Ethical dilemmas...
“Philosophers and psychologists have long argued about
whether there is one "right" answer to such moral questions, be it
utilitarian ethics, which advocates saving as many as possible, even if it
requires personally harming an individual, or non-utilitarian principles, which
mandate strict adherence to rules like "don't kill" that are rooted
in the value of human life and dignity.”
Filme "Crime e castigo" (Duas partes):
O livro “Crime e Castigo”, publicado em
1866, conta a trajectória de Raskólnikov, um jovem estudante, pobre,
desesperado e homicida perseguido pela memória do seu crime.
O protagonista deambula pelas ruas de
São Petersburgo, até que resolve roubar e matar uma miserável e inútil agiota, para
se salvar a si próprio e à família, e com isso, justificar a teoria de que
grandes homens (entre os quais se inclui), como César ou Napoleão, foram
assassinos absolvidos pela história.
Mas, assim que comete o crime, vê-se
obrigado a assassinar outra pessoa, inocente, e acaba por não roubar nada.
Assim comete dois crimes, e passa a se sentir atormentado por dúvidas e o seu
duelo de conversas com o comissário da polícia destrói-lhe os nervos.
Por fim, confessa
o crime a uma prostituta que lhe mostra o caminho do arrependimento e da fé.
Fiódor Dostoiévski
Obra - “Crime e castigo”
1866
A
história “Crime e castigo” começa num
dia de julho, em São Petersburgo.
Um
jovem pobre, ex-estudante, chamado Rodion Romanych Raskolnikov (também
conhecido como Rodya), sai do seu apartamento bastante preocupado com alguma
coisa. Vai até ao apartamento de Alyona Ivanovna, uma agiota, onde tenta tomar
uma decisão sobre o problema que o incomoda tanto.
Tinha
penhorado alguma coisa com esta mulher no mês anterior, e agora empenha um
velho relógio por muito menos do que ele esperava. Observa cuidadosamente o
ambiente e os movimentos da mulher, e despede-se depois de mencionar algo sobre
voltar mais tarde para um novo negócio.
Atormentado,
vagueia pelas ruas e entra numa taberna, a pensar que se sentirá melhor após
comer e beber alguma coisa.
Encontra
Semion Zakharovich Marmeladov, um militar reformado que está bastante bêbado.
Marmeladov conta a história da sua vida para Raskolnikov, incluindo a sua
exigente esposa Katerina Ivanovna, os seus três filhos pequenos e a sua filha
mais velha, Sonya, que teve de se prostituir para conseguir dinheiro para a
família.
Marmeladov
conseguiu uma posição recentemente, mas perdeu-a quase de imediato devido ao
seu alcoolismo. Saiu de casa há cinco dias, roubou o dinheiro do seu salário e
gastou-o todo em bebida.
Marmeladov
pede a Raskolnikov para levá-lo para casa. Rodion ajuda-o e presencia Katerina
Ivanovna a atacar o seu marido e arrastá-lo pelos cabelos, esta expulsa-o,
supondo que ele seja um companheiro de bebedeiras do seu marido.
Ao
sair discretamente, deixa um punhado de moedas no peitoril da janela. Após a
saída, lamenta o seu acto, mas não pode voltar atrás para buscar o dinheiro.
No dia
seguinte, desperta ainda sentindo-se cansado.
Natasya,
a criada da senhoria, entra com um pouco de chá, bem como os restos do jantar
da véspera. Como estava com o aluguer atrasado, a senhoria tinha parado de
enviar o jantar.
Natasya
também diz que recebeu uma carta. Agitado, faz com que esta a traga e ordena
que saia do quarto para que possa lê-la.
A
carta é da sua mãe, Pulcheria Alexandrovna, e fala basicamente a respeito da
sua irmã Avdotya Romanovna, também chamada de Dunya, que estava a trabalhar
como governanta na casa da família Svidrigailov, mas ao notar que o marido se sentia
atraído por ela, a esposa Marfa Petrovna, demitio-a, por achar que provocava o
interesse do patrão. Além disso, espalhou boatos maldosos sobre Dunya pela
cidade, arruinando a sua reputação. No entanto, Svidrigailov deu provas da
pureza e inocência de Dunya, convencida do seu erro, Marfa Petrovna arrependeu-se
e tentou restaurar a reputação de Dunya de forma quase cómica. Entretanto,
apresentou Dunya a um parente seu, Pyotr Petrovich Luzhin, o qual se interessou
por ela. A carta concluía a dizer que Luzhin, Dunya e Pulcheria chegariam em
breve a São Petersburgo e gostariam muito de encontrar Rodion.
Rodya
sai para caminhar e pensar.
Embora
a sua mãe tenha colocado um tom positivo em todos os acontecimentos, Rodya concluiu
que Luzhin não ama Dunya e não é digno dela, e por sua vez, Dunya está
consciente disso, mas resolveu a casar com ele para melhorar as condições de
vida da família.
Desgostoso
e irritado, Rodya recusa-se a aceitar esse auto-sacrifício, mas depois de
resolver interromper este relacionamento, indaga-se quanto ao direito de se
intrometer.
Raskolnikov
percebe que está automaticamente a se encaminhar para a casa de Dmitri
Prokofych Razumikhin, o seu único amigo da universidade. Decide que irá vê-lo no
dia seguinte "aquilo", isto é, o acto que o preocupa.
Caminha
sem destino e acaba a adormecer no lado da rua. Sonha que está a assistir a um
bando de camponeses a espancar um velho cavalo, até que o pobre cai e morre.
Acorda
assustado e sente-se profundamente feliz por ter sido apenas um sonho.
Pensa
novamente "naquilo", e repentinamente conclui que nunca poderá fazer
isso. Sentindo-se renovado e bem melhor, vai para casa. No entanto, faz um
desvio pelo mercado, onde ouve um trecho de conversa entre dois negociantes e
Lizaveta Ivanovna, a meia-irmã da agiota. Descobre que Lizaveta estará fora de
casa na noite seguinte, para tratar de negócios. Raskolnikov fica subitamente
excitado ao saber com certeza que Alyona Ivanovna estará sozinha em casa num
determinado dia e hora, e isso representa uma oportunidade única. Pois
finalmente revela que o acto que tanto o obceca, é o assassinato da agiota,
seguido do roubo dos seus bens, para o seu benefício e talvez o de outras
pessoas.
Rodya
planeia ter domínio absoluto da sua vontade e das suas emoções, que permita cometer
o crime perfeito.
Chega
a casa e cai num sono estranho e agitado.
Desperta
à noite, e teme ter perdido a sua chance. Rodion imediatamente se apressa, faz os
seus preparativos e segue para a casa de Alyona Ivanovna.
Apesar
do adiantado da hora, consegue entrar, sob o pretexto de ter um novo negócio
urgente, e entrega uma bolsa amarrada com cordões, cujos nós foram feitos de
forma complicada propositadamente, enquanto esta tenta desfazê-los, saca de um
machado e golpeia Alyona na cabeça, repetidas vezes, até se certificar que está
morta.
Muito
nervoso, revira a mobília até finalmente conseguir destrancar uma arca cheia de
objectos. Enquanto enche os seus bolsos, ouve passos. Fica imóvel e percebe, em
pânico, que alguém entra em casa. Agarra o seu machado, e corre para a sala,
onde encontra Lizaveta, a qual estava horrorizada a olhar o corpo da sua
meia-irmã. Rodya salta para ela e também a mata com o machado.
Ouve
ruídos de pessoas do lado de fora, tranca a porta e esconde-se atrás, a escutar
o falatório. As pessoas parecem desconfiar que há alguma coisa de errado, e afastam-se
para ir buscar ajuda. Silenciosamente, esgueira-se para fora do apartamento e
consegue voltar para casa sem ser notado, embora a cambalear por quase todo o
caminho.
Depois
de um sono bastante agitado, com momentos de actividade frenética, é acordado
pela entrada de Nastasya, acompanhada pelo zelador, que lhe entrega uma
intimação para comparecer na polícia.
Em
pânico, imagina por que teria sido intimado, apesar do seu evidente mal-estar, levanta-se
e vai até lá.
Os seus
nervos estão em franja, mas ao chegar na polícia, descobre que foi convocado
para pagar uma nota promissória que fez para a sua senhoria. Já aliviado, o
escrivão dá-lhe a assinar uma declaração de promessa de pagamento, enquanto
isso, o chefe da polícia, Nikodim Fomich, e o seu assistente, Ilya Petrovich,
estão a conversar sobre os assassinatos. A tensão é grande demais, e acaba por desmaiar.
Ao
voltar a si, percebe que todos estão a olhá-lo de forma estranha. Petrovich
começa a perguntar-lhe onde estava na noite passada, mas Fomich repreende o seu
ajudante e é dispensado.
Rodya
volta para casa. Certifica-se que o seu apartamento não foi revistado, e retira
todos os bens roubados de onde os escondeu. Sai e oculta-os sob uma pedra num
pátio deserto. A seguir, vai até à casa de Razumikhin, que fica surpreendido ao
vê-lo. Entretanto, parte pouco depois, e deixa o amigo frustrado e indignado.
Rodya
volta para casa e vai para a cama. Na manhã seguinte, cai inconsciente, sucumbe
por fim à doença que se manifesta à algum tempo.
Quando
finalmente volta a si, Razumikhin está lá, cuidou dele durante a sua doença, e recebe
35 rublos da sua mãe, que esta conseguiu de um adiantamento do valor a receber
da sua pensão. Razumikhin, nesta altura fez amizade com praticamente todas as
pessoas envolvidas na vida de Rodya, resgata a sua promissória e parte do
dinheiro para lhe comprar algumas roupas em segunda mão.
O Dr.
Zossimov examina Rodya e começa a conversar sobre os assassinatos com
Razumikhin durante a sua visita. Razumikhin conheceu Zamyotov, o escrivão da
polícia, e discutem a inocência do principal suspeito, Nikolai Dementiev, que pintava
a casa na altura do crime. Raskolnikov sente-se torturado por tudo isso.
No
meio da conversa, chega Luzhin, o noivo de Dunya. Veio para convencê-lo das
suas boas intenções, mas ambos travam uma tremenda discussão, que termina com
Rodion a expulsá-lo dos seus aposentos.
Raskolnikov
ordena que todos saiam, fica sozinho, levanta-se e sai.
Após
vaguear sem destino, entra numa taberna, onde encontra Zamyotov. Rodya entra
numa espécie de jogo com o escrivão, irrita-o e faz com que comece a acreditar
que era o assassino. No final, nega tudo, e acusa o outro de forjar a sua culpa
e sai indignado, a sua defesa foi tão convincente que Zamyotov se convence da
inocência dele.
Na
saída, Rodya encontra Razumikhin, que está bastante irritado pelo seu
comportamento irresponsável, ao desaparecer sem aviso, enquanto ainda está a
convalescer. Discutem, mas no final Razumikhin convida-o para uma festa que
este dará nessa noite. Rodya recusa bruscamente e vai embora. Frustrado,
Razumikhin vai conversar com Zamyotov.
Rodion
vagueia, pensa em se atirar ao rio mas acaba por decidir em ir à polícia para se
entregar. Entretanto, no meio do caminho, passa perto da casa de Alyona
Ivanovna, e num impulso inexplicável, resolve ir até lá.
Alguns
trabalhadores estão a realizar reparações na casa. Rodya assusta-os ao fazer
repetidas perguntas sobre o sangue e a tocar a campaínha sem parar, apenas para
ouvir o seu som. Estes reúnem-se e discutem se devem levar este maluco até à
polícia. Apesar de Rodya concordar com a decisão deles, mudam de ideia e só o
colocam para fora da casa.
Fica
no meio da rua, a hesitar sobre onde ir. Percebe um tumulto mais adiante,
resolve ir ver o que se está a passar. Descobre que é Marmeladov, bêbado e
atropelado por uma carruagem, toma a iniciativa e leva-o até à casa dele, onde
mandam chamar um médico e um padre. Sonya também é chamada e Marmeladov, depois
de lhe pedir perdão, morre nos braços dela. Entrega todo o seu dinheiro para
Katerina Ivanovna, para as despesas do funeral, incluindo o que restava do
dinheiro enviado pela sua mãe, e sai.
Sente-se
renovado. No caminho para casa, pára no apartamento de Razumikhin, que tinha
bebido bastante, e decide levá-lo até à sua casa. Abrem a porta e encontram a sua
mãe e irmã à espera. Assustado, desmaia. Ao se recuperar, exige que Dunya rompa
o noivado com Luzhin, e comporta-se de forma grosseira e agressiva. Razumikhin
fica indignado e toma o partido das senhoras, e acompanha-as até a casa, e fica
imediatamente encantado com a bela Dunya, a que promete retornar duas vezes para
relatar o estado de saúde do irmão. Por despeito das dúvidas nas senhoras sobre
as suas habilidades, cumpre integralmente as suas promessas.
No dia
seguinte, sente-se embaraçado ao lembrar o seu comportamento embriagado, no
entanto, quando vai ver as senhoras, estas são gentis e mostram-se gratas,
fazem-lhe todo o tipo de pergunta sobre Rodion. Também mostram uma carta de
Luzhin que receberam naquela manhã, a pedir um encontro às oito horas da noite,
e a exigir que Rodya não estivesse presente, estes vão vê-lo, e encontram-no
com Dr. Zossimov. Rodya está estranho e um tanto distante, o encontro é tenso,
diz a Dunya que tem de escolher entre ele e Luzhin, e esta pede que ele e
Razumikhin estejam presentes no encontro das oito horas.
Sonya,
que tinha sido citada de forma depreciativa na carta de Luzhin, entra no
aposento, ficam um tanto embaraçados, mas é apresentada à mãe e à irmã, e fica acomodada
perto delas. A sua família sai pouco depois, mas pede para Sonya esperar um
pouco, conversa com Razumikhin em particular, para lhe perguntar se poderia ver
Porfiry Petrovich (que era o investigador encarregado dos assassinatos e
conhecido de Razumikhin) e saem todos juntos. Rodya promete procurar Sonya mais
tarde e pede o seu endereço. Partem para a rua. Um estranho que ouviu Sonya a chamar
Rodya pelo nome segue-a até a sua casa, e fica surpreendido ao descobrir que
vive muito perto dela.
Rodya
entra no apartamento de Porfiry Petrovich com excelente humor, mas fica
surpreendido ao ver que Zamyotov também está lá. A conversa não se desenrola
muito bem, Rodya rapidamente perde o seu auto-controle frente ao inescrutável
Porfiry, e este que é muito interessado em Psicologia, menciona um artigo
escrito por Rodya chamado "Do Crime", no qual explora a psicologia
criminal, e apresenta a sua própria teoria, que divide a Humanidade em massas e
líderes, os quais são homens extraordinários que têm grandes ideias e algo novo
a dizer, onde argumenta que esses homens, perante as suas consciências, têm
todo o direito de cometer crimes, enquanto perseguem as suas ideias, se assim
acharem necessário.
Porfiry
convida Rodya para vir ao seu escritório no dia seguinte. Rodya e Razumikhin
saem para se encontrarem com Dunya e mãe. Quando estão quase a chegar, Rodya
subitamente diz a Razumikhin que tem algo a fazer, mas voltará mais tarde. Volta
apressado para casa, e verifica se deixou alguma evidência no seu quarto e sai.
Lá
fora, o zelador aponta um negociante que tinha estado a perguntar por Rodya. O
negociante, que ainda estava lá, olha-o e afasta-se sem dizer uma palavra.
Rodya alcança-o e pergunta o que quer, o homem chama-o de assassino e
desaparece sem dar explicações.
Abatido,
Rodion retorna para o seu quarto e deita-se. Os seus pensamentos giram em redor
do homem desconhecido que parece saber tudo.
Reflecte
sobre a sua falha ao cometer o crime. Mostrou ser um "perdedor" e não
um "homem extraordinário". Adormece e tem pesadelos. Ao acordar,
encontra um homem no seu quarto, o qual se apresenta como Arkady Ivanovich
Svidrigailov.
Depois
de uma conversa um tanto estranha, Rodya exige saber o que o homem deseja. Este
responde que vem oferecer dez mil rublos a Dunya para que rompa o seu noivado
com Luzhin. Embora inicialmente indignado, acaba por fim consentir em transmitir
o seu recado à irmã. Ao sair, Svidrigailov conta a Rodya que a sua falecida
mulher Marfa Petrovna, que morreu recentemente, deixou três mil rublos para
Dunya no seu testamento.
Razumikhin
chega para apanhar Rodya e seguem para o seu encontro. No caminho, Rodya confia
a sua família aos cuidados de Razumikhin. No encontro, Dunya anuncia que deseja
que Luzhin e Rodya se reconciliem. Entretanto, Luzhin recusa, pouco depois,
irrompe outra briga e Dunya, enfurecida e insultada, rompe o noivado e expulsa
o noivo. Luzhin parte, furioso com Rodya, mas mantem esperanças de se conseguir
reconciliar com elas.
Todos
ficam alegres, especialmente pelo legado de Marfa Petrovna para Dunya, e
começam a fazer planos para o futuro. Rodya, entretanto, parece incomodado e
sai abruptamente, e pede para o deixarem sozinho. Razumikhin vai atrás dele, e
Rodya novamente confia a sua família ao amigo e trocam um longo olhar no
corredor, através do qual parece transmitir seu horrível segredo.
Rodya
vai imediatamente até Sonya, que a atormenta e lhe beija os seus pés. Imagina como
esta tinha conseguido manter a sua alma intocada, e descobre que tinha sido
preservada pela sua inabalável fé em Deus. Suspeita que é uma "santa
tola", e pede que lhe leia a história de Lázaro da Bíblia. Depois que esta
termina a leitura, vai-se embora, mas antes promete contar-lhe quem matou
Lizaveta, se ela voltar no dia seguinte. Sem que soubessem, Svidrigailov estava
a ouvir a conversa atrás da porta com grande interesse.
Na
manhã seguinte, Rodya vai ao escritório de Porfiry Petrovich. Novamente, a
conversa desenrola-se mal, pois Rodya é incapaz de decifrar Porfiry, pois é um
jogo psicológico de gato e rato, em que Porfiry faz referências veladas ao
próprio comportamento de Rodya para afirmar que a natureza humana está do lado
do investigador, pois mais cedo ou mais tarde, fará com que o criminoso se
revele.
Frustrado
pelas repetidas tentativas de Porfiry para o apanhar em mentiras, Rodya explode
com medo e indignação. Quando está a sair, Nikolai Dementiev, o pintor que
tinha estado sob suspeita nos assassinatos, irrompe na sala, cai de joelhos e
faz uma confissão, deixando Porfiry de tal forma perplexo que Raskolnikov mal esconde
a sua satisfação.
Rodya
regressa a casa para um pequeno descanso, e logo segue para o almoço em memória
de Marmeladov. Na porta de casa, encontra o negociante que o tinha chamado de
assassino. O homem pede perdão pela sua suspeita, e isso deixa-o aliviado, pois
agora Porfiry não tinha nenhum motivo para manter as suas suspeitas.
Enquanto
isso, Luzhin prepara um plano para desacreditar Raskolnikov perante a sua
família, e causa a prisão de Sonya, para com isso, voltar às boas graças de
Dunya. Antes do almoço em memória de Marmeladov, Luzhin chama Sonya e dá-lhe
cem rublos, retirados de uma grande pilha de dinheiro que estava a contar,
diante do seu companheiro de quarto, Andrei Semyonovich Lebezyatnikov.
Sonya
então vai ao almoço, além de Rodya, estão presentes Katerina Ivanovna e um
grande grupo de convidados, a maioria dos quais é bastante desagradável. O
almoço corre muito mal, e está a ponto de estoirar uma briga quando Luzhin
entra. Diante de todos, Luzhin acusa Sonya de lhe roubar mil rublos, esta nega,
mas uma busca revela o dinheiro no seu bolso. Contudo, antes de se chamar a
polícia, Lebezyatnikov, que está a observar a cena, declara que Luzhin pôs o
dinheiro em Sonya sem que se apercebesse. Rodya explica os possíveis motivos de
Luzhin, que escapa antes de sofrer as consequências da fúria dos convidados. O almoço
transforma-se num pandemónio: Sonya corre histericamente para casa, a senhoria
expulsa os Marmeladovs e Katerina Ivanovna sai em busca de justiça.
Rodya
vai para a casa de Sonya e confessa o seu crime. Ela não acredita no que lhe está
a dizer e fica horrorizada, mas por fim ouve as suas explicações e percebe o
seu sofrimento. Sonya diz que precisa de confessar o seu crime publicamente.
Este resiste a essa ideia, embora saiba que eventualmente será preso.
Lebezyatnikov
chega e conta que Katerina Ivanovna enlouqueceu e está a fazer com que os seus
filhos cantem na rua para pedir dinheiro. Sonya sai à pressa e Rodya vai para
casa. Dunya chega inesperadamente, diz-lhe que Razumikhin disse que estava sob
suspeita de assassinato, e declara que está do seu lado se precisar, depois saiu.
Encontra Lebezyatnikov, que o leva até ao local onde estão Katerina Ivanovna e as
suas crianças.
Katerina
Ivanovna está quase louca e as suas crianças estão apavoradas, recusa-se a
voltar para o apartamento. As crianças tentam fugir, e entra em colapso ao
persegui-las, nos estágios finais da sua agonia, é levada para o apartamento de
Sonya, onde morre.
Svidrigailov
diz a Rodya que irá tomar conta das crianças, e então faz algumas citações que lhe
mostra que ouviu a confissão que fez a Sonya. Aterrorizado, entra numa fase de
alienação, vagueando por lugares sem descanso.
Um
dia, Razumikhin vem até à sua casa para expressar a sua indignação pelo
tratamento que o amigo está a dar à sua família, o qual o encarrega de cuidar
das senhoras, e chega até a mencionar que Dunya talvez já o ame. Razumikhin sai
emocionado, mas volta num instante para contar que Porfiry lhe disse que o
pintor Nikolai confessou os assassinatos.
Rodya,
aliviado por esta notícia inesperada, está prestes a sair para procurar
Svidrigailov quando Porfiry chega. Sentam-se para conversar, e diz a Rodya que
sabe que ele é o culpado, e que se deveria entregar, pede-lhe que não abandone
a vida, pois tem a vida inteira pela frente. Depois de avisá-lo que irá
prendê-lo provavelmente em dois dias, Porfiry sai e deseja boa sorte a Rodya.
Rodya
sai em busca de Svidrigailov, e encontra-o numa taberna. Indo directo ao ponto,
diz-lhe que o matará se pretende chantagear a irmã com o seu segredo. Um pouco embriagado,
Svidrigailov fala sobre a falecida mulher e a sua tentativa de seduzir Dunya. Também
fala sobre a sua nova noiva de apenas dezesseis anos. Enojado, Rodya vai-se
embora. Pouco depois, Svidrigailov também sai. É seguido por Rodya durante
algum tempo, até que se certifica que Svidrigailov não se vai encontrar com Dunya
naquele dia e o deixa sozinho.
Pouco
depois, Dunya realmente encontra-se com Svidrigailov, que lhe mandou uma carta,
a mencionar o segredo do irmão e a prometer apresentar provas. É conduzida para
o seu apartamento, sob a alegação de mostrar as tais provas, mas na realidade é
para chantageá-la.
Tarde
demais, percebe que está trancada no quarto, no entanto, levou consigo uma arma
e ameaça atirar se ele se aproximar. No final, deixa a arma de lado, e comovido
pelo seu gesto, abandona as suas ameaças. Quando esta afirma que jamais poderá
amá-lo, destranca a porta e pede que saia rapidamente. Após a sua saída, coloca
os seus negócios em ordem e passa o resto do dia vagueando sem rumo. Por fim,
na manhã seguinte suicida-se com um tiro.
Naquele
mesmo dia, Rodya vai ver a sua mãe pela última vez, antes de se entregar.
Depois
da sua visita, apressa-se a voltar para casa, onde encontra a irmã à sua
espera, despede-se dela e vai até a casa de Sonya.
Sonya
dá-lhe uma cruz, e sai de forma brusca, sem mesmo lhe dizer adeus, impaciente
em terminar com a situação. Rodya continua a não entender porque deveria se
entregar, pois na verdade ainda acha que o seu acto não foi algo condenável.
Vai
até à polícia, seguido por Sonya. Descobre que Svidrigailov, está morto, e surpreendido,
retira-se sem confessar. No entanto, Sonya está à sua espera, e decide finalmente
subir as escadas e confessar o seu crime.
Rodya
é exilado para a Sibéria e Sonya segue-o até lá. Dunya casa-se com Razumikhin. A
mãe morre. Sonya escreve para os Razumikhins sobre Rodya, a contar que não é
sociável e é detestado pelos colegas de prisão, onde adoece. Quando recupera,
Sonya está também doente, e sente muita a sua falta. Quando fica curada, vai
vê-lo, quando por fim se arrepende da verdade, cai a chorar aos seus pés.
Finalmente
reconhece o seu pecado, sente-se ressuscitado para amar Sonya e passar a sua
vida com ela.
(Adaptação
para Português europeu)
Tito Colaço
III _ I _ MMXV
0 comentários:
Enviar um comentário