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quarta-feira, 23 de março de 2016

What love is, and what it means to die...








Something in me was born before the stars
And saw the sun begin from far away.
Our yellow, local day on its wont jars,
For it hath communed with an absolute day.

Through my Thought's night, as a worn robe's heard trail
That I have never seen, I drag this past
That saw the Possible like a dawn grow pale
On the lost night before it, mute and vast.

It dates remoter than God's birth can reach,
That had no birth but the world's coming after.
So the world's to me as, after whispered speech,
The cause-ignored sudden echoing of laughter.

That 't has a meaning my conjecture knows,
But that 't has meaning's all its meaning shows.


Fernando Pessoa









"One has to find out the meaning of living, not merely giving an intellectual significance to it, but looking at what it means to live. And one has also to go into this question of what love is, and what it means to die. 


Al this has to be examined in the conscious and the deep, hidden recesses of one's own mind. One has to ask what order is, what living really means, and whether one can live a life of complete, total affection, compassion, tenderness and love. One has also to find out for oneself the meaning of that extraordinary thing called death.

These are not fragments, but the total movement, the wholeness of life. We shall not be able to understand this if we cut it up into living, loving and dying, it is all one movement. To understand its total process, there must be energy, not only intellectual energy but energy of strong feeling, which involves having motiveless passion, so that it is constantly burning within one. 

And as our minds are fragmented, it is necessary to go into this question of the conscious and the unconscious, for there begins all division: the `me' and `not me,' the `you' and `me', the `we' and `they'. As long as this separation exists: nationally, in the family, between religions with their separate possessive dependencies; there will inevitably be divisions in life. 

There will be the living of everyday life with its boredom and routine and that thing which we call love, hedged about by jealousy, possessiveness, dependence, and domination, there will be fear, the inevitability of death."



Jiddu Krishnamurti
"Flight of the eagle"











What love is,

and

what it means


to die...
















"What is death? - This is a question for the young and for the old, so please put it to yourself. Is death merely the ending of the physical organism? Is that what we are afraid of? Is it the body that we want to continue? Or is it some other form of continuance that we crave? We all realize that the body, the physical entity wears out through use, through various pressures, influences, conflicts, urges, demands, sorrows.


Some would probably like it if the body could be made to continue for 150 years or more, and perhaps the doctors and scientists together will ultimately find some way of prolonging the agony in which most of us live. But sooner or later the body dies, the physical organism comes to an end. Like any machine, it eventually wears out.


For most of us, death is something much deeper than the ending of the body, and all religions promise some kind of life beyond death. We crave a continuity, we want to be assured that something continues when the body dies. We hope that the psyche, the `me´ which has experienced, struggled, acquired, learned, suffered, enjoyed; the `me' which in the West is called the soul, and by another name in the East, will continue. So what we are concerned with is continuity, not death.


We do not want to know what death is; we do not want to know the extraordinary miracle, the beauty, the depth, the vastness of death. We don't want to inquire into that something which we don't know. All we want is to continue. We say: `I who have lived for forty, sixty, eighty years; I who have a house, a family, children and grandchildren; I who have gone to the office day after day for so many years; I who have had quarrels, sexual appetites, I want to go on living´. That is all we are concerned with.


We know that there is death, that the ending of the physical body is inevitable, so we say: `I must feel assured of the continuity of myself after death´. So we have beliefs, dogmas, resurrection, reincarnation, a thousand ways of escaping from the reality of death; and when we have a war, we put up crosses for the poor chaps who have been killed off. This sort of thing has been going on for millennia."


Jiddu Krishnamurti
"Saanen 7th Public Talk"










"Tal como a vida, a morte deve ser algo extraordinário. A vida é uma totalidade. Sofrimento, dor, angústia, alegria, ideias absurdas, bens, inveja, amor, o sofrimento atroz da solidão, tudo isto é vida. E para compreender a morte, precisamos compreender o todo da vida, não tomar apenas um de seus fragmentos e viver com esse fragmento, como a maioria de nós faz. 
Na própria compreensão da vida está a compreensão da morte, pois as duas não são separadas."



Jiddu Krishnamurti
London 12-06-1962













"Será possível viver num profundo senso de harmonia e beleza, com uma sensação de incessante satisfação, ou melhor, eu não diria de satisfação, pois a satisfação traz consigo a frustração, mas existirá um incessante estado de acção no qual não existe a dor, o arrependimento, nenhum motivo para tristeza? E se existe um tal estado, como pode alguém chegar a atingi-lo? Ele não pode, evidentemente, ser cultivado. Não se pode dizer: `Serei harmonioso´. Isto não significa nada. Supor que a pessoa se deva controlar de forma a se tornar harmoniosa é uma maneira bastante imatura de pensar. 






O estado de integração total, de acção unitária, surge somente quando não o estamos a procurar, quando a mente não está a lutar para se ajustar a um padrão de vida determinado.





A maioria de nós pensou muito pouco sobre tudo isso. Nas nossas actividades diárias nós nos preocupamos apenas com o tempo, pois o tempo nos ajuda a esquecer; o tempo cura as nossas feridas, ainda que provisoriamente; o tempo dissipa os nossos desesperos, as nossas frustrações. 

Sendo tomado pelo processo do tempo, como pode alguém atingir esse estado extraordinário no qual não existe contradição, no qual o próprio movimento de viver é acção integrada, e a vida do dia-a-dia é realidade? Se cada um de nós se fizer esta pergunta com seriedade, penso que poderemos então comungar um com o outro no esclarecimento do problema; mas se, se limitar a escutar as palavras, então você e eu não estaremos em comunhão. 

Estamos em comunhão um com o outro apenas quando este é um problema para ambos. Assim, ele não é apenas o meu problema, que eu estou a impor a você ou que você está a tentar interpretar de acordo com as suas crenças e idiossincrasias. 

Este é um problema humano, um problema do mundo todo, e se ele estiver claro para cada um de nós, então o que eu estou a dizer, o que estou a pensar e sentir, produzirá um estado de comunhão entre nós, e juntos poderemos atingir grandes profundezas.

Então, qual é o problema? 



O problema é que, evidentemente, deve haver uma tremenda mudança, não apenas no nível superficial, nas actividades exteriores da pessoa, mas interiormente, profundamente; é preciso que ocorra uma revolução interior que transforme a maneira de pensar e que produza uma forma de viver que seja por si mesma acção total. E porque essa revolução não ocorre? Este é o problema para aqueles que o percebem. Vamos então mergulhar fundo em nós mesmos e descobrir a raiz desse problema.






A raiz do problema é o medo, não é verdade? 

Por favor, procurem-no em vocês mesmos, e não se limitem a ver em mim um orador que se dirige a uma plateia. Quero abordar esse problema com vocês porque, se vocês e eu o explorarmos juntos e se todos nós compreendermos algo que seja verdadeiro, então dessa compreensão surgirá uma acção que não é nem minha nem de vocês, e as opiniões, sobre as quais discutimos sem cessar, terão deixado de existir.

Sinto que existe um medo básico que precisa ser revelado, um medo muito mais profundo que aquele de perder o emprego, ou o de fazer algo errado, ou o medo da insegurança externa ou interna. Mas para que o abordemos com muita profundidade, precisamos começar com os medos que conhecemos, os medos dos quais temos consciência. 

Eu não preciso dizer-lhes quais são estes, pois podem observá-los em si próprios: o medo da opinião pública, o medo de perder um filho, ou a esposa, ou o marido, através da trágica experiência chamada morte; o medo da doença, o medo da solidão, o medo de não ter sucesso, ou de não se realizar, o medo de não atingir o conhecimento da verdade, ou de Deus, ou do que quer que seja. 
O selvagem tem uns poucos medos, mas nós temos incontáveis medos cuja complexidade aumenta à medida que nos tomamos mais e mais `civilizados´.

Bem, mas o que é o medo? 

Por acaso já sentiram realmente o medo? Pode perder o emprego, pode não ser um sucesso; o seu vizinho pode dizer isto ou aquilo sobre você, e a morte está sempre à espreita logo ali na esquina. Tudo isso o amedronta, e foge por intermédio da ioga, da leitura de livros, da crença em Deus, de diversas formas de diversão, e de tudo o mais. Assim, pergunto: realmente sentiram o medo ou a mente sempre fugiu dele?

Considerem o medo da morte. Temendo a morte, racionaliza o seu medo e diz que a morte é inevitável, que tudo morre. 
O processo de racionalização é uma mera fuga do facto. Ou então acredita na reencarnação, o que satisfaz e o conforta, mas o medo continua ali. Ou então tenta viver totalmente no presente, esquece tudo sobre o passado e o futuro e preocupa-se exclusivamente com o agora, mas o medo prossegue.

Estou a lhes perguntar se alguma vez conheceram o medo verdadeiro, não o medo teórico, aquele meramente concebido pela mente. Talvez eu não esteja a explicar de forma bastante clara. Conhecem o gosto do sal. Experimentaram a dor, o desejo, a inveja, e sabem por vocês mesmos o significado destas palavras. Da mesma forma, sabem o que é o medo? Ou têm apenas uma ideia do que seja o medo, sem que realmente o tenham experimentado? Estou a ser claro?

Têm medo da morte, mas o que é a morte? 
Vêem a inevitabilidade da morte, e porque não querem morrer, a temem. Mas jamais souberam o que é a morte; têm apenas projectado uma opinião, uma ideia sobre ela. Ou seja, têm medo de uma ideia sobre a morte. Isto é bastante simples e não percebo bem a nossa dificuldade.

Para realmente experimentar o medo, é preciso estar totalmente com ele; é preciso estar inteiramente dentro dele e não o evitar; não pode ter crenças ou opiniões sobre ele. Mas não creio que muitos de nós tenham experimentado o medo dessa forma, pois sempre o estamos a evitar, sempre a fugir dele. Nunca permanecemos com ele, nunca o examinamos para descobrir do que se trata.





Será a mente capaz de viver com medo, uma vez que ela faz parte dele? Pode a mente mergulhar neste sentimento em vez de evitá-lo ou de tentar fugir dele? Acredito que seja principalmente o facto de estarmos sempre a fugir do medo que nos faz viver vidas tão contraditórias.

Senhores, tem-se constantemente a percepção, em especial quando se fica mais velho, de que a morte está sempre à espera. Temem a morte, não é? Mas como deve ser entendido esse medo? O que devem fazer para se libertar desse medo da morte? O que é a morte? Na verdade, ela é a cessação de tudo o que conheceram. 

Este é o facto verdadeiro. Se sobrevive ou não, não é a questão. A sobrevivência depois da morte é apenas uma ideia. Não sabe, mas acredita, porque a crença o conforta. Nunca aborda a questão da morte propriamente, porque a simples ideia de chegar ao fim, de penetrar no totalmente desconhecido, é um horror que lhe desperta o medo em si. Ao estar com medo, recorre a diversas formas de crença como meio de fuga.

Com certeza, para livrar a mente do medo, precisa saber o que vem a ser `morrer´ enquanto está em pleno vigor físico e mental, a trabalhar e a dar conta de tudo. Precisa conhecer a natureza da morte enquanto vive. A crença não irá remover o medo. Pode ler incontáveis livros sobre o que vem depois da morte, mas isso não fará a sua mente ficar livre do medo, porque a mente está acostumada exclusivamente à continuidade através da memória e, assim, a simples ideia de chegar ao fim é um horror. 

A frequente rememoração de tudo o que experimentou e de que desfrutou, de tudo aquilo que possuiu, o carácter que construiu, os seus ideais, as suas visões, o seu conhecimento, tudo isso vai acabar. E como pode a mente se libertar do medo? Este é o problema, e não se há ou não a continuidade após a morte.

Se pretendo me livrar do medo do fim, certamente preciso investigar a natureza da morte. Preciso conhecê-la; preciso saber o que é: preciso conhecer a sua beleza, a sua tremenda qualidade. Morrer deve ser algo extraordinário, penetrar em território jamais imaginado, totalmente desconhecido.

Mas como fará a mente para conhecer, enquanto vive, este final chamado morte? A morte é o fim. Trata-se do fim do corpo e talvez também da mente. Não estou a discutir se existe ou não a sobrevivência. Estou preocupado com o final. Será que posso ter um fim enquanto vivo? 
Não pode a minha mente, com todos os seus pensamentos, as suas actividades, as suas recordações, chegar ao fim enquanto estou vivo, enquanto o corpo ainda não está abatido pela velhice e pela doença ou desfeito por um acidente? Não pode a minha mente, que construiu a continuidade, chegar a um fim, não no último momento, mas agora? Ou seja, não pode a mente se livrar de todo o acumular de recordações?

Se é um hindu, um cristão, ou o que quer que seja, é moldado pelo passado, pelo costume, pela tradição. Você é cobiça, inveja, alegria, prazer, a apreciação de algo belo, a agonia de não ser amado, de não ser capaz de se satisfazer, você é tudo isso, o que é o processo de continuidade. Tome apenas uma forma dela. Se é apegado à sua mulher, às suas propriedades, etc. Isso é um facto. Não estou a falar em se desapegar. Está apegado às suas opiniões, aos seus modos de pensar.

Mas não pode chegar ao fim de todo esse apego? Por que é apegado? Esta é a questão e não como se desapegar. Se tenta se desapegar, está apenas a cultivar o oposto, e portanto a contradição continua. Mas no momento em que a mente estiver livre do apego, estará também livre do senso de continuidade que existe com o apego, não é verdade? Então, por que se apega? 

Porque teme que sem esse apego não será nada; portanto, você é a sua casa, você é a sua mulher, você é a sua conta bancária, você é o seu emprego. Você é tudo isso. E se existir um final para esse senso de continuidade por meio do apego, um fim total, então saberá o que é a morte.

Compreendem, senhores? Digamos que eu odeio, e carreguei esse ódio na minha memória por todos estes anos, a lutar sempre contra ele. Posso, num instante, parar de odiar e abandonar isso com aquele finalizar definitivo próprio da morte?
A morte chega sem lhe pedir permissão; ela vem e se apossa de você; ela o destrói no mesmo instante. E pode da mesma forma, se despojar completamente do ódio, da inveja, do orgulho de possuir, do apego a crenças, a opiniões, a ideias, a um modo próprio de pensar? Pode pôr tudo isso de lado num instante? Não existe um `como pôr tudo de lado´, pois esta é apenas outra forma de continuidade. Deixar de lado a opinião, a crença, o apego, a cobiça ou a inveja, é morrer, morrer a cada dia, a cada momento. Se o fim de toda ambição, a cada novo momento, for alcançado, conhecerá então o extraordinário estado de não ser nada, o limite abissal de um movimento eterno, por assim dizer, e fará uma pequena visita ao outro lado desse limite, que é a morte.

Quero saber tudo sobre a morte, porque a morte pode ser realidade; pode ser aquilo a que chamamos de `Deus´, esse fenómeno extraordinário que vive e se move e no entanto não tem começo e nem fim. Então eu quero saber tudo sobre a morte. 

Assim, eu preciso morrer para tudo o que já conheço. A mente pode ter consciência do desconhecido apenas quando ela morre para o conhecido, morre sem qualquer motivo, sem esperança de recompensa ou medo de castigo. Nesse caso, eu posso descobrir o que é a morte enquanto estou vivo, e nessa descoberta está a libertação do medo.
É irrelevante saber se existe ou não uma continuidade depois da morte do corpo. Se vai ou não nascer de novo é assunto trivial.

Para mim, viver não é diferente do morrer, porque na vida há morte. Não existe distinção entre morte e vida. Pode-se conhecer a morte porque a mente está a morrer a cada minuto, e exactamente nesse finalizar existe renovação, novidade, frescura, inocência, e não na continuidade. Mas, para a maioria de nós, a morte é algo que a mente realmente jamais experimentou. 

Para conhecer a morte enquanto se vive, todas as artimanhas da mente, que impedem o verdadeiro conhecer, devem cessar.

Será que alguma vez souberam o que é o amor? 

Porque acredito que o amor e a morte caminham juntos. Morte, amor e vida são uma coisa só. Mas nós dividimos a vida, assim como dividimos a terra. Falamos de amor como sendo carnal ou espiritual e estabelecemos uma batalha entre o sagrado e o profano. Criamos uma distinção entre o que o amor é e o que deveria ser, de forma que nunca sabemos o que é o amor. 

O amor, certamente, é um sentimento total que não é sentimental, e no qual não existe o senso de separação. Trata-se de uma completa pureza de sentimento sem a qualidade separatista e fragmentária do intelecto. O amor não tem senso de continuidade. Onde há senso de continuidade, o amor já morreu, e ele tem o ranço do ontem, com todas as suas feias recordações, brigas e brutalidades. Para amar é preciso morrer.

A morte é amor, os dois não são distintos. Mas não fiquem hipnotizados pelas minhas palavras. Precisam experimentar isso; precisam conhecer isso, prová-lo, descobrir isso por vocês mesmos.

O medo da solidão completa, do isolamento, de não ser nada, é a base, é a verdadeira raiz da nossa auto-contradição. Porque temos medo de não ser nada, somos estilhaçados por diversos desejos, cada qual nos empurra para uma direcção diferente. 
Eis, por que, se a mente pretende conhecer a acção total, não-contraditória, acção na qual ir para o escritório é o mesmo que não ir para o escritório, ou o mesmo que se tomar um saniasi, ou o mesmo que meditação, ou o mesmo que olhar à noite para o céu, é preciso que a mente esteja livre do medo. 





Mas não podemos estar livre do medo a menos que o tenhamos conhecido, e não podemos conhecer o medo enquanto buscamos caminhos e formas de fugir dele. O seu Deus é uma magnífica fuga do medo. Todos os seus rituais, os seus livros, as suas teorias e crenças, impedem-nos de realmente experimentar o medo. 

Descobrirá que apenas no término, existe a total cessação do medo, o fim do ontem, daquilo que foi, que é o solo onde o medo finca as suas raízes. Então descobrirá que amor, morte e vida são uma coisa só. A mente está livre apenas quando tudo aquilo que foi acumulado pela memória foi jogado fora. A criação está no terminar, não na continuidade. Só então existe a acção total que é viver, amar e morrer."










"Um ser humano não consegue pôr fim às suas dores, às suas desgraças, à sua confusão. Então ele é como o resto do mundo. Ele morre, mas a dor, a confusão, a desgraça, como um enorme campo, prossegue. Isto é um facto. 


Como um gigantesco volume de água num grande rio, existe essa imensa dor do homem. Pelo amor de Deus, percebam isto. Existe muita violência, ódio, ciúme; essa é a corrente principal. Nós, seres humanos, fazemos parte dessa corrente. 
A menos que eu morra para essa corrente, ela prosseguirá; a corrente, que é o mundo, prosseguirá. 

Portanto, o homem que se arriscar fora da corrente, o ser humano que se arriscar fora da corrente, saberá o que existe além do que é. Mas enquanto permanecer nesta corrente, ou com um pé para fora, um pé para dentro, brincando, como faz a maioria de nós, jamais descobrirá o que há além da morte. O que significa que é preciso morrer para tudo, sem esperança. 
Compreendem isto? Esta é das coisas mais difíceis. 
Um homem que morrer para tudo saberá o que é eterno. Compreendem?

(...)


Senhores, estão a voltar às teorias! Vejam, olhem, senhores, por favor. Sabem que é uma das maiores dificuldades falar ou discutir, abordar certos temas com atenção tremenda até o fim. Poucas pessoas podem fazer isso. Este é um assunto que demanda toda a sua atenção, não a verbalização, teorias e tudo o mais, mas sim uma atenção contínua. 

Poucos podem fazer isso. Poucos querem fazer isso. 

Podem fazer isso, mas são muito preguiçosos, muito desinteressados. Se estiver realmente cativado, conquistado por isto, querendo descobrir, prestará completa atenção, e portanto, não existirão palavras, mas um constante empurrar, empurrar, empurrar, sem saber ao certo para onde está a ir. E isso é a morte. Quando morre, há um fim em tudo o que conhece. 

Então, pergunto, não pode morrer agora para tudo o que conhece? Desse modo descobrirá por vocês mesmos o que é a verdade na qual nada há de ilusão, nada há de pessoal. Não a minha verdade ou a sua verdade. A verdade."



Jiddu Krishnamurti
"On living and dying"
























t.

































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