eu´? Quando o `eu´ está ausente, sabeis que sois criativo? Isso é tudo! Entendestes? 

Quando fazeis alguma coisa levado por um motivo, granjear popularidade, fama, dinheiro, não estais a fazer o que realmente gostais de fazer. 

Um músico que diz: `Amo a música´, mas fica a observar quantas pessoas portadoras de títulos de nobreza há no meio do auditório, quanto dinheiro ganhará, não é criativo, não é músico; vale-se da música para se tornar famoso, para ganhar dinheiro. 

Portanto, não pode haver criatividade quando agimos movidos por um motivo. Vede-o por vós mesmos.

Por conseguinte, quando dizemos: `Preciso expressar-me´, `Preciso ser criativo´, `Preciso identificar-me´, o que dizemos não tem sentido. Quando efectivamente o vedes, viveis assim e o compreendeis, a vossa mente já está livre do `eu´.


Pergunta: É válido fazer coisas de beleza?


J. Krishnamurti: Válido para quem?


Pergunta: Para vós mesmos.


J. Krishnamurti: O que quereis dizer com `vós mesmos´? 
Estais lembrados de que falamos em beleza no outro dia? 









Olhai para essa árvore, para a sombra e para a luz do sol: isso é beleza. Como sabeis o que é belo? Porque alguém vos contou? 

Um famoso artista pintou um quadro, ou um grande poeta escreveu um poema sobre aquela luz, a árvore, as nuvens, as sombras e o movimento das folhas. E dizeis: `É um grande homem, gosto disso, é bonito´. 

A beleza é alguma coisa que vos chega através de outra pessoa? 
A beleza é alguma coisa de que vos falaram? 

O que é então, o sentido da beleza? Não estou a perguntar o que é belo, mas o que é o sentido da beleza? 

Essa beleza reside no edifício, na árvore, no rosto da pessoa, na música, num poema, nas coisas exteriores? 

Ou as coisas que vedes se tornam muito mais intensificadas porque tendes esse sentido, o sentido da beleza? Entendeis o que quero dizer? 

Porque tendes o sentimento da beleza. E assim, quando vedes alguma coisa extraordinária como essa, deliciais-vos com ela porque tendes em vós esse sentido. 

Agora, como chegais a isto, ou como vos sucede ter este sentido? Como o obtereis? Podereis consegui-lo pelo treinamento, através de uma imagem, de leituras, de estudos, de colecionamento de quadros, da posse de uma casa bonita? Como acontece isto?

Estais lembrados do que dissemos no outro dia? Isso acontece quando sois fisicamente muito sensíveis, a observar, sensíveis, não somente a vós mesmos, mas também aos outros, a tudo, sensíveis ao quanto comeis, à vossa maneira de sentar, de falar, de andar. 

Focalizarei agora um assunto muito prático. Vi muitos de vós a comer: quando tocais alguma coisa, lambeis os dedos, e pegais outra coisa, achais que isso é sensível?


Pergunta: Mas aí já está no nosso prato.


J. Krishnamurti: Não me referi a isso. 
Podeis fazer o que quiserdes no vosso prato. Mas lambeis o dedo e depois pegais num pedaço de pão.


Pergunta: É anti-higiénico?


J. Krishnamurti: Não quero provar o vosso cuspo! Vi todos a fazerem o mesmo. Primeiro que tudo não é higiénico. Toco na minha boca e depois pego num pedaço de pão ou qualquer outra coisa, estais a entender? Acabo por contaminar o que peguei.

Não tendes consciência do que estais a fazer, fazei-lo automaticamente. 

Ora, fazer alguma coisa automaticamente não é ser sensível, e pronto. Portanto, quando tomais consciência do facto, das implicações, deixais de fazê-lo. Quando vos sentais para comer, alguns de vós não mastigais a comida, apenas a engolis. Ora, a comida foi feita para ser mastigada. 


Quando tendes consciência de tudo, tornais-vos sensíveis e ser sensível é ter consciência da beleza, ter o sentido da beleza. 

E sem o sentido da beleza interna podereis fazer as coisas mais maravilhosas, mas elas não conterão a chama indispensável."






Jiddu Krishnamurti
"O começo da aprendizagem"


















t.






























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