Páginas

sexta-feira, 11 de março de 2016

The essence of conflict...













The essence

of 

conflict...





































Weep for the last of things,
For the farewell that they give
As if with a glance alone
To the things that remain and live.
Weep for the noble minds
That have past like froth away;
Weep for the bodies fair
Now less than dust or day.
Weep for the smallest trifles
Of our life, that is made of them;
Weep for each unaccomplished,
Each dream known at last a dream.
Weep for nations and kingdoms
That are dreams within the past,
For creeds and for religions,
For idols dim down‑cast.
Though their glory were a vile one
And a blessing their decay,
Yet they are things that have been,
Have been and gone away.
Weep for all joys departed,
For many a departed pain:
The heart one day shall desire
That they could come back again.
Weep for all things that are gone
And for those that are not past,
For the heart that sees them knows
That they also shall not last.
To all that passes pertaineth
A shred of our sympathy,
A tear for all things departed,
For departing things a sigh.


Alexander Search
"The last of things"










Here we are
Under the same old sun
All alone yet somehow bound and unified
Dust to dust...
Ashes to ashes won't take long
We search for a harbour
Somewhere to belong

They say that faith is all you need
To stay forever young
What you've sown is what you reap
Our sins can't be undone

There is a god in each society
So right is wrong where wrong is right
No one could be sure
Still we are certain
That what we know is truth
The only truth
We're building our temples taller

They say that faith is all you need
To stay forever young
What you've sown is what you reap
Our sins can't be undone

How can we trust them once again
They used to tell us lies
Their voices will sustain
Cause nothing ever dies

Love is the only truth
Pure as the well of youth
Until it breaks your heart
You took me higher
Than the mountains I have climbed
You waited all your life for me
You left me all alone behind
But we'll meet again
We will meet again








"Falamos há dias sobre a vitalidade e a força da virtude, e agora desejo examinar mais profundamente a questão da energia, a necessidade de uma energia não criada pelo conflito ou a resistência.
Essa energia é de suma importância, porque dela necessitamos para aprofundar aquele estado que transcende toda experiência e que não é matéria de fé.

Mas, em primeiro lugar, acho que deveríamos esclarecer-nos mais uma vez quanto à intenção destas reuniões. Este orador não está interessado em nenhuma espécie de propaganda; não deseja converter-vos a determinada maneira de pensar ou norma de acção, e nem tampouco está a tentar criar uma atmosfera ou ambiente especial,
no qual o indivíduo possa produzir aquela energia total. 

Mas existe, indubitavelmente, além da razão e do pensamento, uma energia que se manifesta quando é eliminado o conflito, de qualquer espécie que seja. 
O próprio conflito gera uma certa forma de energia, nascida da reacção, da resistência, da repressão, da contradição; mas é necessário que o conflito desapareça completamente, para que se tome existente aquela outra energia.
Ora, antes de entrarmos na questão relativa ao esvaziar a mente de todos os conflitos, todas as ideias, todos os conceitos, deve-nos ficar bem clara a função, se posso empregar tal palavra, que, como ouvintes, aqui desempenhais. Estais a escutar unicamente com
o fim de vos ajustardes ao que se está a dizer? Estais a escutar com o fim de encontrardes falhas e contradições nas palavras do orador?
Procurais criar, como resultado do que se está a dizer, um padrão pessoal de acção? Enquanto escutais, o que ocorre, na realidade, na vossa mente? 

Desejo falar a respeito de algo extremamente sério e
que, se compreendido, poderá produzir, de imediato, completa revolução na mente. Desejo entrar nesta matéria um tanto extensa e profundamente, se não vos parece presunção da minha parte assim me expressar, e eis porque ressalto a importância de averiguardes qual é o estado da vossa própria mente enquanto escutais.

Estais meramente a ouvir as palavras e tentar relacionar ou
ajustar o que já sabeis ao que se está a dizer? Estais a ouvir indolentemente, nesta aprazível manhã, como que para matar o tempo, em busca de entretenimento no chamado sentido espiritual ou religioso?
Ou apenas observais a vossa própria mente, explorando-lhe os ocultos recantos, as obscuras profundidades e regiões desconhecidas? Se deveras observais a vossa própria mente, então vós e eu, como indivíduos, poderemos produzir juntos essa coisa, cujo respeito vou falar. Mas, para isso requer-se um estado de completa vigilância, de atenção.

Não há atenção, sempre que há qualquer espécie de resistência.
Não há atenção, se há esforço ou luta para compreender. Se desejais compreender algo, deveis aplicar-lhe a vossa atenção completa. Para vos inteirardes do conteúdo do que se vai dizer, impende que o vosso corpo, a vossa mente, as vossas emoções, todo o vosso ser se devote a esse fim. 
E então, esvaziando a mente do seu total conteúdo, descobrireis por vós mesmos que se manifestará uma extraordinária energia.
Isso poderá parecer absurdo ou impossível, ou mera fantasia; mas nós não nos estamos a ocupar com ideias. Ocupamo-nos com factos, os factos que realmente se estão a verificar na nossa própria mente.

Para percebermos o significado desses factos, deles devemos cientificar-nos; cumpre dar-nos conta de cada movimento do pensamento, sem de maneira nenhuma procurar corrigi-lo ou alterá-lo. E, assim conscientes, podemos começar a investigar o conflito íntimo de cada
um de nós. O conflito, em qualquer forma, exterior ou interior, destrói a clareza; e só da clareza pode provir aquela energia a que me refiro.

Há dois tipos de energia; há a energia gerada pela resistência, pela contradição, pelo conflito nas nossas diárias relações, a qual produz certas actividades com que todos nós estamos familiarizados.
E existe outro tipo de energia não resultante de resistência, contradição, conflito; mas não se pode saltar de um tipo para o outro, sem se compreender o conflito, porque, enquanto houver conflito de qualquer natureza e por mais subtil que seja, não poderá existir a verdadeira
energia. Esta energia só se torna possível com a total cessação do conflito; e não se pode pôr fim ao conflito quando se tem um motivo, o desejo de alcançar a autêntica energia.

Evidentemente, todos nós temos energia física e mental em
variados graus. Como a maioria dos habitantes do Ocidente vivem fisicamente com certo conforto e bem alimentados, e gozam de uma certa dose de folga, têm em geral mais energia física do que os habitantes do Oriente, onde há menos comida e mais desconforto, e excesso de população. A energia física, naturalmente, é necessária; mas estamos agora a falar sobre a energia mental, sem a qual não
podemos ter uma mente penetrante, clara, capaz de pensar sadiamente, sem tendências ou ambiguidades, sem ideias fantásticas, românticas ou ilusórias. E só pode haver essa energia, essa clareza mental, quando não há conflito de espécie alguma.

Como sabeis, o conflito esgota a mente. Conflito supõe um
problema humano, e todo o problema humano, em qualquer nível que seja, um problema sexual, um problema económico, um problema de relações, um problema de virtude, um problema de morte, qualquer problema, enfim, causa desperdício de energia mental e impede a clareza de percepção. E é possível viver neste mundo sem nenhum problema? 

Isso nós mesmos podemos verificar, mas só se compreendermos a essência do conflito.

Deixai-me dizer aqui que não estais a escutar com o fim de
`alcançar´ um determinado estado mental ou de captar uma certa vitalidade, com que fazerdes frente ao vosso quotidiano viver. Escutais com o fim de descobrir os vossos próprios problemas, e isso significa tornar-vos conscientes das vossas próprias actividades e contradições.

Ora, que se entende por `contradição´? Há contradição, conflito interior, enquanto temos uma ideia, um conceito, um padrão de acção, um alvo ou um ideal, porque tal coisa é irreal, não constitui um facto. O facto é uma coisa, e a ideia relativa ao facto outra coisa, e essa divisão gera conflito. Não compreendo o facto, o que somos realmente, criamos uma ideia, um padrão de `como ser bom´, de
`como deve ser o nosso estado interior´; criamos o protótipo, o herói, o exemplo, o estado perfeito, e lutamos para aproximar desse ideal o nosso viver. E eu estou bem certo de que ides agora criar a ideia da `ausência de conflito´, ideia que se tornará o padrão.

Ora, por que criamos o padrão? Criamos o padrão porque desejamos evitar o facto, não importa qual seja ele. Como estamos insatisfeitos e não compreendemos o facto, o que somos, criamos a ideia do que deveríamos ser, e por isso há uma divisão, uma contradição.
No mundo inteiro se verifica esse processo, essa fuga ao que é, mediante a busca inspirada pela ideia do que deveria ser. E, decerto, enquanto lutamos para efectuar uma aproximação entre o facto e a ideia, o conflito é inevitável.
A maioria das nossas acções baseiam-se em ideias, não é verdade?

Somos impelidos pelo pensamento `devo´ ou `não devo´, significando isso que o nosso agir está radicado numa ideia e que estamos sempre a procurar aproximar os dois (o facto e a ideia). Vamos falar a respeito da total eliminação da ideia, e por conseguinte, da completa cessação do conflito, mas isso não significa que ides adormecer em conforto, no vosso próprio mundo livre de idealização. Pelo contrário, requer-se, da vossa parte, completo percebimento.

Para mim, qualquer espécie de conflito, nas relações, no estudo, no amor, no pensamento, é prejudicial, porque embota e insensibiliza a mente; e para se ter essa extraordinária energia que capacita a mente a enfrentar e resolver qualquer problema, necessita-se de sensibilidade no mais alto grau. Todos os sentidos, todas as partes do vosso ser devem estar totalmente vivas, e isso só é possível
quando compreendeis o inteiro processo do conflito, isto é, quando o conflito terminou.

Se de vez em quando faço uma pausa, é porque desejo saber até onde me tendes acompanhado, mas não quero dizer que me estejais a seguir, que eu seja a vossa autoridade, quero apenas saber até que ponto tendes compreendido, pois esta é uma questão bem complicada.
Viver sem ideia é coisa muito diferente daquilo com que em geral estamos acostumados. Vivemos habitualmente com ideias, vivemos com os nossos pensamentos, os nossos conceitos, as nossas formulações; mas para mim essa não é a verdadeira maneira de viver, porquanto só cria conflito, sofrimento, confusão. Para viver de maneira total, completa, deve a mente estar livre de toda idealização, a fim de ser capaz de enfrentar o facto, o que é, de momento a momento, sem interpretá-lo. Mas nós estamos pesada e profundamente condicionados a esse conceito de luta. Vivemos no mundo ideologicamente, vivemos com ideias, com heróis, com exemplos, com padrões, buscamos
o que deveríamos ser.

Ora, eu estou a propor eliminar tudo isso. Falo a respeito de factos, e não de meras fantasias. Cada um, se observar, poderá ver por si mesmo que, havendo conflito, há confusão, há falta de clareza, sofrimento, angústia, toda a sorte de perturbações. E é possível viver e actuar sem conflito? Cada um precisa agir, não só no mundo exterior,
mas também interiormente. Cada um tem de ir para o seu emprego, de fazer uma infinidade de coisas; mas é possível viver-se neste mundo sem ideia e, por conseguinte, sem conflito? Pode haver actividade em que a mente não se esteja a comparar com uma ideia?

Não sabeis se isso é possível ou impossível. Eu digo ser possível e que essa é a única maneira correcta de viver; mas isso requer muita compreensão, e, para compreenderdes, necessitais de forte energia e
não, simplesmente, de uma vaga esperança ou aspiração.
A ideia, o conceito, o padrão nasce do pensamento, o qual por sua vez se baseia no nosso condicionamento. Todo o nosso pensar, por nobre, requintado ou subtil que seja, é resultado da nossa experiência, do nosso conhecimento. Não há pensamento sem o passado.

O nosso pensar é mera reacção da memória. E eu estou a falar sobre a acção sem reacção, ou seja viver sem o pensamento como reacção da memória.
Neste mundo, há guerra, há a bomba atómica, e há os ditos pacifistas, aqueles que não desejam a guerra e falam sobre a proscrição da bomba; para eles, esse é o ideal. A bomba é unicamente um resultado, produto de um processo histórico plasmado pelo nosso nacionalismo, pela nossa ganância, pela nossa ambição, pelos nossos preconceitos, pelas nossas distinções de classes, pelas nossas antagónicas inclinações religiosas. 
Todas essas coisas produziram a bomba, e não é bom `mexer com bombas´. 

O importante é modificarmos o nosso modo de vida, o nosso modo de pensar. Mas ninguém quer fazer tal coisa. Ninguém deseja essa revolução total, e é dela que estou a falar: 
da revolução total, que não é reacção. 
O comunismo é uma reacção ao capitalismo, por conseguinte não é a verdadeira revolução. 
Enquanto houver nacionalismo, enquanto houver distinções de classes, enquanto houver patriotismo, identificação de um indivíduo com determinado grupo ou seita, política, económica ou religiosa, haverá guerra. Para pormos fim à guerra, precisamos extirpar todo esse pensar condicionado.

Falo, pois, acerca de algo que não é reacção. Compreendeis o que entendo por `reacção´? Vós me insultais, dizeis alguma coisa que me desagrada, e eu reajo; ou agrada-me o que dizeis e, também, reajo.
Mas, não será possível ouvir o que outro diz sem reagir? 
Por certo, se escuto para verificar a verdade ou a falsidade do que estais a dizer, então, desse escutar, dessa percepção, resulta uma acção não reactiva.
Toda a reacção se baseia em ideia, em padrão de pensamento; assim, para uma pessoa ficar completamente livre de conflito, deve examinar esta questão do pensamento. 

O pensamento, na realidade, é mecânico, e nunca pode ser livre. O pensamento pode aspirar, criar, imaginar, mas nunca pode ser livre, produto que é do nosso condicionamento, da memória, do conhecimento do passado. 

Olhar os factos sem reacção, interiormente e exteriormente, supõe olhá-los sem pensamento.
Direis, porventura:`Que absurdo é esse que estais a dizer?´. Isso só será absurdo, se não seguistes desde o começo o que juntos estivemos a considerar. Se vos limitais a `pegar´ uma frase, tal como `viver sem pensamento´, essa frase, naturalmente, parecerá disparatada, absurda. Mas, se tiverdes observado em vós mesmos cada movimento de pensamento e sentimento, agradável ou desagradável,
se tiverdes observado, sem reacção, as complexidades da vossa mente e compreendido o significado do pensar, descobrireis, individualmente, o que é viver, funcionar, agir, sem pensamento. Mas isso requer extraordinária lucidez.

Sabeis o que entendo por `consciencialização´? Consciencialização é ver o tremular daquelas folhas ao vento e ouvir as águas céleres daquele ribeiro; é observar a luminosidade das nuvens e o aprofundar das sombras; é estar ciente de todas as pessoas aqui presentes, com os seus trajes de variadas cores, as suas diversas opiniões, as suas diferentes expressões fisionómicas. É perceber tudo isso e também as vossas próprias reacções, reacções de preconceito, de simpatia e antipatia.
É observardes, escutardes tudo, sem escolher, sem interpretar, sem condenar ou justificar; e fazer isso significa que compreendestes o vosso próprio fundo, o vosso próprio condicionamento.

Afinal, nós fomos educados para condenar, concordar ou discordar, para comparar, justificar, resistir. Isso é tudo o que sabemos, é o nosso fundo, fundo criado pela nossa educação, na escola e às mãos da sociedade. Consideramo-nos alemães, ingleses, franceses, católicos, protestantes, hindus. Cremos ou não cremos. Isso é o nosso fundo, e quando esse fundo `reage´, dizemos que estamos a pensar.

Pois bem. Estar consciente é perceber e compreender todo o processo desse fundo, não só do fundo consciente, mas também do inconsciente.
Porque o nosso fundo é que se torna autoridade e cria conflito.
A pessoa que se interessa pela compreensão do conflito, nenhum alvo tem, e por conseguinte, nenhuma frustração. A maioria está num estado de frustração. Desejamos tornar-nos um famoso músico, grande estadista, queremos ser isto ou aquilo, mas não somos suficientemente capazes, suficientemente sagazes ou o que quer que seja. Desejamos preencher-nos, mas somos impedidos pelas circunstâncias,
por ideias, pela nossa própria falta de capacidade, pelo nosso desejo de segurança, e assim, vemo-nos frustrados. E mesmo quando nos preenchemos há sempre, nesse preenchimento, a sombra da frustração.

Espero não estejais meramente a seguir as minhas palavras, porém, observando a vós mesmos.
Viver sem alvo, viver sem desejo de preencher-se, requer compreensão.
Significa enfrentar factos, o que na realidade se verifica
na mente. E quando a mente conhece a si própria, quando observou e compreendeu a si mesma, vê então que todos os conflitos foram eliminados. E do vazio resultante provém aquela energia que nos é absolutamente necessária para prosseguirmos.

Divididos que estamos pelo conflito, em geral nos vemos em sofrimento, confusão, e por conseguinte, dispomos de escassa energia mental. Mas, depois que a mente se esvaziou de todo o conflito, por ter compreendido o inteiro processo do pensar, da idealização, do cultivo de conceitos, ideais, protótipos, etc., desse vazio provém uma energia que vive de instante em instante, dia por dia, e a mente tudo pode fazer sem frustrar-se, sem medo. Só então existe a verdadeira paz interior. Não é uma paz`produzida´. Paz que foi `produzida´, paz disciplinada, é uma coisa sem vida, e eis porque a maioria das pessoas religiosas estão interiormente mortas.

Quando não há nenhum conflito mental, pois a mente compreendeu a si própria, surge aquela energia que já não busca experiência, que ultrapassa toda a experiência. Achando-se vazia, mantém-se consciente; nela não há cantos obscuros, nem regiões desconhecidas; está inteiramente viva, vigilante. Se chegardes até aí, descobrireis por vós mesmos que o tempo perdeu toda a sua significação; porque só então compreendereis aquilo que está além das palavras, além dos símbolos,
além de todo o pensamento."


Jiddu Krishnamurti
"O homem e os seus desejos em conflito"















t.




























0 comentários:

Enviar um comentário