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quinta-feira, 26 de maio de 2016

Solve in the mind and the heart...









No dynamic golden pill is ever going to solve our human problems. 



They can be solved only by bringing about a radical revolution in the mind and the heart of man. 



This demands hard, constant work, seeing and listening, and thus being highly sensitive. 

The highest form of sensitivity is the highest intelligence, and no drug ever invented by man will give this intelligence. 


Without this intelligence there is no love; and love is relationship. 


Without this love there is no dynamic balance in man. This love cannot be given, by the priests or their gods, by the philosophers, or by the golden drug. 



Jiddu Krishnamurti
"The only revolution"




Solve in the
mind and the heart...








































Quanta felicidade dá a grata suavidade das coisas! Como a vida é cintilante e de bela aparência! São as grandes falsificações, as grandes interpretações que sempre nos têm elevado acima da satisfação animal, até chegarmos ao humano. 


Inversamente: que nos trouxe a chiadeira do mecanismo lógico, a ruminação do espírito que se contempla ao espelho, a dissecação dos instintos? 



Suponde vós que tudo era reduzido a fórmulas e que a vossa crença era confinada à apreciação de graus de verosimilhança, e que vos era insuportável viver com tais premissas... que fazíeis vós? 

Ser-vos-ia possível viver com tão má consciência? 


No dia em que o homem sentir como falsidade revoltante a crença na bondade, na justiça e na verdade escondida das coisas, como se ajuizará ele a si mesmo, sendo como é parte fragmentária deste mundo? Como um ser revoltante e falso?



Friedrich Nietzsche
"A vontade de Poder"









107. Irresponsabilidade e inocência.





"A total irresponsabilidade do homem pelos seus actos e seu ser é a gota mais amarga que o homem do conhecimento tem de engolir, se estava habituado a ver na responsabilidade e no dever a carta de nobreza da sua humanidade.


Todas as suas avaliações, distinções, aversões, são assim desvalorizadas e se tornam falsas: o seu sentimento mais profundo, que ele dispensava ao sofredor, ao herói, baseava-se num erro; ele já não pode louvar nem censurar, pois é absurdo louvar e censurar a natureza e a necessidade.

Tal como ele ama a boa obra de arte, mas não a elogia, pois ela não pode senão ser ela mesma, tal como ele se coloca diante das plantas, deve-se colocar diante dos actos humanos e dos seus próprios actos.

Neles pode admirar a força, a beleza, a plenitude, mas não lhes pode achar nenhum mérito: o processo químico e a luta dos elementos, a dor do doente que anseia pela cura, possuem tanto mérito quanto os embates psíquicos e as crises em que somos arrastados para lá e para cá por motivos diversos, até enfim nos decidirmos pelo mais forte, como se diz (na verdade, até o motivo mais forte decidir acerca de nós).

Mas todos esses motivos, por mais elevados que sejam os nomes que lhes damos, brotaram das mesmas raízes que acreditamos conter os maus venenos; entre as boas e as más acções não há uma diferença de espécie, mas de grau, quando muito.

Boas acções são más acções sublimadas; más acções são boas acções embrutecidas, bestificadas. 


O desejo único de auto-fruição do indivíduo (junto com o medo de perdê-la) satisfaz-se em todas as circunstâncias, aja o ser humano como possa, isto é, como tenha de agir: 

em actos de vaidade, de vingança, prazer, utilidade, maldade, astúcia, ou em actos de sacrifício, de compaixão, de conhecimento.
















Os graus da capacidade de julgamento decidem o rumo em que alguém é levado por esse desejo; toda a sociedade, todo o indivíduo guarda continuamente uma hierarquia de bens, segundo a qual determina as suas acções e julga as dos outros. 

Mas ela muda continuamente, muitas acções são chamadas de más e são apenas estúpidas, porque o grau de inteligência que se decidiu por elas era bastante baixo.

E em determinado sentido todas as acções são ainda estúpidas, pois o mais elevado grau de inteligência humana que pode hoje ser atingido será certamente ultrapassado: então todos os nossos actos e juízos parecerão, em retrospecção, tão limitados e precipitados como nos parecem hoje os actos e juízos de povos selvagens e atrasados.


Compreender tudo isso pode causar dores profundas, mas depois há um consolo: elas são as dores do parto.












A borboleta quer romper o seu casulo, ela o golpeia, ela o despedaça: então é cegada e confundida pela luz desconhecida, pelo reino da liberdade.


Nos homens que são capazes dessa tristeza, poucos o serão! Será feita a primeira experiência para saber se a humanidade pode se transformar, de moral em sábia.


O sol de um novo evangelho lança o seu primeiro raio sobre o mais alto cume, na alma desses indivíduos: aí se acumulam as névoas, mais densas do que nunca, e lado a lado se encontram o brilho mais claro e a penumbra mais turva. 

Tudo é necessidade, assim diz o novo conhecimento: e ele próprio é necessidade. Tudo é inocência: e o conhecimento é a via para compreender essa inocência.











Se o prazer, o egoísmo, a vaidade são necessários para a geração dos fenómenos morais e do seu rebento mais elevado, o sentido para a verdade e justiça no conhecimento; 

se o erro e o descaminho da imaginação foram o único meio pelo qual a humanidade pode gradualmente se erguer até esse grau de auto-iluminação e libertação, quem poderia desprezar esses meios? 

Quem poderia ficar triste, percebendo a meta a que levam esses caminhos?


Tudo no âmbito da moral veio a ser, é mutável, oscilante, tudo está em fluxo, é verdade: mas tudo está também numa corrente: em direcção a uma meta.



Pode continuar a nos reger o hábito que herdamos de avaliar, amar, odiar erradamente, mas sob o influxo do conhecimento crescente ele se tornará mais fraco: 

um novo hábito, o de compreender, não amar, não odiar, abranger com o olhar, pouco a pouco se implanta em nós no mesmo chão, e daqui a milhares de anos talvez seja poderoso o bastante para dar à humanidade a força de criar o homem sábio e inocente (consciente da inocência), 

da mesma forma regular como hoje produz o homem tolo, injusto, consciente da culpa, que é, não o oposto, mas o precursor necessário daquele."





Friedrich Nietzsche
"Humano, demasiado humano I"













t.



































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