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sábado, 12 de março de 2016

Be a light unto yourself…





"If you are very clear, 
if you are inwardly a light unto yourself, 
you will never follow anyone."







"You must understand it, go into it, examine it, give your heart and your mind, with everything that you have, to find out a way of living differently. That depends on you, and not on someone else, because in this there is no teacher, no pupil; there is no leader; there is no guru; there is no Master, no Saviour. You yourself are the teacher and the pupil; you are the Master; you are the guru; you are the leader; you are everything."

Jiddu Krishnamurti







" You are your own Master 
Be a Light unto Yourself "







Be a light
unto yourself





"Como dissemos, a mente vulgar, estreita, superficial, mostra-se muito interessada e séria em relação às particularidades. Mas, quando se lhe apresenta um problema maior, muito mais digno de ser considerado com seriedade, essa mente hesita, porque não percebe o pleno alcance desse problema. Assim sendo, nesta manhã entraremos, se o permitis, na questão relativa à mente. 

`O que é a mente?´. 
E, penetrando-a, explorando-a, talvez descubramos o começo do pensamento, e talvez mesmo alcancemos uma certa coisa muito mais profunda, que é o amor; talvez descubramos, por nós mesmos, o que é a mente meditativa.

Quando se investiga esta questão: `O que é a mente?´; nota-se que os especialistas, os neurologistas, os diferentes psicólogos e teóricos, religiosos e intelectuais, já a definiram, mais ou menos, como uma entidade que se lembra, que tem a capacidade de pensar racional e irracionalmente; que funciona não só tecnologicamente, porém em escala mais ampla, e é considerada capaz de receber comunicações `do alto´; que contém tanto o consciente como o inconsciente; que constitui o imenso depósito da memória, localizada no cérebro, que também faz parte da mente; que a mente não pode ser separada do corpo, etc. etc. Importa a cada um de nós, aqui presentes, descobrir por si próprio o que se entende por `mente´ — não em conformidade com esses especialistas, por mais competentes que sejam, ou em conformidade com os teólogos ou as `pessoas religiosas´, porém pondo de parte tudo isso, para descobrir o que é, na realidade, a mente.

Porque então, depois disso, poderíamos fazer uma nova pergunta: Qual a origem do pensamento? Pode-se descobrir como nasce o pensamento? Esse descobrimento revelará uma coisa mais profunda, ainda, da qual trataremos à medida que formos avançando.

Deveríamos ser capazes de descobrir por nós mesmos o que é a mente, a mente consciente, a mente que pensa, que dispõe de todo o background do tempo; e de descobrir o que é o cérebro, que reage em conformidade com o próprio condicionamento, o cérebro que é o depósito da memória, que faz parte da mente. E, somos realmente capazes de descobrir por nós mesmos, ou estamos apenas a descobrir o que nos tem sido mostrado? Considero isto importante, a pergunta `se só descobris o que vos é mostrado, e portanto, não constitui um descobrimento vosso, ou se descobris por vós mesmos`.

Se por vós mesmos descobris o que é a mente, podeis, daí, passar adiante; mas, se estais a aceitar uma teoria, uma comunicação relativa à mente, estais então `negociar em segunda mão´ e o que descobris continuará a ser mera teoria, sem valor nenhum.

Pode-se descobrir o que é a mente? Ora, para podermos penetrar a fundo nesta questão, temos de estar num estado de meditação, não a meditação em conformidade com um certo sistema ou método ou com o desejo de alcançar um certo resultado (pois isso de modo nenhum é meditação), porém a meditação da mente que é livre para olhar, observar, da mente que se acha sobremodo quieta. 

E, quando observais a vossa própria mente, isto é, a vossa consciência no seu todo, existe um observador capaz de examinar? Para examinar este microfone, verificar como funciona, tenho de desmontá-lo, para ver o que há no seu interior. Mas, ao considerarmos o campo da consciência, ou seja a mente, o cérebro, os nervos, todo o depósito de memórias, etc., existe, de facto, uma entidade capaz de olhá-lo, examiná-lo? Existe uma entidade separada da coisa que examina? E se essa entidade separada existe, não foi ela inventada pelo pensamento, sendo por conseguinte uma parte da mente, da qual não está separada, e portanto, incapaz de descobrir o que é a mente? Como então descobrir o que é a mente, sem aquela entidade separada, o observador?

Quero saber o que é a minha mente, essa mente que pensa, esse cérebro que reage, esses pensamentos que brotam das memórias, com motivos, sugestões, desejos egocêntricos, ideias, crenças, dogmas, tudo isso dentro do campo da consciência, tudo isso parte de mim mesmo. E digo, de mim para mim: `Tenho de olhar, de descobrir a origem do pensamento, o seu começo, tenho de descobrir o que de facto é a consciência´. E quando digo `Eu tenho de descobrir´, esse `EU´ está separado da coisa que ele quer olhar, examinar, observar, sendo, por conseguinte, capaz de olhar objectivamente? 
Se não está, se esse `EU´ que observa essa totalidade da consciência a que chamamos `mente´, não está separado, como então irá ele descobrir ou perceber esse estado total chamado `a mente´?

Preciso ver bem claramente este ponto, isto é, se existe um observador separado da mente, porque então, evidentemente, se tal observador existe, ele é criado pelo pensamento, faz parte da consciência, e por conseguinte, não está separado. Como pode então ser compreendida a totalidade da mente, se não existe uma entidade separada que diga `examinei e compreendi?´; Isso exige muita disciplina (não a disciplina do controle, da repressão, que o indivíduo impõe a si próprio), é o próprio acto de olhar, examinar, que cria a sua disciplina própria. 

Desejo descobrir, e para descobrir pergunto a mim mesmo se o observador difere da mente que ele observa. O fazer essa pergunta, o descobrir se o observador é diferente, exige muita disciplina, não a disciplina do ajustamento, porque, naquela, não há padrão nenhum. Assim, o próprio acto de perguntar o que é a mente e se existe uma entidade separada, que observa a mente, produz a sua disciplina própria. Essa disciplina não é ajustamento, e por conseguinte, é liberdade, a liberdade está em relação com ela. Está mais ou menos claro isso? 

`Claro!´, não no sentido verbal, porém, estais a acompanhar-me? Estamos a viajar juntos? Podeis fazer aquela pergunta (o que é a mente?) se sois livre, se não tendes opiniões, nem conclusões, nem crenças, e nesse próprio perguntar existe austeridade; entendeis? 

Estais a afastar de vós tudo o mais, excepto aquela pergunta, que poderá abrir-vos a porta que vos levará a visões grandiosas, a infinitas profundezas. Assim, pois, se o observador faz parte da coisa observada, e a mente, que é consciência, dividiu a si própria em `observador´ e `coisa observada´, trata-se então de uma divisão errónea. 

Qual é então o estado capaz de perceber essa totalidade que chamamos `a mente´? 

Se o observador é a coisa observada, se a entidade que observa tudo isso faz parte da mente, então, quando pergunto a mim mesmo `O que é a mente?´, e o observador não existe, qual é então o estado da mente, qual o estado que descobre isso, que vê a consciência tal como é, com as suas fronteiras, os seus limites, etc.? 
Perguntando isso, estamos a procurar descobrir o que é que percebe e obviamente não está separado quando não há observador.

O que é `estar consciente´? 
Aqui sentado, neste estrado, estou consciente de diferentes cores, da tenda ao alto, do barulho daquela corrente d´água, do movimento desta ou daquela pessoa, do silêncio, de tudo isso estou consciente. Há nesse percebimento um observador que diz: `Estou consciente, separadamente de tal e tal cor´? 

Porque o que vamos mais adiante indagar é se consciência é limitação (e toda a consciência é limitação; nela não há liberdade alguma), e se se pode transcender essa limitação, `experimentar´ aquilo que está além das limitações da consciência, quem é a entidade que vai experimentar? 

Tenho, por conseguinte, de compreender o que se entende por percebimento, estar consciente. Como disse, estou consciente disto e pergunto: `Estou consciente como observador separado da coisa observada, ou estou consciente sem `observador´? Sabeis o que é o amor; existe um observador que diz `amo´? E, se esse observador existe, trata-se então de amor? 

E, quando dizeis que existe o amor, está de todo ausente o `observador´? Se o observador não está ausente, nesse caso tal amor se converte em ódio, ciúme, dor, ansiedade, `sentimento de culpa´, etc. etc., e nada disso é amor; converte-se aquele amor em simples desejo e prazer, que também não é amor, conforme já vimos.

Muito importa descobrir o que entendemos por estar consciente, estar atento. Fizemos a pergunta: `O que é a mente?´; porque desejamos descobrir qual é a origem do pensamento, e nessa pergunta estamos a indagar: `Quem é a entidade que vai descobrir?´; quem vai receber a resposta? Se essa entidade faz parte da consciência, se faz parte do pensamento, nesse caso ela é incapaz de descobrir; só o estado de percebimento pode descobrir. 

Nesse estado de percebimento existe ainda uma entidade consciente que diz `Devo estar consciente?´, `Devo praticar o percebimento?´. Ao olhardes o céu azul desta manhã, aquelas montanhas e nuvens, ao verdes a profundeza e altura do céu, ao perceberdes tudo isso, dizeis `Estou consciente?´; ou só existe um percebimento de tudo aquilo, sem `observador´, embora estejais a ver com os vossos olhos, etc.? Esse próprio ver, sem se criar o `observador”, é o “estar totalmente consciente´. 

Ao olhar aquela árvore, a pessoa está consciente da árvore sem o `observador´? O observador é a entidade que acumulou conhecimentos relativos àquela árvore e de acordo com esses conhecimentos, esse símbolo, essa imagem, olha a árvore. 
Esse olhar com o `observador´ não é `estar consciente´, totalmente, da árvore real. Está bastante claro isto?

Isto é, para fazer ver a coisa mais directamente, quando olhais a vossa esposa ou marido, estais consciente da esposa ou do marido através da imagem que criastes a respeito dela ou dele? Ou estais directamente consciente dele ou dela, realmente, sem `observador´? 
Isso é infinitamente difícil. Posso olhar o céu, a nuvem, o rio, etc., porque não me atingem intimamente os sentimentos, as reacções, quando vivo com alguém há vários anos, criei uma imagem a respeito dessa pessoa, e essa pessoa criou uma imagem a respeito de mim. Nessas circunstâncias, quando dizemos que estamos conscientes, queremos dizer, em geral, que a imagem se torna consciente de si própria em relação com a outra imagem, e isso é percebimento parcial; mas nós já chegamos muito mais longe do que isso. E dizemos que, quando existe essa imagem, existe um centro que observa, existe uma separação, e portanto, conflito. 

Onde há conflito não há percebimento de espécie alguma. Para nos libertarmos do conflito, temos de perceber, perceber sem criar outro centro que se torne consciente da imagem que criei a respeito de mim mesmo ou a respeito de outrem. Existe, pois, percebimento sem nenhum `centro´; percebimento dessa consciência, com as suas fronteiras, as suas limitações, o seu conteúdo? (o próprio conteúdo faz as fronteiras, o conteúdo da minha consciência de ser hindu, etc, e de todas as coisas sem valor adquiridas pela educação e a experiência) .

Estamos, pois, a descobrir que o pensamento tem a sua origem, o seu começo, na consciência em que há a separação entre `observador´ e `coisa observada´. 

Façamos a pergunta de outra maneira: Como descobrireis por vós mesmos como se origina o pensamento, qualquer pensamento? Já fizestes alguma vez a vós mesmos esta pergunta? Se já a fizestes, como ireis descobrir? 
Para descobrir alguma coisa, qualquer coisa que seja, a vossa mente, a totalidade da consciência, e não apenas uma parte dela, deve estar quieta, não? 

Se desejo olhar-vos, para que eu possa ver-vos claramente, a minha mente deve estar muito quieta, sem os seus preconceitos, tagarelices, diálogos, imagens, quadros; tudo isso tenho de pôr de parte, para olhar-vos. E então, porque há liberdade, e portanto, quietação, é possível a observação. Assim, posso eu, prestai atenção à pergunta que vou fazer!; posso eu, podemos nós, vós e eu, observar a origem do pensamento? 

Só posso observar o começo do pensamento se estou em silêncio, e não quando começo a buscar, a fazer perguntas e esperar respostas. É só então, quando a minha mente está totalmente quieta, após ter feito a pergunta `Qual é a origem do pensamento?´, totalmente quieta, em todos os pontos do meu ser, é só então que posso começar, em virtude desse silêncio, a ver como se forma o pensamento.

Essa pergunta é muito importante, porque, se há o percebimento na origem do pensamento, não há mais necessidade de controlar o pensamento. Como sabeis, consumimos um tempo enorme, não só nas escolas e colégios, mas também quando nos tomamos mais velhos, a controlar o pensamento, a dizer `este é um bom pensamento´, `este é um mau pensamento´, `este é um pensamento agradável e devo conservá-lo´ ou `este é um pensamento feio e tenho de reprimi-lo´, etc. etc., sempre a controlar, reprimir. Está a travar-se a todas as horas uma batalha entre diferentes pensamentos, a mente é um campo de batalha, campo em que existe conflito constante, um pensamento contra outro pensamento, um desejo contra outro desejo, um prazer a dominar todos os outros prazeres, etc. Mas, se há o percebimento da origem do pensamento, não há então contradição no pensamento.

Estou a dizer coisas tolas, ou há nelas alguma sensatez? 

Acho que há, porque, deveis saber, uma vida de conflito não tem significação nenhuma. Conflito comigo mesmo, ou com um vizinho, ou com ideias; e eu não desejo conflito de espécie alguma, parque todo o conflito é tensão, desfiguração. A vida de conflito muito depressa se gasta, e eu preciso descobrir se existe uma maneira de viver sem o mais leve sopro de conflito, em nenhum momento da vida. E só posso descobrir essa maneira de viver, começando a descobrir a origem do pensamento. Se a mente é capaz de descobrir sem estar consciente do `centro´, então nenhum pensamento é distracção. Cada pensamento não tem então o seu oposto, pois só há pensamento e não há pensamento oposto. Por conseguinte, aquela pergunta é importante, encerra alguma sensatez e não uma pura tolice.

Só se pode ver a origem do pensamento quando há silêncio, quando a mente se tornou silenciosa, não por disciplina, nem de controle, nem das várias formas de meditação, não através de nenhuma dessas coisas detestáveis, porém naturalmente. Só em silêncio posso descobrir alguma coisa; só então a mente se torna capaz desse extraordinário descobrimento, que é o descobrimento de uma coisa nova. Esse descobrimento só pode sair do silêncio, silêncio que não pode ser cultivado, organizado pelo pensamento; se o pensamento o organiza, ele é então uma coisa morta, estagnação. 

Quando o pensamento organiza alguma coisa, há sempre conflito. Chega-se, pois, ao descobrimento da origem do pensamento quando a mente está toda quieta; não importa que tipo de pensamento, mas `o pensamento´. E se há só pensamento, não há contradição. 
Oh, não percebeis isso? 

Só há desejo, mas surge a contradição quando há o desejo disto em oposição àquilo, e quando começamos a descobrir a origem do desejo, deixa de haver contradição. Contradição supõe conflito, e quem deseja viver sem conflito deve compreender isto. Para compreendê-lo, a mente deve estar em silêncio, e esse silêncio é meditação. 

A mente que está plenamente desperta e vigilante não cuida de conservar cada descobrimento que faz, e prossegue descobrindo coisas novas; porque a mente que está vigilante e desperta em tão alto grau, é a luz de si própria e já não há experiência alguma.

Em geral, ansiamos por experiência, seja a experiência de uma viagem à Lua, seja a de uma mente vulgar que busca nas drogas um estado de consciência povoado de visões, um estado de exaltada sensibilidade, etc. etc.; experiência mística, experiência religiosa, experiência sexual, a experiência de possuir dinheiro em abundância, de ter poder, posição, domínio, sabeis como todos nós ansiamos por tais experiências. 

E isso porque a nossa própria vida é tão superficial e vazia, tão insuficiente, e pensamos que, sem experiências, a mente se tornaria embotada, estúpida, pesada. Por essa razão é que lemos livros e mais livros, visitamos os museus, frequentamos os concertos, os rituais, as igrejas, os jogos de futebol, enfim, buscamos todas as espécies de experiência. 

Entretanto, nunca indagamos o que está contido nesse experimentar, ou se se encontra alguma coisa nova no experimentar. Toda a experiência requer reconhecimento, pois, de contrário, não é experiência. Se não a reconheço como uma experiência com um certo conteúdo, já não se trata de uma experiência. Só quando a reconheço, chamo-a `experiência´; mas, para reconhecê-la, já a devo ter conhecido. Por meio da experiência não se pode encontrar nenhuma coisa nova. Acabamos, pois, de descobrir uma verdade fundamental, ou seja que a mente que busca, que anseia por experiências mais amplas e profundas, é uma mente superficial, porque está a viver sempre com as suas memórias, o seu reconhecimento, e o que é lembrado, reconhecido, nunca é coisa nova. Mas, no silêncio não há experimentar, e pergunta-se:
`Como é possível actuar, neste mundo, com a mente quieta deveras, em silêncio?´. Compreendeis? 

É possível `funcionar´, neste mundo, nesse extraordinário estado de silêncio? Cada um de nós tem uma certa função, tem de fazer certas coisas, como bibliotecário, cozinheiro, técnico, auxiliar de escritório, etc., funções que exigem certos conhecimentos acumulados, quer dizer, saber, experiência. E pergunta-se: `Pode a minha mente que compreendeu e está a viver nesse estado de silêncio, funcionar, em tais circunstâncias?´.

Quando se faz esta pergunta, está-se a separar o silêncio da acção; portanto, a pergunta é errónea. Mas, quando há silêncio, qualquer um pode `funcionar´ no seu escritório. Isso é ser como um tambor bem ajustado e que, quando percutido, dá a nota exacta, embora esteja sempre vazio, em silêncio. Ele não diz: `Estou em silêncio´, `Como posso funcionar no escritório?´.

Descobre-se, pois, que toda a consciência, tanto a oculta como a patente, a secreta e a superficial, faz parte desse processo de pensar. Só se pode conhecer a origem do pensamento, quando há silêncio, quando não há fronteiras na consciência. Tudo isso exige enorme disciplina, não disciplina para se obter alguma coisa, e se já chegamos até aqui, podemos perguntar: O que é o amor? 

É necessário investigar se o amor se encontra no campo da consciência, que é pensamento. Digo: `Amo-te, amo a minha pátria, amo a Deus, amo os meus livros, amo a minha posição, Amo!`.

Empregamos a palavra de maneira Um tanto leviana, contudo com certa intensidade. Quando dizeis a alguém `Amo-te´, o que significa tal palavra? Os indivíduos religiosos, em todo o mundo, dividiram o amor em profano e sagrado, etc. O amor é desejo? Não respondais `Não´, porque, para a maioria de nós, ele é desejo e prazer, prazer derivado dos sentidos, do apego e do preenchimento sexual, derivado da minha mulher, do meu marido, da minha família, oposta às outras famílias, a minha pátria, o meu Deus, o meu Rei, e de tantas outras coisas sem valor que bem conhecemos! 


Chamamos isso `amor´, e por sua causa matamos os nossos semelhantes... Quer dizer, nesse amor há ciúme e ódio. 

É amor

Nele, há posse, domínio, dependência, busca de satisfação, de prazer, de conforto, de companhia: fuga de mim mesmo. Isso é amor?


Ou reside o amor além dessa agitação do pensamento? Se dizeis que sim, que será então da minha mulher, dos meus filhos, da minha família, que necessitam de segurança, e que será de mim, que também necessito de segurança? Com tal pergunta mostrais que nunca estivestes fora do campo da consciência. Porque, uma vez fora do campo da consciência, jamais fareis uma pergunta dessas, porque então sabereis o que é o amor, o amor em que não há pensamento, em que não há amanhã, e por conseguinte, tempo. 

Ouvireis isto com certo agrado, provavelmente hipnotizado, `encantado´; mas, transcender o pensamento, o tempo (pois tempo é pensamento, e pensamento é sofrimento) é tornar-se consciente de uma dimensão diferente, chamada amor. Daí em diante pode-se actuar, pode-se existir.

Outra pergunta: `O que é a beleza?´. A beleza está no objecto ou nos olhos de quem a contempla? Ou ela não se encontra nem no objecto nem naquele que a contempla, porém, sim, quando foram inteiramente abandonados o `observador´ e a `coisa observada´? 

Isso só pode acontecer quando há uma austeridade total, não a austeridade do sacerdote com a sua rudeza, as suas sanções, as suas regras, a sua obediência. Austeridade, aqui, significa simplicidade, não nas ideias, nos trajes, no comportamento ou no alimentar-se; significa ser totalmente simples, humildade completa. Por conseguinte, nunca se está a galgar, a realizar alguma coisa; não há escada para galgar. Há só o primeiro degrau, e este é o degrau eterno.

Quando se compreende a beleza, o amor e a meditação, isto é, a coisa verdadeira, então a vida tal como é, vivida como é vivida, com os seus sofrimentos, dores, conflitos, tem muito pouca significação. Podeis tomar drogas, apegar-vos aos vossos apetites sexuais, para lhe dar significação, porém a dependência de qualquer droga, ou de qualquer pensamento, ou de qualquer necessidade de prazer, só produz mais conflito, mais aflição, mais confusão.







INTERROGANTE: Desejo apenas dizer a propósito do que estivestes a falar sobre a `experiência´, que há muitos anos eu desejava ardentemente voar num planador e pensava que isso seria verdadeiramente maravilhoso. Ontem tive oportunidade de fazê-lo, durante uma hora, na companhia de um oficial suíço. Foi uma experiência interessantíssima, mas ao descer, senti a impressão de já ter tido anteriormente essa experiência; ela fora desnecessária.

J. KRISHNAMURTI: O interrogante diz que ontem voou num planador, e que desejava fazê-lo para ter uma experiência nova.

INTERROGANTE:
Tê-la eu próprio.

J. KRISHNAMURTI: Tê-la vós próprio, uma experiência nova. E disse o interrogante, que ao descer, descobriu que aquilo não fora uma experiência, pois já a tivera antes. Ora, senhor, porque ansiais por experiência, experiência de voar num planador, experiência sexual, de escalar as montanhas, de tomar drogas e conseguir expansões `psicodélicas´, etc.? Porque ansiais por experiências? Perguntai isso em primeiro lugar. E se não tivésseis experiências, nenhuma experiência, o que vos sucederia? Isso é possível? Ora, nós dependemos das experiências para nos manterem despertos. A experiência é uma forma de desafio. Sabeis o que nos aconteceria, a todos nós, se não houvesse desafios? Estaríamos a dormir. Se não houvesse alterações políticas, se não houvesse conflito dentro de nós mesmos, se tudo fosse como desejamos que seja e nada nos perturbasse, todos nós estaríamos a dormir a sono solto. 

Os desafios são necessários à maioria de nós, diferentes desafios, pois são eles que nos conservam despertos. Dependemos de experiências, agradáveis ou dolorosas, para conservar-nos despertos; desejamos todas as espécies de desafio, a fim de nos ajudarem a manter-nos despertos. Quando se percebe que essa dependência dos desafios e das experiências só torna a mente mais embotada, e que eles não nos mantêm realmente despertos; quando se percebe que tivemos, como noutro dia dissemos, milhares de guerras e não aprendemos coisa alguma, e amanhã estaremos prontos a matar os nossos semelhantes à menor provocação, então, perguntamos: `Porque os desejamos (os desafios)?; e temos possibilidade de nos mantermos despertos, sem desafio algum?`. 

Esta é a questão real; entendeis? 

Dependo de um desafio, de uma experiência, esperando que me dará mais sensações, mais intensidade, tornará minha mente mais subtil; mas ele não dará nada disso! 

Assim, pergunto a mim mesmo se é possível manter-me desperto, totalmente e não superficialmente, em alguns pontos do meu ser, porém totalmente desperto, sem desafio algum, experiência alguma? 

Quer dizer, posso ser a luz de mim mesmo, não dependente de nenhuma outra luz? Isso não significa tornar-me vaidoso, por não depender de estímulo algum. Posso ser uma luz inextinguível? 

Para o averiguar, tenho de penetrar profundamente em mim próprio, tenho de me conhecer, total e completamente, a profundidade de mim mesmo; não pode haver cantos secretos, tudo tem de vir à luz. Tenho de estar consciente do campo total de `mim mesmo´; esse campo é a consciência individual e social. Só quando a mente transcende essa consciência individual e social, temos a possibilidade de ser a luz de nós mesmos, a luz que jamais se apaga!"


Jiddu Krishnamurti
"Como viver neste mundo"













There was a shadow over heaven
on the day that I was born
They tried to bless me with holy water
but I was baptized in a storm... Oh yeahhh

I was raised with a crossbow aiming for something real
I sent out the arrow from behind my defense shield
Eternal dreamer so full of life
A faithful believer soon I will arise

They tried to put me down
and it struck me hard
I used to turn the other cheek
'till they pushed me too far
Now I'm right on target
and my thoughts are clearer
Closer to balance as the end draws nearer... Oh yeahh

I give you everything just for a while
You got the best of me this is my time
The seed I've been given, Hallelujah
To grow my ambitions high
All you people of the western land
Is it so hard to smile and lend a helping hand?
Open your hearts it can be simple
If you just show what you feel
Go look for something real

You can call me a peace warrior
A dark soul of light
I sing for the future
And the melody is my guide
Sailing the waters
Of this endless lullaby
My ship is leaking
Can't stop it if I try... Ohh

They tried to put me down
And it struck me hard
I used to turn the other cheek
Till they pushed me too far
Now I'm right on target
And my thoughts are clearer
Closer to harmony as my love feels nearer

I give you everything just for a while
You got the best of me, this is my time
The seed I've been given, Hallelujah
To grow my ambitions high
All you people of the western land
Is it so hard to smile and lend a helping hand?
Open your hearts it can be simple
If you just know what you feel
Go look for something real









"Conflict of any kind -physically, 
psychologically, intellectually, 
is a waste of energy."





























































t.




















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