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sábado, 28 de maio de 2016

We have not that love…



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You know, actually we have no love, that is a terrible thing to realize. 

Actually we have no love; we have sentiment; we have emotionality, sensuality, sexuality; we have remembrances of something which we have thought as love. 




But actually, brutally, we have no love. 

Because to have love 
means no violence, no fear, no competition, no ambition. 













If you had love you will never say: `This is my family´. You may have a family and give them the best you can; but it will not be `your family´ which is opposed to the world




If you love, if there is love, there is peace. 



If you loved, you would educate your child not to be a nationalist, not to have only a technical job and look after his own petty little affairs; you would have no nationality. 




There would be no divisions of religion, if you loved. 


But as these things actually exist, not theoretically, but brutally, in this ugly world, 
it shows that you have no love. 


Even the love of a mother for her child is not love. If the mother really loved her child, do you think the world would be like this? 




She would see that he had the right food, the right education, that he was sensitive, that he appreciated beauty, that he was not ambitious, greedy, envious. 

So the mother, however much she may think she loves her child, does not love the child. So we have not that love.





We have not
that love








If you had only one hour to live, what would you do













Would you not arrange what is necessary outwardly, your affairs, your will, and so on? 

Would you not call your family and friends together and ask their forgiveness for the harm that you might have done to them, and forgive them for whatever harm they might have done to you? 


Would you not die completely to the things of the mind, to desires and to the world? 













And if it can be done for an hour, then it can also be done for the days and years that may remain. Try it and you will find out.











"Senhores, eu não tenho esquema das coisas. 
Vede de que maneira absurda pensamos na vida! 


A vida é uma coisa viva, uma coisa dinâmica, activa, não podeis encerrá-la num calabouço. São os intelectuais que põem a vida num molde, que têm um esquema para sistematizá-la. 


Está visto, pois, que não tenho esquema algum. Vamos agora olhar os factos. 




Em primeiro lugar, temos o facto das nossas relações com os outros, uma esposa, um marido ou um filho, as relações a que chamamos família. Examinemos o facto que é, e não o que gostaríamos que fosse.

Qualquer um pode enunciar ideias precipitadas acerca da vida familiar; mas se podemos olhar, examinar, compreender o que é, então, talvez sejamos capazes de transformá-la. 


Mas se, pura e simplesmente, cobrimos o que é, com uma colecção de palavras bonitas, responsabilidade, dever, amor, fazemos coisa sem significação alguma.


O que vamos fazer é examinar aquilo a que chamamos família. Porque, Senhores, para compreendermos uma coisa, precisamos examinar o que é, e não cobri-la com frases de som agradável.


Pois bem, o que é isso a que chamamos família? 
Trata-se, obviamente, de uma relação de intimidade, de comunhão. 














Ora, na vossa família, nas vossas relações com a vossa esposa, o vosso marido, há comunhão? Isso é, por certo, o que se entende por relação, não é verdade?


Relação significa comunhão sem temor, liberdade de mútua compreensão, de comunhão directa. Relação, obviamente, significa isto: estar em comunhão com outra pessoa. Vós estais? 

Estais em comunhão com a vossa esposa? Talvez estejais, fisicamente, mas isso não é relação. Vós e a vossa esposa viveis dos lados opostos de uma muralha de isolamento, não é verdade? 
Tendes os vossos alvos e ambições próprios, e ela os seus.


Viveis atrás da muralha e de vez em quando olhais por cima dela, a isso chamais estar em relação. Isso é um facto, não? 



Podeis ampliá-lo, suavisá-lo, introduzir uma nova colecção de palavras para o descrever, mas esse é o facto real, que vós e alguém viveis no isolamento, e chamais relação a essa vida no isolamento.












Ora, se existem relações reais entre duas pessoas, o que significa que existe comunhão entre elas, o que isso implica é de extraordinária significação. Porque então não há isolamento, há amor, e não responsabilidade ou dever. São as pessoas que vivem isoladas atrás das suas muralhas que falam de dever e responsabilidade. 


Um homem que ama, porém, não fala de responsabilidade, ele ama. Por isso partilha com alguém a sua alegria, a sua tristeza, o seu dinheiro. São assim as nossas famílias?



Há comunhão directa com a vossa esposa, com os vossos filhos? Evidentemente não há, senhores.





Por conseguinte, a família não passa de um pretexto para continuardes o vosso nome e a vossa tradição, para dardes a vós mesmos o que desejais, sexual ou psicologicamente. 


A família, portanto, torna-se um meio de auto-perpetuação, transmissão do vosso nome. Isso já é uma espécie de imortalidade, uma espécie de permanência.

A família serve também como meio de satisfação. 


Fora de casa, exploro os outros impiedosamente, no mundo dos negócios, no mundo político ou social, e em casa procuro ser afectuoso e generoso. Que absurdo! 











Ou, o mundo é insuportável para mim, desejo paz, e refugio-me no lar. Sofro no mundo e tento achar conforto no lar. Desse modo, sirvo-me das minhas relações como meio de satisfação, o que significa que não desejo ser perturbado pelas minhas relações.


Então, Senhores, não é isso o que está a acontecer? Nas nossas famílias o que há é isolamento, e não comunhão; logo, não há amor. 


Amor e sexo são duas coisas diferentes, de que trataremos noutra ocasião. 

Podemos criar, no nosso isolamento, uma espécie de abnegação, de devoção, de bondade, mas isso está sempre atrás da muralha, porque temos maior interesse em nós mesmos do que noutros.

Se tivésseis interesse pelo próximo, se estivésseis em real comunhão com a vossa esposa, com o vosso marido, e estivésseis, por conseguinte, aberto para o vosso próximo, o mundo não estaria nesta desgraça. 

Eis porque as famílias que vivem em isolamento se tornam um perigo para a sociedade.


Como, então, quebrar esse isolamento? 

Para quebrarmos esse isolamento, precisamos estar conscientes dele, não devemos dissociar-nos dele, ou dizer que ele não existe. Ele existe, é um facto evidente. 



Tomai nota da maneira como tratais a vossa esposa, o vosso marido, os vossos filhos, notai a insensibilidade, a brutalidade, as asserções tradicionais, a falsa educação.










Quereis dizer, Senhores e Senhoras, que se amásseis a vossa esposa ou o vosso marido teríamos este conflito e esta miséria que vão pelo mundo? 

E por não saberdes amar a vossa esposa, o vosso marido, não sabeis amar a Deus.


Desejais Deus como mais um meio de isolamento, de segurança. Deus, afinal de contas, é a segurança final; mas isso não é uma busca de Deus, é tão somente, um refúgio, uma fuga.


Para achardes Deus, precisais saber amar não a Deus mas os seres humanos em redor a vós, as árvores, as flores, os pássaros. Só quando souberdes amá-los, sabereis deveras o que é amar a Deus. 


Se não amardes ao próximo, se não souberdes o que significa estar em perfeita comunhão com alguém, não estareis em comunhão com a verdade. 

Não pensamos no amor, não nos interessa estar em comunhão com alguém. 


Queremos segurança, na família, na propriedade, ou nas ideias; e a mente que busca segurança, jamais conhecerá o amor. 


O amor é a coisa mais perigosa que existe, pois quando amamos a alguém somos vulneráveis, estamos abertos; e não queremos estar abertos. Não queremos ser vulneráveis.

Queremos estar fechados, queremos ter mais conforto dentro de nós.


Mais uma vez, senhores, produzir uma transformação nas nossas relações não é um caso de legislação, de compulsão de acordo com Shastras, etc. 














Para produzirmos uma transformação radical na vida de relação, cumpre começar por nós mesmos.














Observai a vós mesmos, como tratais a vossa esposa e os vossos filhos. A vossa esposa é uma mulher, e tanto basta para servir-vos de capacho! Não olheis para as senhoras, olhai para vós mesmos. 


Senhores, não me parece que compreendeis o estado catastrófico do mundo no momento presente, pois de contrário não vos mostraríeis tão despreocupados.



Estamos à beira de um precipício, moral, social e espiritual. Não vedes que a casa está a arder, e vós morais nela. 

Se soubésseis que a casa está em chamas, se soubésseis que estais na beira do abismo, trataríeis de agir.


















Mas, por desventura, estais em comodidade, tendes medo, tendes conforto, estais embotados, moles, quereis satisfação imediata. 


Deixais as coisas ao sabor da corrente, e eis que se aproxima a catástrofe mundial. Não se trata de simples ameaça, é uma realidade. Na Europa, a guerra está em marcha, guerra, guerra, guerra, desintegração, insegurança. Afinal de contas, tudo o que atinge aos outros atinge a vós mesmos. 

Sois responsáveis pelos outros, não podeis fechar os olhos e dizer `estou bem seguro aqui em Bangalore´. Esta é evidentemente uma ideia muito míope e muito tola.

Vemos, pois, que a família torna-se um perigo quando há isolamento entre marido e mulher, entre pais e filhos, porque em tal caso a família induz ao isolamento geral; 


mas, quando são derrubadas as muralhas de isolamento, na família, estais em comunhão, não só com a vossa esposa e vossos filhos, mas também com o vosso próximo. 



Aí, a família já não é uma coisa fechada, limitada, já não é um refúgio. O problema, portanto, não é de outra pessoa, mas nosso."













"A guerra é uma projecção espectacular e sangrenta da nossa vida de cada dia, não é certo? 


A guerra é simples expressão exterior do nosso estado interior, uma ampliação da nossa acção diária. Ela é mais espectacular, mais sangrenta, mais destrutiva, mas é o resultado colectivo das nossas actividades individuais.

















Assim sendo, vós e eu somos responsáveis pela guerra, e o que fazer para impedi-la? 


Sem dúvida a guerra que nos ameaça não pode ser impedida por vós e por mim, porque já está em marcha; já começou, embora, por enquanto, principalmente no nível psicológico. 


Já se iniciou no mundo das ideias, mesmo que falte ainda algum tempo para sermos destruídos fisicamente. Visto que já está em movimento, não podemos mais detê-la, as questões são numerosas demais, grandes demais e já foram comprometidas.


Todavia, vós e eu, ao perceber que a casa está a arder, podemos sair dela e construir noutro lugar com material diferente, não combustível, que não produza novas guerras. É tudo quanto podemos fazer. 


Podemos, vós e eu, ver o que gera as guerras, e se temos interesse em pôr termo a elas, começaremos a transformar a nós mesmos, que somos as causas da guerra.


Mas o que é que causa a guerra, religiosa, política, ou económica?



Evidentemente, a crença, a crença no nacionalismo, numa ideologia, ou num determinado dogma.


Se em vez de crença tivéssemos boa vontade, amor e consideração pelo próximo, não haveria guerras. 


Nutrimo-nos, porém, de crenças, ideias e dogmas, e por isso geramos o descontentamento. 


Sem dúvida, a crise actual é de natureza excepcional, e nós, como entes humanos, devemos ou não continuar pelo caminho do conflito e das guerras constantes, que são o resultado das nossas acções de cada dia, ou compreender as causas da guerra e afastar- nos delas.


Evidentemente, o que causa a guerra é o desejo de poder, de posição, prestígio, dinheiro, e também a enfermidade chamada nacionalismo, o culto de uma bandeira, e a doença da religião organizada, o culto de um dogma. 

Essas coisas são as causas da guerra; e se vós, como indivíduo, pertenceis a qualquer religião organizada, se tendes ambição de poder, se sois invejoso, não podeis deixar de criar uma sociedade que resultará em destruição.












Mais uma vez, portanto, tudo depende de vós e não dos chefes, nem de Stalin, nem de Churchill, nem de ninguém mais. 


Tudo depende de vós e de mim, mas parece que não o percebemos. Se alguma vez sentíssemos deveras a responsabilidade das nossas próprias acções, como podíamos acabar rapidamente com todas estas guerras, toda esta aterradora miséria! Mas somos indiferentes. 



Tomamos três refeições por dia, temos os nossos empregos, temos os nossos depósitos bancários, pequenos ou grandes, e dizemos: `pelo amor de Deus, não venham perturbar-nos, deixem-nos em paz´.


Quanto mais altamente situados estamos, tanto mais desejamos segurança, permanência, tranquilidade, tanto mais desejamos ficar em sossego e manter as coisas como estão; contudo, elas não podem ser mantidas como estão, pois não há nada a manter. 


Tudo está a desintegrar-se. Não queremos olhar de frente essas coisas, não queremos olhar de frente o facto de que vós e eu sermos responsáveis pelas guerras.



Vós e eu, podemos falar de paz, realizar conferências, sentar-nos ao redor de uma mesa e travar discussões; todavia, interiormente, psicologicamente, desejamos poder, posição, somos impulsionados pela avidez. 

Intrigamos, somos nacionalistas, estamos ligados por crenças, por dogmas, pelos quais estamos prontos a morrer e a destruir-nos mutuamente. 












Pensais que tais homens, que somos vós e eu, podem ter paz no mundo?



Para termos paz, precisamos ser pacíficos; e viver pacificamente significa viver sem criar antagonismo. 

A paz não é um ideal. Para mim, um ideal não passa de uma fuga, uma evasão do que é, assunto de que trataremos noutra palestra. 


Para termos paz cumpre amar, começar não a viver uma vida ideal, mas a perceber as coisas como são e actuar sobre elas e transformá-las.


Enquanto cada um de nós andar em busca da segurança psicológica, será destruída a segurança fisiológica, que nos é necessária, alimento, roupa e morada. 

Buscamos a segurança psicológica, que não existe; e buscamo-la, se possível, pelo poder, pela posição, pelos títulos, nomes,  factores destrutivos da segurança física. Isso é um facto óbvio, para quem quiser ver.


Nessas condições, para se implantar a paz no mundo, acabar com todas as guerras, torna-se necessária uma revolução no indivíduo, em vós e em mim. 



A revolução económica, sem esta revolução interior, é destituída de significação, porque a fome é o resultado do desajuste das condições económicas produzidas pelos nossos estados psicológicos, avidez, inveja, malevolência, desejo de posse.







Discutiremos a paz, projectaremos leis, criaremos novas ligas, as Nações Unidas, etc. etc.; mas não ganharemos a paz, porque não renunciaremos a nossa posição, a nossa autoridade, o nosso dinheiro, as nossas propriedades, a nossa vida estúpida. 

Não adianta contar com os outros, pois não podem trazer-nos a paz.


Nenhum chefe nos dará a paz, nenhum governo, nenhum exército, nenhum país. 


O que produzirá a paz é a transformação interior, que conduz à acção exterior. 

A transformação interior não significa isolamento, não significa retraimento da acção exterior. 



Pelo contrário, só pode haver acção correcta quando há pensar correcto, e não há pensar correcto sem auto-conhecimento. 

Se não conheceis a vós mesmos, não há paz.




Para pordes fim à guerra exterior, precisais pôr fim à guerra que há dentro de vós.














Alguns de vós sacudirão a cabeça e dirão: 
`de acordo´, para depois saírem daqui e fazerem exactamente as mesmas coisas que fazem há dez ou vinte anos. 


O vosso acordo é meramente verbal, sem significação, porque as misérias e as guerras do mundo não vão terminar por causa do vosso fortuito assentimento. 



Só acabarão quando compreenderdes o perigo, quando compreenderdes a vossa responsabilidade, quando não passardes a outro esse encargo. 



Se perceberdes de facto o sofrimento, se perceberdes a importância da acção imediata, se não adiardes, então transformareis a vós mesmos; 



e a paz só virá quando fordes pacíficos, e quando viverdes em paz com o vosso próximo."







Jiddu Krishnamurti
"Novo acesso à vida"








t.


















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