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domingo, 13 de março de 2016

The self is the root of all fear…








"The craving to become causes fears; to be, to achieve, and so to depend engenders fear. The state of the nonfear is not negation, it is not the opposite of fear nor is it courage. 

In understanding the cause of fear, there is its cessation, not the becoming courageous, for in all becoming there is the seed of fear. Dependence on things, on people, or on ideas breeds fear; dependence arises from ignorance, from the lack of self-knowledge, from inward poverty; fear causes uncertainty of mind-heart, preventing communication and understanding. 

Through self-awareness we begin to discover and so comprehend the cause of fear, not only the superficial but the deep casual and accumulative fears. 

Fear is both inborn and acquired; it is related to the past, and to free thought-feeling from it, the past must be comprehended through the present. 

The past is ever wanting to give birth to the present which becomes the identifying memory of the `me´ and the `mine´ the `I´. The self is the root of all fear."








"My inquiry now is how to be free from the fear of the known, which is the fear of losing my family, my reputation, my character, my bank account, my appetites and so on. 

You may say that fear arises from conscience; but your conscience is formed by your conditioning, so conscience is still the result of the known. What do I know? 

Knowledge is having ideas, having opinions about things, having a sense of continuity as in relation to the known, and no more.
There is fear of pain. Physical pain is a nervous response, but psychological pain arises when I hold on to things that give me satisfaction, for then I am afraid of anyone or anything that may take them away from me. The psychological accumulations prevent psychological pain as long as they are undisturbed; that is, I am a bundle of accumulations, experiences, which prevent any serious form of disturbance, and I do not want to be disturbed. Therefore, I am afraid of anyone who disturbs them. Thus my fear is of the known, I am afraid of the accumulations, physical or psychological, that I have gathered as a means of warding off pain or preventing sorrow. 

Knowledge also helps to prevent pain. As medical knowledge helps to prevent physical pain, so beliefs help to prevent psychological pain, and that is why I am afraid of losing my beliefs, though I have no perfect knowledge or concrete proof of the reality of such beliefs."


Jiddu Krisnamurti
"The book of life"











The self
is the root
of all fear











"I was afraid of myself, 
I was fleeing from myself."












"Antes de irmos mais adiante, eu desejava perguntar-vos qual é o vosso interesse fundamental, constante, na vida. Pondo de parte quaisquer respostas equívocas, e encarando a questão directa e honestamente, que responderíeis? Sabeis? Não é a vossa própria pessoa?

Pelo menos é isso o que diria a maioria de nós, se respondêssemos sinceramente. O que me interessa são os meus problemas, o meu emprego, a minha família, o pequeno canto em que estou a viver, a conquista de uma posição melhor para mim, mais prestígio, mais poderio, mais domínio sobre os outros etc. etc. Penso que seria lógico reconhecermos para nós mesmos, que é nisso que está principalmente interessada a maioria de nós: primeiro `eu´.

Diriam alguns que é mau estarmos interessados principalmente em nós mesmos. Mas, que há de mau nisso senão o facto de o admitirmos tão raramente, decente e honestamente? Se o fazemos, sentimo-nos um tanto envergonhados. Eis, portanto, o facto: Cada um está fundamentalmente interessado em si próprio, e por várias razões, lógicas e tradicionais, pensa que isso é mau. Mas, o que uma pessoa pensa é irrelevante. Ora, porque introduzir esse factor, o pensar que isso é mau? Isso é uma ideia, um conceito. O facto é que, fundamentalmente, e perenemente, cada um está interessado em si próprio.

Direis que é mais satisfatório ajudar o próximo do que pensar em si mesmo. Qual a diferença? Isso continua a ser interesse em si próprio. Se encontrais maior satisfação em ajudar os outros, estais interessado numa coisa que vos proporciona uma satisfação maior. Por que admitir qualquer conceito ideológico a esse respeito? Por que essa maneira dupla de pensar? Por que não dizer: `O que realmente desejo é satisfação, seja sexual, seja ajudar os outros ou tornar-me um grande santo, um grande cientista ou político´? Trata-se do mesmo processo, não achais? 

Satisfação, de todas as maneiras, subtis ou óbvias, é o que desejamos. Dizendo que desejamos liberdade, desejamo-la porque nesse estado se encontra uma satisfação maravilhosa, e a satisfação máxima, naturalmente, é essa peculiar ideia de auto-realização. O que na verdade estamos em busca é uma satisfação, sem nenhum vestígio de insatisfação.

A maioria de nós aspira à satisfação de ocupar uma certa posição na sociedade, porque temos medo de ser ninguém. A sociedade é formada de tal maneira, que um cidadão que ocupa uma posição respeitável é tratado com toda a cortesia, enquanto aquele que não tem posição é tratado a pontapés. Todos, neste mundo, desejam prestígio, prestígio na sociedade, na família, ou à direita de Deus-Padre, mas esse prestígio tem de ser reconhecido por outros, pois, de contrário, não será prestígio. Queremos estar sempre sentados no palanque. Interiormente, somos remoinhos de aflição e de malevolência, e, por conseguinte, ser olhado exteriormente como uma grande figura proporciona imensa satisfação. Esse anseio de posição, de prestígio, de poder, de ser reconhecido pela sociedade como pessoa de destaque, representa uma vontade de dominar os outros, e essa vontade de domínio é uma forma de agressão. O santo que busca posição na sua santidade é tão agressivo como as aves que se bicam num aviário. E, qual a causa dessa agressividade? O medo, não?

O medo é um dos mais formidáveis problemas da vida.

A mente que está nas garras do medo vive na confusão, no conflito, e, portanto, tem de ser violenta, tortuosa e agressiva. Não ousa afastar-se dos seus próprios padrões de pensamento, e isso gera a hipocrisia. Enquanto não nos livrarmos do medo, ainda que galguemos o mais alto cume, ainda que inventemos toda espécie de deuses, ficaremos sempre na escuridão.

Vivendo numa sociedade tão corrupta e estúpida, em que a educação nos ensina a competir, o que gera medo, vemo-nos oprimidos por temores de toda espécie; e o medo é uma coisa terrível, que torce e deforma, que ensombra os nossos dias.


Existe o medo físico, mas esse é uma reacção herdada do animal. É o medo psicológico que nos interessa aqui, porque, compreendendo os temores psicológicos em nós profundamente enraizados, estaremos aptos a enfrentar o medo animal, ao passo que, se primeiramente nos interessamos no medo animal, jamais compreenderemos os temores psicológicos.

Todos nós temos medo de alguma coisa; não existe o medo como abstracção, porém o medo só existe em relação com alguma coisa. Sabeis quais são os vossos temores, o medo de perder o vosso emprego, de não ter comida ou dinheiro suficiente; medo do que pensam de vós os vizinhos ou o público, de não serdes um `sucesso´, de perderdes a vossa posição na sociedade, de serdes desprezado ou ridicularizado; medo da dor e da doença, de serdes dominado por outrem, de não chegardes a conhecer o amor, ou de não serdes amado, de perderdes a vossa esposa ou os vossos filhos; medo da morte ou de viver num mundo que é igual à morte, um mundo de tédio infinito; medo da vossa vida não corresponder à imagem que os outros fazem de vós; medo de perderdes a vossa fé, esses e muitos outros e incontáveis temores; conheceis os vossos temores pessoais? E que costumais fazer em relação a eles? Não é verdade que fugis dele ou que inventais ideias e imagens para encobri-los? 


Mas, fugir do medo 
é torná-lo maior.


Uma das causas principais do medo é que não desejamos encarar-nos tais como somos. Assim, temos de examinar tanto os nossos temores como essa rede de vias da fuga que criamos para nos libertarmos deles. Se a mente, que inclui o cérebro, procura dominar o medo, se procura reprimi-lo, discipliná-lo, controlá-lo, traduzi-lo em coisa diferente, daí resulta atrito e conflito, e esse conflito é um desperdício de energia.
A primeira coisa, portanto, que devemos perguntar a nós mesmos é: `O que é o medo, e como nasce?´, o que entendemos pela palavra medo, em si? Estou a perguntar a mim mesmo o que é o medo e não de que é que tenho medo.
Vivo de uma certa maneira; penso conforme um determinado padrão; tenho algumas crenças e dogmas, e não quero que esses padrões de existência sejam perturbados, porque neles tenho as minhas raízes. Não quero que sejam perturbados porque a perturbação produz um estado de desconhecimento de que não gosto. Se sou separado violentamente das coisas que conheço e em que creio, quero estar razoavelmente seguro do estado das coisas que irei encontrar. As células nervosas criaram, pois, um padrão, e essas mesmas células nervosas recusam-se a criar outro padrão, que pode ser incerto. O movimento do certo para o incerto é o que chamo medo.

Neste momento em que estou aqui sentado, não estou com medo; não tenho medo do presente, nada me está a acontecer, ninguém me está a fazer ameaças nem me querendo nada. Mas, além deste momento presente, uma camada mais profunda da mente está, consciente ou inconscientemente, a pensar no que poderá acontecer no futuro, ou a preocupar-se com algum facto passado que me possa prejudicar. Portanto, tenho medo do passado e do futuro. Dividi o tempo em passado e futuro. 

O pensamento interfere, dizendo:`Tem cuidado, para que isso não torne a acontecer´, ou `Prepara-te para o futuro! O futuro pode ser perigoso. Agora tens alguma coisa, mas podes perdê-la. Podes morrer amanhã. A tua esposa pode abandonar-te. Podes perder o teu emprego. Talvez nunca te tornes famoso. Podes ver-te na solidão. Precisas estar perfeitamente seguro do amanhã´.
Considerai agora o vosso temor particular. Olhai-o. Observai as vossas reacções a ele. Podeis olhá-lo sem nenhum movimento de fuga, de justificação, condenação ou repressão? Podeis olhar aquele medo, sem a palavra que causa medo? Podeis olhar a morte, por exemplo, sem a palavra que suscita o medo da morte? A própria palavra produz um estremecimento, não é exacto? 

Assim como a palavra amor produz o seu estremecimento, a sua imagem peculiar. Pois bem; a imagem que tendes na mente a respeito da morte, a lembrança de tantas mortes a que assististes, e o relacionar a vossa pessoa com tais incidentes, é essa a imagem que está a criar o medo? 
Ou, com efeito, tendes medo do findar e não da imagem que cria o fim? É a palavra `morte´ que vos causa medo ou é o próprio findar? Se é a palavra ou a memória que vos está a causar medo, então não se trata realmente do medo.

Estivestes doente há dois anos, digamos, e a lembrança daquela dor, daquela doença, persiste, e a memória, agora em funcionamento, diz: `Tem cuidado, para não adoeceres de novo!´; Por conseguinte, a memória, com as suas associações, está a criar o medo, e isso não é realmente medo, porque, com efeito, neste momento estais a gozar de perfeita saúde. O pensamento, que é sempre velho, pois o pensamento é reacção da memória, e as lembranças são sempre velhas, o pensamento cria, no tempo, a ideia que vos faz medo, a qual não é um facto real. 
O facto real é que estais bem de saúde. Mas, a experiência, que permaneceu na mente como memória, faz surgir o pensamento`Tem cuidado para não adoeceres novamente´.

Estamos a ver, pois, que o pensamento engendra uma espécie de medo. Mas, separado desse, existe realmente medo? É o medo sempre resultado do pensamento? Se é, existe alguma outra forma de medo? Tememos a morte, uma coisa que acontecerá amanhã ou depois de amanhã, no tempo. Há uma distância entre a realidade e o que será. Ora, o pensamento experimentou esse estado; observando a morte, ele diz: `Eu vou morrer´. O pensamento cria o medo da morte; e se não o cria, existe então realmente o medo?


É o medo resultado do pensamento? Se é, uma vez que o pensamento é sempre velho, o medo é sempre velho. Como dissemos, não há pensamento novo. Se o reconhecemos, ele já é velho. Portanto, o que tememos é a repetição do velho, o pensamento sobre o que foi, projectando-se no futuro. Por conseguinte, o pensamento é o responsável pelo medo. Isso é um facto que podeis observar por vós mesmos. Quando vos vedes directamente na presença de alguma coisa, não há medo. Só quando surge o pensamento é que há medo.


Por conseguinte, perguntamos agora: É possível à mente viver de maneira completa, total, no presente? Só assim a mente não tem medo. Mas, para compreender isso, tendes de compreender a estrutura do pensamento, da memória e do tempo. E, compreendendo-a, não intelectual nem verbalmente, porém de maneira real, com o vosso coração, a vossa mente, as vossas entranhas, ficareis livre do medo; a mente pode então servir-se do pensamento, sem criar medo.


O pensamento, como a memória, é naturalmente necessário ao viver. É o único instrumento de que dispomos para nos comunicarmos, para trabalharmos nos nossos empregos etc. O pensamento é a reacção da memória, memória acumulada por experiência, do conhecimento, da tradição, do tempo. Desse acumular de memória é que provêm as nossas reacções, e essas reacções constituem o pensar. 

O pensamento, portanto, é essencial em certos níveis, porém, quando o pensamento se projecta, psicologicamente, como futuro e como passado, cria o medo bem como o prazer, a mente se embota, e por conseguinte, torna-se inevitável a inércia.

Assim, pergunto a mim mesmo: `Mas por que penso no futuro e no passado em termos de prazer e de dor, quando sei que esse pensamento gera medo? Não é possível o pensamento deter-se, psicologicamente, pois de outro modo o medo nunca terá fim?´.


Uma das funções do pensamento é estar continuamente ocupado com alguma coisa. Em geral, desejamos ter a mente continuamente ocupada, para nos impedir de ver-nos como realmente somos. Temos medo de sentir-nos vazios. Temos medo de encarar os nossos temores.


Conscientemente, podeis perceber os vossos temores, mas estais consciente deles nos níveis mais profundos? 
E como ireis descobrir os temores ocultos, secretos? 
Pode o medo dividir-se em consciente e inconsciente? 
Esta é uma pergunta muito importante. O especialista, o psicólogo, o analista, dividiram o medo em camadas profundas e camadas superficiais, mas, se fordes seguir o que diz o psicólogo ou o que eu digo, tereis a compreensão das nossas teorias, dos nossos dogmas, dos nossos conhecimentos, mas não tereis a compreensão de vós mesmos. Não podeis compreender-vos de acordo com Freud, Jung, ou de acordo comigo. As teorias de outras pessoas não têm importância alguma. É a vós mesmo que deveis perguntar se o medo pode ser dividido em consciente e subconsciente. Ou só existe medo, que traduzis de diferentes maneiras? Só existe um desejo; só há desejo. Vós desejais. Os objectivos do desejo variam, mas o desejo é sempre o mesmo. Assim, talvez, da mesma maneira, só existe o medo. Tendes medo de uma porção de coisas, mas só existe um medo.

Ao perceberdes que o medo não pode ser dividido, vereis que acabastes com o problema do subconsciente, pregando um logro aos psicólogos e aos analistas. Ao compreenderdes que o medo é um movimento único que se expressa de diferentes maneiras, e ao verdes o movimento e não o objectivo a que se dirige, estareis então na presença de uma questão imensa: Como olhar o medo sem a fragmentação que a mente cultivou?


Só há o medo total, mas como pode a mente que pensa fragmentadamente observar esse quadro total? 
Pode observá-lo? Temos levado uma vida de fragmentação e só somos capazes de olhar o medo através do processo fragmentário do pensamento. Todo o processo do mecanismo do pensamento é dividir tudo em fragmentos: Eu te amo e eu te odeio; tu és meu amigo, tu és meu inimigo; as minhas idiossincrasias e inclinações, o meu emprego, a minha posição, o meu prestígio, a minha mulher, o meu filho, a minha pátria e a tua pátria, o meu Deus e o teu Deus, tudo isso é fragmentação do pensamento. E o pensamento olha o estado actual de medo, ou tenta olhá-lo, e o reduz a fragmentos. Vemos, por conseguinte, que a mente só pode olhar esse medo total quando não há movimentação do pensamento.

Podeis observar o medo sem nenhuma conclusão, sem nenhuma interferência do conhecimento que a seu respeito acumulastes? Se não podeis, então o que estais a observar é o passado e não o medo; se podeis, nesse caso estais, pela primeira vez, observar o medo sem a interferência do passado.


Só se pode olhar com a mente muito quieta, assim como só se pode ouvir o que alguém está a dizer, quando a mente não está a tagarelar, a travar consigo um diálogo a respeito dos seus problemas e ansiedades. 

Podeis, da mesma maneira, olhar o vosso medo, sem procurardes dissolvê-lo, sem trazerdes à cena o seu oposto, a coragem; olhá-lo de facto, e não tentar fugir dele?
Quando dizeis: `Eu tenho de controlá-lo, tenho de livrar-me dele, tenho de compreendê-lo´, estais a tentar fugir dele.


Podeis observar uma nuvem, uma árvore ou o movimento de um rio, com a mente relativamente quieta porque essas coisas não são sumamente importantes para vós; mas o observar a vós mesmos é muito mais difícil, porque então as exigências são muito práticas, as reacções muito rápidas. Assim, quando estais directamente em contacto com o medo ou o desespero, com a solidão e o ciúme, ou qualquer outro estado repulsivo da mente, podeis olhar de maneira tão completa que a vossa mente fique suficientemente quieta para vê-lo?

Pode a mente perceber o medo, e não as diferentes formas de medo; perceber o medo total, e não aquilo de que tendes medo? Se olhais meramente para os detalhes do medo ou procurais acabar com os vossos temores um a um, nunca alcançareis o ponto central, que é aprender a viver com o medo.


O viver com uma coisa viva, como o medo, requer uma mente e um coração altamente subtis, que não chegaram a qualquer conclusão, podendo, portanto, seguir cada movimento do medo. Então, se observardes o medo, e com ele viverdes, e isso não leva um dia inteiro, porque um minuto ou um segundo pode bastar, para se conhecer a inteira natureza do medo, se viverdes com ele completamente, perguntareis, inevitavelmente: `Qual a entidade que está a viver com o medo? Qual a entidade que está a observar o medo, observar cada movimento de todas as formas do medo, e ao mesmo tempo consciente do facto central do medo? Será o observador uma entidade morta, um ente estático, que acumula uma grande quantidade de conhecimentos e informações a respeito de si próprio, e essa coisa morta é que está a observar e viver com o movimento do medo?´.

Qual é a vossa resposta? Não respondais a mim, porém a vós mesmos. Sois vós, o observador, uma entidade morta a observar uma coisa viva, ou sois uma coisa viva a observar outra coisa viva? Porque, no observador existem os dois estados.

O observador é o censor que não deseja o medo; o observador é o conjunto de todas as suas experiências relativas ao medo. E, assim, o observador está separado da coisa a que chama medo; há espaço entre ambos; está perpetuamente a tentar dominá-lo ou dele fugir, e daí provém essa batalha entre ele próprio e o medo, essa batalha que é uma enorme perda de energia.
Observando-o, aprendereis que o observador é meramente um feixe de ideias e lembranças sem validade, sem substância nenhuma, ao passo que aquele medo é uma realidade; assim, estais a tentar compreender um facto com uma abstracção, e isso, naturalmente, não podeis fazer. Mas, será o observador, que diz `Tenho medo´, diferente da coisa observada, o medo? 

O observador é o medo e, uma vez percebido isso, não há mais dissipação de energia no esforço para livrar-se do medo, e o intervalo de tempo-espaço, entre o observador e a coisa observada, desaparece. Quando percebeis que sois uma parte do medo, que não estais separado dele, que vós sois o medo, então nada podeis fazer a seu respeito: o medo terminou totalmente."


Jiddu Krishnamurti
"Liberte-se do passado"



















"The reason why I do not know anything about myself, the reason why Siddhartha has remained alien and unknown to myself is due to one thing, to one single thing - I was afraid of myself, I was fleeing from myself. I was seeking Atman, I was seeking Brahman, I was determined to dismember myself and tear away its layers of husk in order to find in its unknown innermost recess the kernel at the heart of those layers, the Atman, life, the divine principle, the ultimate. But in so doing, I was losing myself."

Hermann Hesse
"Siddhartha"



























t.
































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