_Effective_ Listening...
"When you commune with your own heart, when you
commune with your friend, when you commune with the skies, with the stars, with
the sunset, with a flower, then surely you are listening so as to find out, to
learn, which does not mean that you accept or deny.
You are learning, and
either acceptance or denial of what is being said puts an end to learning.
When
you commune with the sunset, with a friend, with your wife, with your child,
you do not criticize, you do not deny or assert, translate or identify.
You are
communing, you are learning, you are searching out.
From this inquiry comes the
movement of learning, which is never accumulative."
"Escutar
significa: estar atento.
Se escutardes realmente, com toda a alma, percebereis
o que estou a dizer e sabereis o que é a vida, descobrireis uma maneira de
viver totalmente nova. Bem; estamos a examinar o mecanismo do pensar.
Esse
mecanismo está baseado essencialmente no prazer; e `gostar´ e `não gostar´. E,
no prazer, encontra-se sempre a dor, é claro! Não desejo a dor, mas quero o
prazer constante, continuado.
Desejo livrar-me da
dor. Mas, para livrar-me da dor tenho de livrar-me também do prazer; os dois
não se podem separar, são uma unidade.
Assim, pela
compreensão do pensamento, vou descobrir se o `princípio do prazer´ pode ser
quebrado. Entendeis?
O nosso pensar
baseia-se no prazer. Embora tenhamos sofrido muito, não só física mas também moralmente;
embora haja na nossa vida tanta tristeza, tanta ansiedade, tanto medo e terror
e desespero, isso tudo é o resultado do nosso desejo de viver e de estabelecer
os nossos valores na base do prazer.
Não estamos a dizer
que se deva viver sem prazer, nem que a ele nos devamos entregar livremente.
Mas, pela compreensão da estrutura da mente e do cérebro, fundada e baseada
no prazer, e saberemos como olhar o desejo e abster-nos de nele interferir, e
por conseguinte, saberemos como pôr fim à confusão e ao sofrimento que podem
resultar do seu prolongamento.
O pensamento é
mecânico. Um bom computador! Aprendeu uma infinidade de coisas, acumulou
experiências inúmeras, não só individuais e colectivas, senão também humanas.
Existe tanto no consciente como no inconsciente. O todo da consciência é a
sede, a maquinaria do nosso pensar. E esse pensar baseia-se não só na imitação
e no ajustamento, mas também, sempre, no prazer.
Ajusto-me, porque isso
me dá prazer; sigo alguém porque me dá prazer; digo: `Ele não tem razão´ porque
me dá prazer dizê-lo. Quando digo: `Esta é a minha pátria e por ela estou
disposto a morrer´, digo-o porque me dá prazer, prazer este baseado num prazer
maior, proveniente da segurança, etc.
O pensamento, pois, é
mecânico, não importa de quem seja ele, mesmo o dos vossos gurus, instrutores e
filósofos. O pensamento é a reacção da memória acumulada; e esta memória, se a
examinardes mais profundamente, está baseada naquele princípio do prazer.
Vós
credes no Atman, na alma, no que quer que seja; se a penetrardes profundamente,
vereis que essa crença é prazer!
Porque esta vida é tão
incerta, porque existe a morte, porque existe o medo, credes que existe uma
coisa muito mais profunda, a qual dais um nome; isso vos proporciona um imenso
conforto, e este conforto é prazer.
Assim, o pensamento, o
mecanismo do pensar por mais complexo e subtil e original que o concebais
fundamenta-se nesse principio.
Tendes, pois, de
compreender isto.
E só podeis compreendê-lo, se estais totalmente atento. Ora,
se escutardes com toda a atenção o que se está a dizer, vereis imediatamente a
sua verdade ou falsidade. Mas não há nada de falso no que se está a dizer,
porque se trata de factos, e não de ideias que podem ser discutidas ou a
respeito das quais podeis formar a vossa opinião ou adoptar a opinião de outrem.
Tudo isso são factos, feios ou belos, como quer que sejam.
E é dessa maneira
que funcionamos há séculos e séculos. Temos pensado, dito a nós mesmos:
`O pensamento pode alterar todas as coisas´.
O pensamento baseia-se
no prazer, e a vontade é o resultado do prazer; e assim, dizemos: `Desta base
alteraremos todas as coisas´.
Mas, se examinardes bem, vereis que não podeis
alterar coisa alguma, se não compreendeis esse princípio do prazer.
Assim, ao
compreenderdes tudo isso, cessará o conflito, o que não significa tornar-se um
`vegetal´!
Mas vós tendes de compreender o desejo, de observar dia por dia o
seu funcionamento, e observar a interferência do pensamento, o qual acrescenta
ao desejo o elemento `tempo´.
Ao exame e à
compreensão está inerente a disciplina. Vede, senhor! O escutar, o que se está a
dizer requer disciplina, escutar não só verbalmente, mas também interiormente,
profundamente, e sem ser de acordo com nenhum padrão.
O próprio acto de escutar
é disciplina, muito certamente. Não achais?
Assim, quando a mente
compreende a natureza do prazer, do pensamento, do desejo, esse próprio exame
acompanha-se de disciplina.
Por conseguinte, não há nenhum problema de ceder,
de não-ceder, de dever, de não-dever, tudo isso desaparece.
Por exemplo: uma certa
comida vos causa `dor de barriga´; se o prazer do paladar é maior do que a dor
de barriga, continuais a comê-la, e constantemente dizeis: `Não devo comê-la´,
o que é uma maneira de bater em vós mesmos, pois continuais a comê-la. Mas,
quando a dor se torna mais intensa, começais então a prestar atenção ao que
comeis.
Mas, se tivésseis prestado atenção desde a primeira vez que sentistes a
dor, não teria havido a necessidade de passardes por esse conflito entre a dor
e o prazer.
O que estivemos a
dizer leva-nos a um certo ponto, ou seja: cada um de nós deve ser a luz de si
próprio.
Nós não o somos, porque dependemos de outros. Enquanto escutais,
estais a contar que o orador vos diga o que deveis fazer.
Mas, se estais a
escutar com atenção, o orador não vos está a dizer o que deveis fazer; ele vos
está a pedir que examineis, vos está a mostrar como examinar e o que o exame
implica.
Mediante cuidadoso exame vos libertais de toda a dependência e sois a
luz de vós mesmos.
E isso significa que estais completamente só.
Nós não estamos sós.
Estamos aprisionados, isolados.
Sois o resultado de tantos séculos de cultura,
propaganda, influência, clima, alimentação, trajos, o que outros disseram, o
que não disseram etc, etc.; por conseguinte, não estais só. Sois um resultado.
E, para serdes a luz de vós mesmos, tendes de estar só.
Uma vez que tenhais
rejeitado toda a estrutura psicológica da sociedade, do prazer, do conflito,
estais só!
E essa solidão não é
uma coisa temível, uma coisa dolorosa.
Só quando há isolamento, há dor, há
ansiedade, há medo.
A solidão é coisa totalmente diversa, porque só a mente que
está só não é influenciável.
Isso significa que ela compreendeu o princípio do
prazer, e por conseguinte, nada pode atingi-la, nada.
Nem lisonja, nem fama,
nem capacidade, nem talento, nada pode atingi-la. E essa solidão é essencial.
Quando olhais
atentamente o pôr-do-sol, estais só, não?
A beleza está sempre
só (não no estúpido sentido de isolamento).
Tal é a excelência da mente que sobrelevou
a propaganda, os gostos e aversões pessoais, e deixou de funcionar na base do
prazer.
Só na solidão pode a mente perceber a beleza.
Alcança esse
extraordinário estado quando deixou de ser influenciada, e por conseguinte, se
libertou do condicionamento ambiente, do condicionamento da tradição, etc.
Só
então, nessa solidão, pode a mente aplicar-se a observar o silêncio.
Porque só
no silêncio podeis ouvir o piar daquelas corujas. Se ficardes a palrar com os
vossos problemas, nunca o ouvireis.
Em virtude do silêncio, ouvis.
Em virtude
do silêncio, agis.
E acção é vida.”
Jiddu Krishnamurti
"Viagem por um mar desconhecido"
In fact, men have finally succeeded in converting all that the human mind may lie about and belie into something more comprehensible than truth, and this prevails all over the world.
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