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domingo, 10 de abril de 2016

Real peace...








Nothing
can bring you peace 
but yourself


Ralph Waldo Emerson







Peace is not the outcome of reason; and yet, as you will see if you observe them, the organized religions are caught up in this pursuit of peace through the mind. 


Real peace is as creative and as pure as war is destructive; and, to find that peace, one must understand beauty. 

That is why it is important, while we are very young, to have beauty about us: the beauty of buildings that have proper proportions, the beauty of cleanliness, of quiet talk among the elders. 

In understanding what beauty is, we shall know love, for the understanding of beauty is the peace of the heart.



Jiddu Krishnamurti
“Life Ahead, Individual and Society”








Real
peace...











A história nega as coisas certas. Há períodos de ordem em que tudo é vil e períodos de desordem em que tudo é alto. 

As decadências são férteis em virilidade mental; as épocas de força em fraqueza do espírito. 

Tudo se mistura e se cruza, e não há verdade senão no supô-la.
Tantos nobres ideais caídos entre o estrume, tantas ânsias verdadeiras extraviadas entre o enxurro!


Para mim são iguais, deuses ou homens, na confusão prolixa do destino incerto.



Desfilam-me, neste quarto andar incógnito, em sucessões de sonhos, e não são mais para mim do que foram para os que acreditaram neles.


Manipansos dos negros de olhos incertos e espantados, deuses-bichos dos selvagens de sertões emaranhados, símbolos figurados de egípcios, claras divindades gregas, hirtos deuses romanos, Mitra senhor do Sol e da emoção, Jesus senhor da consequência e da caridade, critérios vários do mesmo Cristo, santos novos deuses das novas vilas, todos desfilam, todos, na marcha fúnebre (romaria ou enterro) do erro e da ilusão. 

Marcham todos, e atrás deles marcham, sombras vazias, os sonhos que, por serem sombras no chão, os piores sonhadores julgam que estão assentes sobre a terra, pobres conceitos sem alma nem figura, Liberdade, Humanidade, Felicidade, o Futuro Melhor, a Ciência Social, e arrastam-se na solidão da treva como folhas movidas um pouco para a frente por uma cauda de manto régio que houvesse sido roubado por mendigos.




Fernando Pessoa
"Livro do desassossego"












Para ter paz, a mente deve estar totalmente `descondicionada´. É necessário compreender isso, mas não superficialmente como uma garantia da nossa segurança e do nosso depósito no banco. 



A paz é um estado do espírito e não o desenvolvimento de monstruosos meios de mútua destruição, para em seguida, manter-se a paz pelo terror. Não é essa a paz a que me refiro. 


Ter a verdadeira paz no mundo, é sermos capazes de viver como entes felizes, criadores, sem medo, sem que a nossa segurança dependa de nenhum pensamento, ou maneira determinada de viver. 


Para ter a paz, a mente sem dúvida deve estar totalmente livre de condicionamento, quer externamente imposto, quer interiormente cultivado.


E pode a vossa mente, que está condicionada, porque todas as mentes estão condicionadas, pode a vossa mente libertar-se dos seus próprios efeitos, dos seus próprios desejos, do seu próprio estado condicionado?


O problema, por conseguinte, é este: Existe uma parte da mente que não esteja condicionada e possa assumir o controle e governar ou destruir a mente condicionada? 

Ou estará a mente totalmente condicionada, sempre e sempre, e portanto incapacitada de agir sobre si mesma? 


Se a mente compreender que não pode actuar sobre si mesma, não ficará ela totalmente tranquila, sem fazer nenhum movimento em relação ao seu próprio condicionamento?

Para a maioria de nós isso implica estar em liberdade em relação a alguma coisa. Estar em liberdade em relação a uma coisa é oferecer resistência a essa coisa, e isso não é liberdade. 


Não estou a falar da liberdade em relação a uma coisa, mas sim do ser livre. 



Ser livre não é `tornar-se livre”, ser pacífico não é `tornar-se pacífico´. Não há um progresso gradual para a liberdade, para a paz. 

Ou somos pacíficos ou não somos pacíficos; e o que queremos averiguar é se a mente que está condicionada há séculos, há gerações e gerações, se essa mente é capaz de libertar-se.


Ora, por certo, ela só pode ser livre quando não há acção da vontade, quando compreende que está condicionada e nenhum esforço faz para libertar-se do seu condicionamento. 


Quando a minha mente sabe que a sua maneira de pensar é oriental, o que quer que isso signifique, ao compreender isso plenamente, passará ela então a pensar pelo padrão ocidental, que é outra forma de condicionamento, ou deixará de pensar segundo qualquer padrão, sendo portanto livre para pensar?




Jiddu Krishnamurti
"Viver sem temor"








All my heart weeps for
Is a cottage left
By some one before
Time into space crept,
A small cottage left
Near a silent shore.

There the constant waves
Murmur like vain rest.
There the soft raves
Like a soul possessed
Of rest that not saves.

There the shore‑winds breathe
Possibilities
Of less cares than wreathe
Round our lives their cries
From up and beneath.

Where that cottage is
Rests with wishing it.
Is therewhere is bliss?
No, nor does bliss fit
Into that strange place.

Why desire it then?
Ah, it's different
From the homes of men.
There perhaps are blent
Dreams and what we ken.

There at least alone,
Alone by the sea,
We shall cease to moan...
To moan need not be
Where we are alone...

These are words. Let sleep
Close our eyes to find
That small cottage, deep
In Farness. We are blind
And life is to weep.


Fernando Pessoa











t.








































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