The purpose of life...
“Life is
existence, is a movement, and this movement is action.
Life, the totality of
life, not parts of it, the whole state of existence, is action.
But when we
merely exist, as most of us do, then the problem of action becomes complex.
Existence has no division.
It is not a fragmentary state of mind or being; in
that state a totality of action is possible.
But when we divide existence
into different segments, fragments, then action becomes contradictory.”
Jiddu Krishnamurti
The
whole
existence...
"A
vida é para nós o que concebemos nela.
Para o rústico cujo campo próprio lhe é
tudo, esse campo é um império. Para o César cujo império lhe ainda é pouco,
esse império é um campo.
O pobre possui um império; o grande possui um campo.
Na verdade, não possuímos mais que as nossas próprias sensações; nelas, pois,
que não no que elas vêem, temos que fundamentar a realidade da nossa vida.
Isto
não vem a propósito de nada.
Tenho
sonhado muito. Estou cansado de ter sonhado, porém não cansado de sonhar.
De
sonhar ninguém se cansa, porque sonhar é esquecer, e esquecer não pesa e é um
sono sem sonhos em que estamos despertos.
Em sonhos consegui tudo. Também tenho
despertado, mas que importa?
Quantos Césares fui!
E os gloriosos, que
mesquinhos!
César, salvo da morte pela generosidade de um pirata, manda
crucificar esse pirata logo que, procurando-o bem, o consegue prender.
Napoleão, fazendo seu testamento em Santa Helena, deixa um legado a um facínora
que tentara assinar a Wellington.
Ó grandezas iguais às da alma da vizinha
vesga!
Ó grandes homens da cozinheira de outro mundo! Quantos Césares fui, e
sonho todavia ser.
Quantos
Césares fui, mas não dos reais.
Fui verdadeiramente imperial enquanto sonhei, e
por isso nunca fui nada.
Os meus exércitos foram derrotados, mas a derrota foi
fofa, e ninguém morreu.
Não perdi bandeiras. Não sonhei até ao ponto do
exército, onde elas aparecessem ao meu olhar em cujo sonho há esquina. Quantos
Césares fui, aqui mesmo, na Rua dos Douradores.
E os Césares que fui vivem ainda
na minha imaginação; mas os Césares que foram estão mortos, e a Rua dos
Douradores, isto é, a Realidade, não os pode conhecer.
Atiro
com a caixa de fósforos, que está vazia, para o abismo que a rua é para além do
parapeito da minha janela alta sem sacada. Ergo-me na cadeira e escuto.
Nitidamente, como se significasse qualquer coisa, a caixa de fósforos vazia soa
na rua que se me declara deserta.
Não há mais som nenhum, salvo os da cidade
inteira.
Sim, os da cidade dum domingo inteiro, tantos, sem se entenderem, e todos
certos.
Quão
pouco, no mundo real, forma o suporte das melhores meditações.
O ter chegado
tarde para almoçar, o terem-se acabado os fósforos, o ter eu atirado,
individualmente, a caixa para a rua, mal-disposto por ter comido fora de horas,
ser domingo a promessa aérea de um poente mau, o não ser ninguém no mundo, e
toda a metafísica.
Mas quantos Césares fui!"
Fernando Pessoa
"O livro do desassossego"
“Ninguém avança pela vida em linha recta.
Muitas vezes, não paramos nas estações indicadas no horário.
Por vezes, saímos
dos trilhos. Por vezes, perdemo-nos, ou levantamos voo e desaparecemos como
pó.
As viagens mais incríveis fazem-se às vezes sem se
sair do mesmo lugar.
No espaço de alguns minutos, certos indivíduos vivem
aquilo que um mortal comum levaria toda a sua vida a viver.
Alguns gastam um sem número de vidas no decurso da sua
estadia cá em baixo.
Alguns crescem como cogumelos, enquanto outros ficam
inelutavelmente para trás, atolados no caminho.
Aquilo que, momento a momento, se passa na vida de um
homem é para sempre insondável.
É absolutamente impossível que alguém conte a história
toda, por muito limitado que seja o fragmento da nossa vida que decidamos
tratar.”
Henry Miller
"O mundo do sexo"
The purpose of
life...
“There are many
people who will give you the purpose of life; they will tell you what the
sacred books say.
Clever people will go on inventing what the purpose of life
is.
The political group will have one purpose, the religious group will have
another purpose, and so on and on.
So, what is the purpose of life when you
yourself are confused?
When I am confused, I ask you this question: `What
is the purpose of life?´. Because I hope that through this confusion, I
shall find an answer.
How can I find a true answer when I am confused?
Do you
understand?
If I am confused, I can only receive an answer that is also
confused.
If my mind is confused, if my mind is disturbed, if my mind is not
beautiful, quiet, whatever answer I receive will be through this screen of confusion,
anxiety, and fear; therefore, the answer will be perverted.
So, what is
important is not to ask, `What is the purpose of life, of existence?´, but to clear the confusion that is within you.
It is like a blind man who asks:
`What is light?´.
If I tell him what light is, he will listen
according to his blindness, according to his darkness; but suppose he is able
to see, then he will never ask the question:
`What is light?´. It is
there.
Similarly, if you can clarify the
confusion within yourself, then you will find what the purpose of life is; you
will not have to ask, you will not have to look for it; all that you have to do
is to be free from those causes which bring about confusion.”
Jiddu Krishnamurti
"The book of life"
t.
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