Páginas

terça-feira, 8 de março de 2016

Adjusted to a society...















It is no measure of health 
to be well-adjusted 
to a profoundly sick society.”




























“There will be, in the next generation or so, a pharmacological method of making people love their servitude, and producing dictatorship without tears, so to speak, producing a kind of painless concentration camp for entire societies, so that people will in fact have their liberties taken away from them, but will rather enjoy it, because they will be distracted from any desire to rebel by propaganda or brainwashing, or brainwashing enhanced by pharmacological methods. And this seems to be the final revolution”

Aldous Huxley (1961)



It is no measure of health 
to be well-adjusted 
to a profoundly sick society.


Jiddu Krishnamurti


























"Pergunta: Proporcionei ao meu filho a mais esmerada educação; no entanto, ele não parece ser feliz e capaz de encontrar o seu lugar na sociedade. Qual é a causa do seu insucesso?

J. KRISHNAMURTI:  Por que precisamos ajustar-nos à sociedade? (Risos) Não é caso para rir. Tal é o desejo de todo o pai: que o filho ou a filha se ajuste à sociedade. Por quê? Por que deve o filho ajustar-se à sociedade? Que sociedade maravilhosa é esta que temos? Vede por favor que não estou a dizer uma coisa superficial, que se possa varrer com uma risada. Na Índia, os pais querem que os filhos se ajustem à sociedade; aqui, é a mesma coisa; na Rússia, idem. Em toda a parte queremos que seja mantido o actual estado de coisas e que os nossos filhos a ele se ajustem.

O que é essa coisa chamada sociedade? Pensemos a respeito dela de maneira simples, não no majestoso sentido económico ou filosófico. O que é esta sociedade? 

Esta sociedade é produto da ânsia de aquisição, da ambição, da avidez, da inveja, da busca de preenchimento individual, da busca incessante de alguma espécie de permanência neste mundo impermanente. Naturalmente, nesta sociedade há também alegrias passageiras, divertimentos variados, etc. Isto, dito cruamente, em poucas palavras, é o que constitui a nossa sociedade, e a ela queremos que os nossos filhos se ajustem e nela sejam bem sucedidos. Adoramos os grandes êxitos. A nossa educação é um processo de ensinar aos nossos filhos a se ajustarem, não é verdade? Ela os condiciona, para se adaptarem a um determinado padrão, ensina-lhes certas técnicas para que obtenham bons empregos. E no meio de tudo isso há a constante ameaça de guerra.

Eis o que é a nossa sociedade. Mas, por que educamos os nossos filhos? Para que isso? Nunca o investigamos. Qual é a finalidade da educação, se os nossos filhos estão a ser destinados a matar ou a ser mortos na guerra?

Sem dúvida, é muito importante que pensemos em tudo isso de maneira totalmente nova, em vez de ficarmos a fazer reformas, isto é, a remendar aqui e ali. Não deveríamos cuidar de resolver os nossos problemas, não considerados em termos de América, Rússia, ou qualquer nação, mas como um todo? Não devemos abeirar-nos do problema da existência do homem, não como americanos ou ingleses, mas do ponto de vista das relações humanas? 

Enquanto assim não procedermos continuaremos a ter guerras constantes e continuará a haver miséria no mundo. 

Há miséria, talvez não tanto na América, mas há na Ásia, África, e enquanto este problema não for resolvido, não teremos paz aqui. E não podeis resolvê-lo como americano ou russo, como comunista ou capitalista; só podeis resolvê-lo como um ente humano.

Por favor, não desprezeis isso, como se fosse uma coisa já ouvida milhares de vezes. Se realmente o compreenderdes, como um indivíduo simples, estareis, então, no caminho da solução do problema. Mas se só vos preocupa ajudar o vosso filho a ser bem sucedido numa determinada sociedade, se só vos interessa um determinado problema, o qual naturalmente terá de ser resolvido mas não poderá ser resolvido sem se dar atenção ao todo, nesse caso não achareis solução alguma, e por conseguinte, tereis mais complicações e mais misérias.

Temos, pois, fundamentalmente, realmente, de dar atenção ao problema da educação. Consiste ela, apenas em ensinar ao jovem uma técnica, para que tenha emprego? 
Ou se destina a criar uma atmosfera de verdadeira liberdade, não liberdade para fazermos o que entendermos, mas liberdade para cultivarmos aquela inteligência que sabe enfrentar cada experiência e cada influência condicionadora, enfrentá-la, compreendê-la e ultrapassá-la? 

Esse problema requer muita percepção, muito discernimento e inteligência, por parte de cada um de nós. Como deveis saber, porém, temos tanto medo porque queremos estar em segurança. No momento em que buscamos a segurança, projecta-se sobre nós a sombra do temor, e na luta para vencermos o temor, condicionamo-nos mais ainda, condicionamos a nossa mente e criamos uma sociedade que fatalmente há-de limitar o nosso pensar. E quanto mais eficiente se torna uma sociedade, tanto mais é ela condicionada.

Dar real atenção ao problema da verdadeira educação, compreender integralmente o significado da educação, porque somos educados e para que isso serve, é uma empresa imensa, que não pode ser exposta em alguns minutos. Podeis ter lido ou ser capaz de ler muitos livros, podeis ter muita erudição e uma infinita variedade de explicações; mas isso, por certo, não é liberdade. 

Vem a liberdade com a compreensão de nós mesmos, e só a liberdade nos habilita a enfrentar sem temor todas as crises e todas as influências que condicionam; mas é necessária muita penetração e meditação.







Pergunta: Como posso ter paz de espírito neste mundo agitado?

J. KRISHNAMURTI:  Provavelmente, se queremos paz, é daquela qualidade que consiste numa fuga completa do mundo; e fugir é uma coisa que em geral sabemos fazer com muito êxito. Fugimos, servindo-nos do rádio, do dogma, da crença, da actividade. A completa absorção numa dada actividade, dá-nos o que pensamos ser a paz. Mas isso, por certo, não é a paz. A paz não é o oposto da agitação. Mas se, em vez de procurar a paz, for capaz de compreender o que causa a agitação; se for capaz de compreender qual é o processo que faz nascer a agitação em mim, nas minhas relações, nos meus valores, e portanto na sociedade, se puder compreender todo o processo responsável pela agitação, então, libertando-me dessa agitação, encontro a paz. Entretanto, procurar a paz, sem compreender o processo total de mim mesmo, responsável pela agitação, daí só resulta uma ilusão. Eis porque as pessoas que meditam para terem paz, que lêem, e praticam vários exercícios, e se deixam narcotizar para terem paz, estão em verdade em busca de um estado de sono.

O que traz a paz, a verdadeira tranquilidade e serenidade da mente, é a compreensão do processo total de nós mesmos, e isso não significa buscar a paz, mas compreender o `eu´, com todas as suas ambições, a sua inveja, a sua avidez, a sua ânsia de aquisição, a sua violência; compreender tudo isso é a função da meditação, meditação isenta de condenação, de escolha, meditação que é percebimento no mais alto grau, observação sem senso de identificação.

A paz, para a maioria de nós, é uma retirada, é entrar numa caverna cheia de escuridão, ou agarrar-nos a uma crença, um dogma, onde encontramos segurança; mas isso não é a Paz. 

Só vem a paz com a compreensão total de nós mesmos, que é auto-conhecimento, e esse auto-conhecimento não pode ser comprado. Não precisais de nenhum livro, nenhuma igreja, nenhum sacerdote, nenhum analista. 
Podeis observar o processo de vós mesmos no espelho das vossas relações com o vosso patrão, a vossa família, a vossa sociedade. Se a mente está sempre muito atenta e vigilante, sem escolha, estamos então libertados da limitação do `eu´, e por conseguinte, temos a paz, a qual traz a sua segurança própria."


Jiddu Krishnamurti
"Viver sem temor"






















“The real hopeless victims of mental illness are to be found among those who appear to be most normal. Many of them are normal because they are so well adjusted to our mode of existence, because their human voice has been silenced so early in their lives that they do not even struggle or suffer or develop symptoms as the neurotic does. They are normal not in what may be called the absolute sense of the word; they are normal only in relation to a profoundly abnormal society. Their perfect adjustment to that abnormal society is a measure of their mental sickness. These millions of abnormally normal people, living without fuss in a society to which, if they were fully human beings, they ought not to be adjusted.”


Aldous Huxley 
"Brave new world revisited"














































Jiddu Krishnamurti: What do you owe to society?

Inquirer: "Everything I have: my bank account, my education my name-Oh, so many things!"

In actuality, you have not taken anything from society, because you are part of it. If you were a separate entity, unconnected with society, then you could give back what you have taken. But you are part of society, part of the culture which has put you together. You can return borrowed money; but what can you give back to society as long as you are part of society?

"Because of society I have money, food, clothing, shelter, and I must do something in return. I have profited by my gathering within the framework of society, and it would be ungrateful of me to turn my back on it. I must do some good work for society - good work in the large sense, and not as a `do-gooder'."

I understand what you mean; but even if you returned all you have gathered, would that absolve you from your debt? What society has yielded through your efforts is comparatively easy to return; you can give it to the poor, or to the State. And then what? You still have your `duty' to society, for you are still part of it; you are one of its citizens. As long as you belong to society identify yourself with it, you are both the giver and the taker. You maintain it; you support its structure, do you not? 

"I do. I am, as you say, an integral part of society; without it, I am not. Since I am both the good and the bad of society, I must remove the bad and uphold the good."

In any given culture or society, the `good' is the accepted, the respectable. You want to maintain that which is noble within the structure of society; is that it?

"What I want to do is to change the social pattern in which man is caught. I mean this most earnestly."

The social pattern is set up by man; it is not independent of man, though it has a life of its own, and man is not independent of it; they are interrelated. Change within the pattern is no change at all; it is mere modification, reformation. Only by breaking away from the social pattern without building another can you `help' society. As long as you belong to society, you are only helping it to deteriorate. All societies including the most marvellously utopian, have within them the seeds of their own corruption. To change society, you must break away from it. You must cease to be what society is: acquisitive, ambitious, envious, power-seeking, and so on.
"Do you mean I must become a monk, a sannyasi?"

Certainly not. the sannyasi has merely renounced the outer show of the world, of society, but inwardly he is still a part of it; he is still burning with the desire to achieve, to gain, to become.

"Yes, I see that."

Surely, since you have burnt yourself in politics, your problem is not only to break away from society, but to come totally to life again, to love and be simple. Without love, do what you may, you will not know the total action which alone can save man.
"That is true, sir: we don't love, we aren't really simple."

Why? Because you are so concerned with reforms, with duties, with respectability with becoming something with breaking through to the other side. In the name of another, you are concerned with yourself; you are caught in your own cockle-shell. You think you are the centre of this beautiful earth. You never pause to look at a tree, at a flower, at the flowing river; and if by some chance you do look, your eyes are filled with the things of the mind, and not with beauty and love.

"Again, that is true; but what is one to do?"

Look and be simple.


Jiddu Krishnamurti
"Commentaries on Living Series III Chapter 18 - 
To Change Society You Must Break Away From It"

















t.



































0 comentários:

Enviar um comentário