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sábado, 17 de janeiro de 2015

A fortiori...




A fortiori...
















A fortiori...















































Não se move a roda, sem que a parte que virou para o céu seja maior repuxo para tocar na terra, e a parte que se viu no ar erguida se veja logo da mesma terra pisada, sem outro impulso para descer, mais que com o mesmo movimento com que subiu, por isso a fortuna fez trono da sua mesma roda, porque como na figura esférica se não conhece nela primeiro nem último lugar, nas felicidades andam sempre em confusão as venturas.
Na dita com que se sobe, vai sempre entalhado o risco com que se desce.
Não há estrela no céu que mais prognostique a ruína de um grande, que o levantar de sua estrela.
Mais depressa se move aos afagos da grandeza que nos lisonjeia, do que aos desfavores com que a fortuna nos abate.
Quanto trabalharam os homens para subir, tantas foram as diligências que fizeram para se arruinarem, porque, como a fortuna (falo com os que não são beneméritos) não costuma subir a ninguém pelos seus degraus, em faltando degraus para a descida, tudo hão-de ser precipícios, e diferem muito entre si o descer e o cair.
Se perguntarmos porque caiu Roma, o maior império do mundo, dir-nos-á o seu historiador que foi porque cresceu muito, e com efeito acabou de grande, e as mesmas mãos que a edificaram, essas mesmas a desfizeram.
Sem mãos se arruinou aquela estátua de Nabuco, porque a mesma grandeza não necessita de mãos, mas só de si para se arruinar.
No monte de glória onde assistiu Cristo, se formaram estas glórias dos raios do sol e da brancura da neve, para que, desfazendo-se a neve com o sol, se desfizessem umas glórias com outras, porque não depende a grandeza, para a ruína, mais que de si mesma, e quando falte quem as acabe, elas mesmas se consomem.






Padre António Vieira
"As sete propriedades da alma"


























































Weep for the last of things,
For the farewell that they give
As if with a glance alone
To the things that remain and live.


Weep for the noble minds
That have past like froth away;
Weep for the bodies fair
Now less than dust or day.


Weep for the smallest trifles
Of our life, that is made of them;
Weep for each unaccomplished,
Each dream known at last a dream.


Weep for nations and kingdoms
That are dreams within the past,
For creeds and for religions,
For idols dim down‑cast.


Though their glory were a vile one
And a blessing their decay,
Yet they are things that have been,
Have been and gone away.


Weep for all joys departed,
For many a departed pain:
The heart one day shall desire
That they could come back again.


Weep for all things that are gone
And for those that are not past,
For the heart that sees them knows
That they also shall not last.


To all that passes pertaineth
A shred of our sympathy,
A tear for all things departed,
For departing things a sigh.







Alexander Search
“The last of things”
































































































































Tito Colaço


XVII _ I _ MMXV








A fortiori...































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