“The man who has
progressed through being a sinner to being a saint has progressed from one
illusion to another.
This whole movement is an illusion.
When the mind sees
this illusion it is no longer creating any illusion, it is no longer measuring.
Therefore thought has come to an end with regard to becoming better.
Out of
this comes a state of liberation, and this is sacred. This alone can, perhaps,
receive the constant.”
“ A mind that is competitive, held in the conflict of
becoming, thinking in terms of comparison, is not capable of discovering the
real.
Thought-feeling which is intensely aware is in the process of constant
self-discovery, which discovery, being true, is liberating and creative.
Such
self-discovery brings about freedom from acquisitiveness and from the complex
life of the intellect.
It is this complex life of the intellect that finds
gratification in addictions: destructive curiosity, speculation, mere
knowledge, capacity, gossip and so on; and these hindrances prevent simplicity
of life.
An addiction, a specialization gives sharpness to the mind, a means of
focusing thought, but it is not the flowering of thought-feeling into reality.
The freedom from distraction is more difficult as we do not fully understand
the process of thinking-feeling which in itself has become the means of
distraction.
Being ever incomplete, capable of speculative curiosity and
formulation, it has the power to create its own hindrances, illusions, which
prevent the awareness of the real. So it becomes its own distraction, its own
enemy.
As the mind is capable of creating illusion, this power must be
understood before it can be wholly free from its own self-created distractions.
Mind must be utterly still, silent, for all thought becomes a distraction.”
The power
of
illusion...
"O indivíduo é essencialmente o colectivo, e a sociedade foi criada
pelo indivíduo.
O indivíduo e a sociedade estão inter‐relacionados; não existem
separadamente.
O indivíduo ergue a estrutura social, e a sociedade, ou o
ambiente, molda o indivíduo. Embora o ambiente condicione o indivíduo, este
sempre pode libertar‐se,
romper as cadeias que o prendem ao seu 'fundo '.
O indivíduo é o criador do próprio ambiente de que se tornou escravo; mas
tem também o poder de libertar‐se e
criar um ambiente que não lhe embote a mente, o espírito.
O indivíduo só é
importante nesse sentido, isto é, ele tem a capacidade de libertar‐se do seu condicionamento e
de compreender a realidade.
A individualidade, que é cruel na razão do seu condicionamento, funda uma
sociedade cujos fundamentos se assentam na violência e no antagonismo.
O
indivíduo só existe em relação; de outro modo ele não existe. E é a falta de
compreensão dessa relação, que gera conflito e confusão.
Se o indivíduo não
compreende a sua relação com pessoas, com a propriedade e com as ideias ou
crenças, a mera imposição de um padrão, colectivo ou de outra ordem, é
contraproducente.
Para se tornar efectiva a imposição de um novo padrão, requer‐se a chamada acção das
massas.
Mas o novo padrão é invenção de uns poucos indivíduos, sendo a 'massa'
hipnotizada pelos mais novos chavões, pelas promessas de uma nova Utopia.
A 'massa' é a mesma de antes, só que agora tem novos dirigentes, novas
frases, novos sacerdotes, novas doutrinas.
Essa 'massa ' é formada por vós e
por mim, é composta de indivíduos; a massa é fictícia, é um termo conveniente
ao jogo do explorador e do político.
Os muitos são impelidos à acção, à guerra, etc., pelos poucos; e os poucos
representam os desejos e os impulsos dos muitos.
É a transformação do indivíduo
que tem a máxima importância, mas não de acordo com um padrão qualquer.
Os
padrões condicionam sempre, e uma entidade condicionada está sempre em
conflito, dentro em si mesma, e por conseguinte, com a sociedade.
É relativamente fácil adoptar um novo padrão de condicionamento, para
substituir o velho; mas quanto ao indivíduo libertar‐se de todos os
condicionamentos, isso é coisa muito diferente.
A nossa moral actual está baseada no passado ou no futuro, no tradicional
ou no que 'deveria ser’.
O que 'deveria ser' é o ideal, em oposição ao que
'foi’; é o futuro em conflito com o passado.
A não‐violência
é o ideal, o que 'deveria ser'; e o que 'foi' é a violência.
O que 'foi' projecta o que 'deveria ser' ; o ideal é de `fabricação doméstica´,
sendo projectado pelo seu próprio oposto, o real.
A antítese é o prolongamento da tese; o oposto contém o elemento do oposto
respectivo. Sendo violenta, a mente projecta o seu oposto, o ideal de não‐violência.
Diz‐se que o ideal ajuda a dominar
o seu oposto; mas é exacto? O ideal não é uma maneira de evitar, fugir ao que
'foi' ou ao que 'é' é?
O conflito entre o real e o ideal é evidentemente um meio de adiar a
compreensão do real, e esse conflito apenas cria outro problema, que ajuda a
esconder o problema imediato.
O ideal é uma maravilhosa e respeitável fuga do real.
O ideal da não‐violência, tal como o da
Utopia colectiva, é fictício; o ideal, o que 'deveria ser' , ajuda a esconder e
a evitar 'o que é ' .
A luta pelo ideal é busca de recompensa.
Podeis abster‐vos de buscar recompensas
mundanas, achar tal desejo estúpido e primitivo, como de facto é; mas a vossa
luta pelo ideal representa uma busca de recompensa, num plano diferente, o que
é igualmente estúpido.
O ideal é uma compensação, um estado fictício conjurado pela mente. Sendo
violenta, separatista e ambiciosa, a mente projecta uma compensação
agradável, a ficção a que chama ideal, Utopia, ou futuro, e se esforça em vão
para alcançá‐la.
Esse próprio esforço representa conflito, mas é também uma maneira conveniente
de adiar a compreensão do real.
O ideal, o que 'deveria ser’, não ajuda a
compreender 'o que é '; pelo contrário, impede‐lhe a compreensão.
A compreensão de 'o que é ' só se torna possível quando o ideal, o que
'deveria ser’, foi apagado da mente ; isto é, quando o falso foi percebido como
falso.
Para se compreender o real, é preciso estar em comunhão directa com ele;
não pode existir relação com ele, através da cortina do ideal ou através da
cortina do passado, da tradição, da experiência.
Estar livre da maneira errada de começar é o único problema. Isto
significa, com efeito, que se precisa compreender o condicionamento, que é a
mente.
Compreender a mente, que é o movimento da vida, é compreender as dores e
prazeres, a ilusão e a claridade, a arrogância e afectação de humildade. É
estar consciente do desejo e do medo.
Só no espelho das relações pode a mente ser compreendida, e deveis começar
por olhar‐vos
nesse espelho."
Jiddu Krishnamurti
"Reflexões sobre a vida"
t.
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