Qui meus est orbis...
Qui meus est orbis...
Um
outro mundo, dos tantos e imagináveis que existem.
Daqui
dá para ver o quanto se esmera o habitante do mundo ao lado do meu, do muito
que faz para se notabilizar, enquanto nos do outro lado, permitem-se respirar.
Sim. Respirar também é uma conquista, em alguns mundos.
Naveguei,
em tempos, por mares, onde terminava a fronteira de outros mundos. Fiz amizades
e tréguas com alguns desses habitantes. Desejámos felicidades e partimos em
direcção ao nosso canto.
Sim.
Cada mundo tem o seu canto. Uns estão no centro, outros em cantos, assim
funcionam os mundos.
Dessas
viagens, pernoitavam os chamados alaridos humanos.
O que são? Penso que seriam
homens e mulheres que tentavam socializar numa capa oca. Com essa ferramenta,
viviam em mundos vastos de superficialidade, e cantavam vitórias. Eram os
alaridos.
Mas
eram alaridos humanos, apenas porque de noite, deixavam as capas moribundas nos
seus corpos guarnecidos pelas capas diurnas, e mergulhavam na imensidão esbelta
e luzente que trazem consigo em cada sonho, infestadas de sentimentos, capazes
de atravessar o melhor que cada mundo tem, e unir numa humanidade que apenas aí
reside.
Respirar
o ar fresco do rio deste meu mundo, não é o mesmo dos grandes oceanos
transbordados de ar injectado, pelo preço que as capas diurnas podem pagar.
Sim. Em mundos que só respiram porque podem pagar com a moeda da falsidade e
receber o troco da imunidade.
Pisar
o musgo macio do meu campo, não é o mesmo dos grandes pastos de verde virtual,
compostos por grandes maquetas e figuras pintadas de pessoas e animais que fingem
serem reais, perante o aplauso eufórico de tantos figurinos, pagos pela mesma
moeda e mesmo troco, dos que respiram dessa forma.
Ser
eu e tentar guardar o tempo dentro de mim, como se ele fosse meu, e dele
pudesse dispor eternamente, como se eterno fosse atingível, por quem é por
pouco tempo, de cada vez que o é, e se dentro de mim, coubesse todo o tempo que
podia ter.
Sim.
Há mundos que podem pagar e ter troco da tal moeda, mas esses, estão presos e
são presos do seu tempo.
Um
bom domingo.
TITO
COLAÇO
18.01.2015
Um comentário feito em: http://umjeitomanso.blogspot.pt/
Tito Colaço
XVIII _ I _ MMXV
0 comentários:
Enviar um comentário