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terça-feira, 8 de março de 2016

Time, Pain and Death...













Time, 
Pain
and 
Death...















































"Eu gostaria de falar sobre algo que inclui a totalidade da vida, algo não-fragmentário, e sim, uma abordagem completa da existência plena do homem. Para entrar no assunto com mais rapidez, suponho ser necessário que nos libertemos de teorias, crenças e dogmas. A maioria de nós cultiva o solo da mente durante todo o tempo, mas parece jamais plantar. Analisa, discute, faz tudo aos pedaços, mas não compreende o pleno movimento da vida.

Acredito que existem três fenómenos que precisamos conhecer profundamente para podermos compreender o pleno movimento da vida. São eles: o tempo, a dor e a morte. Conhecer o tempo, compreender toda a significação da dor e enfrentar a morte, tudo isso exige a luminosidade do amor. O amor não é uma teoria e nem é um ideal. Ou ama ou não ama. Isso não pode ser ensinado. Não se pode ter lições de como amar e nem existe nenhum método pelo qual, com lições diárias, possa vir a aprender o que é o amor. Mas creio que se venha a amar de forma espontânea, natural, com facilidade, quando se chega realmente a compreender o significado do tempo, a extraordinária profundidade da dor e a pureza que surge com a morte. Assim, quem sabe, possamos considerar, efectivamente, e não de forma teórica ou abstracta, a natureza do tempo, a qualidade ou a estrutura da dor, e este fenómeno extraordinário a que denominamos morte. Os três não estão separados. Se compreendermos o tempo, compreenderemos o que é a morte e também o que é a dor. Mas se encararmos o tempo como algo distinto da dor e da morte e tentarmos lidar com ele em separado, então a nossa abordagem será fragmentária, e por conseguinte, jamais apreenderemos a extraordinária beleza e vitalidade do amor.

Iremos lidar com o tempo, não como uma abstracção mas como uma realidade: tempo significa a duração, a continuidade da existência. Existe o tempo cronológico, horas e dias a se expandirem por milhões de anos, e foi o tempo cronológico que produziu a mente com a qual funcionamos. A mente é um resultado do tempo como uma continuidade da existência, e o aperfeiçoamento ou polimento da mente, com essa continuidade, é chamado de progresso. O tempo é também a duração psicológica que o pensamento criou como uma forma de atingir novos avanços. Usamos o tempo para progredir, para conquistar, para nos transformar, para alcançar determinado resultado. Para a maioria de nós, o tempo é um degrau para algo muito maior, para o desenvolvimento de certas faculdades, para o aperfeiçoamento de determinadas técnicas, para se atingir determinado fim ou meta, quer seja ela digna ou não; assim, acabamos por considerar que o tempo é necessário para verificar o que é verdadeiro, o que é Deus, o que está além de todo o trabalho do homem.

Encaramos o tempo como o período de duração entre o momento presente e algum momento no futuro, e usamos esse tempo para cultivar o carácter, para abandonar determinados hábitos, para desenvolver os músculos ou uma certa aparência.

Há mais de dois mil anos a mente cristã tem sido condicionada a acreditar num Omnisciente, no inferno, no céu; e também no Oriente, ao longo de um período ainda muito maior, um condicionamento semelhante tem sido produzido. Acreditamos que o tempo seja necessário para tudo aquilo que precisamos fazer ou compreender. O tempo, portanto, torna-se um fardo; torna-se uma barreira para a verdadeira percepção; e nos dificulta a visão imediata da verdade de alguma coisa, pois acreditamos que é necessário despender algum tempo com o assunto. Dizemos: `Amanhã, ou daqui a alguns anos, compreenderei este assunto com extraordinária clareza´. 
A partir do momento em que admitimos o tempo, estamos a cultivar a indolência, essa preguiça especial que nos impede de ver imediatamente aquilo tal como realmente é.

Cremos que o tempo é indispensável para romper o condicionamento que a sociedade, com as suas religiões organizadas, os seus códigos morais, os seus dogmas, a sua arrogância e o seu espírito competitivo impôs sobre a mente. Pensamos em termos de tempo porque o pensamento pressupõe o tempo. O pensamento é a resposta da memória, e a memória é o pano de fundo constituído por tudo aquilo que foi acumulado, herdado, adquirido pela raça, pela comunidade, pelo grupo, pela família e pelo indivíduo, sendo o resultado de um processo aquisitivo da mente, e a sua acumulação levou tempo. Para a maioria de nós, a mente é memória, e sempre que surge um desafio ou uma solicitação, é a memória que responde. Trata-se de algo como a resposta de um cérebro electrónico que funciona por um processo associativo. Sendo o pensamento a resposta da memória, ele é, pela sua própria natureza, um produto do tempo e o criador do tempo.

Rogo que não encarem o que estou a dizer como uma teoria; não se trata de algo sobre o que precisam de pensar. Não precisam pensar sobre isso, mas sim percebê-lo, pois é assim. Não pretendo entrar em todos os detalhes complicados, mas indiquei os factos essenciais, e ou os vêem ou não. Se estão a acompanhar o que está a ser dito, não apenas de maneira verbal, linguística, ou analítica, mas se realmente percebem que é assim, verificarão como o tempo nos ilude. A questão que segue é saber se o tempo pode parar. Se forem capazes de ver todo o processo da nossa actividade, se capazes de não perder a sua profundidade, a sua superficialidade, a sua beleza, a sua feiura, não amanhã, mas imediatamente, então essa mesma percepção é a acção que destrói o tempo.

Sem compreender o tempo, é impossível compreender a dor. Não se trata de duas coisas diferentes, como tentamos mostrar. Ir para o escritório, estar com a própria família, ter filhos, estes não são incidentes separados, isolados. Ao contrário, eles estão profunda e intimamente ligados uns aos outros, e não podemos ver esta extraordinária intimidade de relacionamento se não houver a sensibilidade que o amor produz.

Para entender a dor é preciso realmente entender a natureza do tempo e a estrutura do pensamento. O tempo precisa parar; de outra forma, estaremos apenas a repetir a informação que acumulamos, tal e qual um cérebro electrónico. A menos que o tempo chegue ao fim o que significa pôr um fim ao pensamento, porque o que existe é uma simples repetição, ajustamento, uma contínua modificação. Nunca ocorre nada de novo. Somos cérebros electrónicos glorificados, um pouco mais independentes, talvez, mas ainda assim funcionamos de forma análoga à das máquinas.

Para compreender a natureza da dor e o fim da dor, é preciso compreender o tempo, e compreender o tempo é compreender o pensamento. Os dois não são separados. Ao compreender o tempo, chega-se ao pensamento, e a compreensão do pensamento é o fim do tempo, e portanto, o fim da dor. Se isso ficar claro, poderemos encarar a dor, e não adorá-la como o fazem os cristãos. Aquilo que não compreendemos, nós passamos a adorar ou destruímos. Nós o colocamos numa igreja, num templo ou num canto escuro da mente, e aí o mantemos com respeito; ou então o repelimos ou o atiramos fora; ou fugimos dele. Mas aqui não estamos a fazer nada disso. Vemos que por milénios o homem luta contra esse problema da dor, mas não tem sido capaz de resolvê-lo; portanto se endureceu contra ele, e o aceitou, dizendo que se trata de uma parte inevitável da vida.

Aceitar a dor pura e simplesmente, não só é estúpido como também faz com que a mente fique inerte e embotada, insensível, brutal e superficial e, portanto, a vida se torna um artigo de má qualidade, um processo constituído apenas de trabalho e prazer. Pode-se viver uma vida fragmentária de homem de negócios, de cientista, artista, um sentimental, uma pessoa chamada de religiosa, e assim por diante. Mas para compreender e ficar livre da dor, é preciso compreender o tempo e, por conseguinte, compreender o pensamento. Não pode negar a dor e fugir ou escapar dela servindo-se de divertimentos, de igrejas ou de crenças organizadas, e nem pode aceitá-la ou adorá-la; e não fazer nenhuma dessas coisas exige uma grande dose de atenção, que é energia.
A dor tem raízes na auto-piedade, e para compreender a dor é preciso que se processe inicialmente uma rude operação na auto-piedade como um todo. Não sei se já observaram como têm pena de si mesmos quando dizem, por exemplo, `estou solitário´. No momento em que surge a auto-piedade, surge também o solo preparado para receber as raízes da dor. Não importa quanto possa racionalizar a sua auto-piedade, justificá-la, poli-la, encobri-la com ideias, ela ainda assim está presente, fazendo as suas chagas lá nas suas profundezas. Assim, o homem que deseja compreender a dor deve começar por se tornar livre dessa trivialidade brutal, auto-centrada e egoísta que é a auto-piedade. Pode sentir auto-piedade por estar doente, ou porque perdeu alguém por morte, ou porque não se satisfez e portanto está frustrado, embrutecido; mas qualquer que seja a causa, a auto-piedade é a raiz da dor. E quando por fim, estiver livre da auto-piedade, poderá olhar para a dor sem adorá-la ou fugir dela, ou dar a ela um significado sublime ou espiritual, tal como dizer que precisa sofrer para encontrar Deus, o que é uma grande asneira. Apenas as mentes estúpidas e obtusas se conformam com a dor. Assim, não deve haver qualquer tipo de aceitação da dor, bem como não deve haver negação dela. Quando estiver livre da auto-piedade, terá despido a dor de todo o sentimentalismo, de toda a emotividade produzida pela auto-piedade. Então, estará apto a encarar a dor com plena atenção.

Espero que estejam a fazer isso enquanto prosseguimos e não se limitem a aceitar verbalmente o que está a ser dito. Percebam a própria aceitação tola da dor, a sua racionalização, as suas desculpas, a sua auto-piedade, o seu sentimentalismo, a sua atitude emocional em relação à dor, porque tudo isso é dissipação de energia. Para compreender a dor, precisam dar toda sua atenção a ela, e nesta atenção não há lugar para desculpas, para sentimentos, para racionalização, não há lugar para qualquer tipo de auto-piedade.

Espero estar a ser claro quando falo em dar atenção total à dor. Nessa atenção não há qualquer tentativa de resolver ou compreender a dor. Apenas olhar, observar. Qualquer tentativa de compreender, de racionalizar ou de escapar da dor, naquele estado de completa atenção no qual o que chamamos de dor pode ser compreendido.

Não estamos a analisar, não estamos a investigar analiticamente a dor de forma a nos livrarmos dela, pois este é outro truque da mente. A mente analisa a dor, e a seguir, imagina que a compreendeu e que está livre dela, o que é asneira. Pode-se ver livre de determinado tipo de dor, mas a dor surgirá novamente, de outra forma. Estamos a falar da dor como uma coisa global, da dor encarada dessa maneira, seja ela sua, ou minha, ou de qualquer outro ser humano.

Para compreender a dor é preciso que haja a compreensão do tempo e do pensamento. É preciso que haja uma percepção involuntária de todas as fugas, de toda a auto-piedade, de todas as verbalizações, de forma que a mente se torne completamente silenciosa frente a algo que precisa ser compreendido. Não há então distinção entre o observador e aquilo que está a ser observado. Não se trata do facto de que o observador, o pensador, tem uma dor e a está perceber, mas há apenas o estado de dor. Esse estado de dor indistinta é necessário, pois quando se olha para a dor como observador cria-se um conflito que embrutece a mente e dissipa energia, e portanto não há atenção.


Quando a mente compreende a natureza do tempo e do pensamento, quando arrancou todas as raízes da auto-piedade, do sentimento, da emotividade e de todo o resto, então o pensamento, que criou toda essa complexidade, chega ao fim e não existe mais tempo; logo está directa e intimamente em contacto com aquilo a que chamou de dor. A dor é mantida apenas quando existe uma fuga, um desejo de fugir dela, de resolvê-la ou de adorá-la. 
Mas quando não existe nada disso porque a mente está em contacto directo com a dor, e está portanto completamente silenciosa em relação a ela, então descobrirá por si mesmo que a mente não está com dor, em absoluto. No momento em que a mente de alguém está completamente em contacto com o facto gerador da dor, esse facto por si mesmo resolve todas as qualidades produtoras de dor, do tempo e do pensamento. E, por conseguinte, há o fim da dor.Pergunto agora: como devemos compreender este fenómeno a que chamamos de morte e que tanto nos assusta? O homem criou diversas formas tortuosas de lidar com a morte, adorando-a, negando-a, aferrando-se a um sem-número de crenças, e assim por diante. Mas para compreender a morte, sem dúvida, precisa encará-la como algo realmente novo; porque, na verdade, nada sabe a respeito da morte; certo? Pode ser que já tenha visto pessoas a morrer, e já tenha observado em si mesmo ou nos outros a chegada da velhice com a sua deterioração. Sabe que existe o fim da vida física por velhice, por acidentes, por doenças, por assassinato ou por suicídio, mas não conhece a morte assim como conhece o sexo, a fome, a crueldade, a brutalidade. 

Não sabe realmente o que é morrer, e enquanto isto não ocorrer, a morte não tem qualquer tipo de significado. Aquilo de que tem medo é uma abstracção, algo que desconhece. Por não conhecer a plenitude da morte, ou quais são as suas implicações, a mente se assusta com ela, assusta-se com o pensamento, não com o facto que ela não conhece.

Peço que avancem comigo neste assunto. Se morressem instantaneamente, não haveria tempo para pensar na morte e para ter medo dela. Mas existe um intervalo entre o agora e o momento em que a morte chega, e durante esse intervalo terá bastante tempo para se preocupar, para racionalizar. Quer atingir uma nova vida (se é que existe uma nova vida): todas as ansiedades, os desejos, o conhecimento que acumulou, desde que invente teorias ou acredite em alguma forma de imortalidade. Para você, a morte é algo distinto da vida. A morte está lá enquanto você está aqui, ocupado em viver, conduzindo um carro, fazendo sexo, sentindo fome, preocupando-se, indo para o escritório, acumulando conhecimentos, e assim por diante. Não deseja morrer porque não acabou de escrever o seu livro, ou não aprendeu ainda a tocar maravilhosamente o violino. Assim, separa a morte da vida e diz: `Vou compreender a vida agora, e em seguida compreenderei a morte´. Mas as duas não são separadas, e esta é a primeira coisa a compreender. 

A vida e a morte são uma coisa só, estão intimamente relacionadas, e não pode isolar uma delas e tentar compreendê-la sem considerar a outra. Entretanto, a maioria de nós faz isso: separa a vida em compartimentos estanques que não se relacionam. Se é um economista, então a economia é toda a sua preocupação e não se preocupa com nada além dela. Se é um médico cuja especialidade é o nariz e a garganta, ou o coração, vive naquele limitado campo de conhecimento por quarenta anos, e este é o seu céu quando você morre.

Lidar com a vida de forma fragmentária é viver em permanente confusão, em permanente contradição, desgraça. Precisa ver a totalidade da vida, e só poderá ver essa totalidade quando houver afeição, quando houver amor. O amor é a única revolução que produzirá ordem. De nada adianta adquirir mais e mais conhecimentos sobre matemática, sobre medicina, história, economia, e em seguida tentar agrupar todos os fragmentos; isto não resolverá nada. Sem amor, uma revolução conduz apenas à adoração do Estado, ou à adoração de uma imagem, ou a inumeráveis corrupções tirânicas e à destruição do homem. De maneira análoga, quando a mente, por estar assustada, mantém a morte à distância e a separa da vida diária, esta separação serve apenas para produzir mais medo, mais ansiedade, e a multiplicação das teorias sobre a morte. Para compreender a morte, precisa compreender a vida. Mas a vida não é a continuidade do pensamento; é exactamente essa continuidade que produziu toda a nossa desgraça.

A pergunta então é: pode a mente trazer a morte da distância para o imediato? Percebem? Na realidade, a morte não é algo que está à distância; ela está aqui e agora. Está aqui quando está a falar, quando está a se divertir, quando está a ouvir, quando está a ir para o escritório. Está aqui a cada minuto da vida, assim como o amor também está. Uma vez que perceba este facto, então descobrirá que não tem medo da morte em absoluto. Não se tem medo do desconhecido e sim de perder o conhecido. Tem medo de perder a família, de ser deixado só, sem companhia; tem medo da dor da solidão, de se ver sem as experiências, as posses que acumulou. tem medo de deixar que se vá o conhecido. O conhecido é recordação e a essa recordação a mente se aferra. Mas a memória é algo apenas mecânico, e os computadores o estão a demonstrar maravilhosamente.

Para compreender a beleza e a extraordinária natureza da morte, é preciso estar livre do conhecido. No morrer para o conhecido reside o início do compreender a morte, pois então a mente se toma nova, fresca, e não existe temor. 
A partir daí pode-se entrar naquele estado chamado de morte. Assim, do princípio ao fim, a vida e a morte são uma só. O homem sábio compreende o tempo, o pensamento e a dor, e apenas ele pode compreender a morte. A mente que está a morrer a cada minuto, nunca acumula, nunca reune experiências, é inocente, e portanto vive em permanente estado de amor."


Jiddu Krishnamurti
"Sobre a vida e a morte"

























From the lonely road to nowhere

Into the eye of the storm

I've been waiting for this moment so long

Looking ahead with clear and hungry eyes

Embracing the power and glory

I see only me

Further I reach the harder I fall

I realize I cannot fly without wings

Will you catch me will you let me take the fall

Give me your hand because alone I'm nothing at all


Welcome to the real

Where dreams are brought down

Welcome to the real

Where trust gives in to truth

Welcome to the real


High hopes and wide visions

I feel like living a dream

Upside down the world looks better

If this is your truth I never want to wake up

Bring me fortune bring me fame

That's what I'm dreaming

Open my eyes and it's all gone















"He thought the fear of death was perhaps the root of all art, perhaps also of all things of the mind. We fear death, we shudder at life's instability, we grieve to see the flowers wilt again and again, and the leaves fall, and in our hearts we know that we, too, as transitory and will soon disappear. When artists create pictures and thinkers search for laws and formulate thoughts, it is in order to salvage something from the great dance of death, to make something that lasts longer than we do.”


Hermann Hesse

"Narcissus and Goldmund"


























"Your fellowship is a fellowship of pain and nothing more. And if that pain were actually collective instead of simply reiterative then the sheer weight of it would drag the world from the walls of the universe and send it crashing and burning through whatever night it might yet be capable of engendering until it was not even ash. And justice? Brotherhood? Eternal life? Good god, man. Show me a religion that prepares one for death. For nothingness. There's a church I might enter. Yours prepares one only for more life. For dreams and illusions and lies. If you could banish the fear of death from men's hearts they wouldnt live a day. Who would want this nightmare if not for fear of the next? The shadow of the axe hangs over every joy. Every road ends in death. Or worse. Every friendship. Every love. Torment, betrayal, loss, suffering, pain, age, indignity, and hideous lingering illness. All with a single conclusion. For you and for every one and everything that you have chosen to care for. There's the true brotherhood. The true fellowship. And everyone is a member for life. You tell me that my brother is my salvation? My salvation? Well then damn him. Damn him in every shape and form and guise. Do I see myself in him? Yes. I do. And what I see sickens me. Do you understand me? Can you understand me?"


Cormac McCarthy
"The sunset limited"











Sometimes I feel like a twig floating down a stream
Don't know where it's going
Don't know what it means
And that stream always ends up at the sea
And it's strange, as this is where I wanna be
And I know I'll find those of my kind
To share these words and rhyme

Sometimes I feel like a fish in the sea
And I realise that we're all already here with me

And as I stand on the edge of the world
And I look into your eyes
I realise you're still there
I thought you'd gone, like the windblown leaves
Then I remember in Zabrze
Chile and in Poland our homeland
Dzien dobry, jak sie mamy
I was scared I wouldn't see you again
I just couldn't see how
But from an acorn grows an oak
I should know that by now

So I stand on the edge of the world
And I look into your eyes
And I realise
That this was never meant to end
And I can now call you my friends

Sometimes I feel like a twig in a stream
Don't know where it's going
Don't know what it means
And I know I'll find some peace of mind
And I will always be back some day
And as I travel the far points of the earth
I will keep you in my mind
Sometimes I feel like a twig in a stream
Heading out to sea
It's then I know I'll never be alone
It's then I know I'm home





























































"Today, suddenly, I reached an absurd but unerring conclusion. In a moment of enlightenment, I realized that I'm nobody, absolutely nobody. When the lightning flashed, I saw that what I had thought to be a city was in fact a deserted plain and, in the same sinister light that revealed me to myself, there seemed to be no sky above it. I was robbed of any possibility of having existed before the world. If I was ever reincarnated, I must have done so without myself, without a self to reincarnate.

I am the outskirts of some non-existent town, the long-winded prologue to an unwritten book. I'm nobody, nobody. I don't know how to feel or think or love. I'm a character in a novel as yet unwritten, hovering in the air and undone before I've even existed, amongst the dreams of someone who never quite managed to breathe life into me.

I'm always thinking, always feeling, but my thoughts lack all reason, my emotions all feeling. I'm falling through a trapdoor, through infinite, infinitous space, in a directionless, empty fall. My soul is a black maelstrom, a great madness spinning about a vacuum, the swirling of a vast ocean around a hole in the void, and in the waters, more like whirlwinds than waters, float images of all I ever saw or heard in the world: houses, faces, books, boxes, snatches of music and fragments of voices, all caught up in a sinister, bottomless whirlpool.

And I, I myself, am the centre that exists only because the geometry of the abyss demands it; I am the nothing around which all this spins, I exist so that it can spin, I am a centre that exists only because every circle has one. I, I myself, am the well in which the walls have fallen away to leave only viscous slime. I am the centre of everything surrounded by the great nothing.

And it is as if hell itself were laughing within me but, instead of the human touch of diabolical laughter, there's the mad croak of the dead universe, the circling cadaver of physical space, the end of all worlds drifting blackly in the wind, misshapen, anachronistic, without the God who created it, without God himself who spins in the dark of darks, impossible, unique, everything.
If only I could think! If only I could feel!"




Fernando Pessoa
"The book of disquiet"
















t.








































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