" We won't understand a thing about human life if we persist in avoiding the most obvious fact: that a reality no longer is what it was when it was;
it cannot be reconstructed.
Even the most voluminous archives cannot help."
Milan Kundera
"Ignorance"
Illusory
reality...
“Shams and delusions are esteemed for soundest truths, while reality is
fabulous.
If
men would steadily observe realities only, and not allow themselves to be
deluded, life, to compare it with such things as we know, would be like a fairy
tale and the Arabian Night´s Entertainments.
If we respected only what is
inevitable and has a right to be, music and poetry would resound along the
streets.
When we are unhurried and wise, we perceive that only great and worthy
things have any permanent and absolute existence, that petty fears and petty
pleasures are but the shadow of the reality.
This is always exhilarating and
sublime. By closing the eyes and slumbering, and consenting to be deceived by
shows, men establish and confirm their daily life of routine and habit
everywhere, which still is built on purely illusory foundations.
Children, who play life, discern its true law and relations more clearly than men, who fail to live it worthily, but who think that they are wiser by experience, that is, by failure.
I have read in a hindoo book, that: `there
was a king's son, who, being expelled in infancy from his native city, was
brought up by a forester, and, growing up to maturity in that state, imagined himself
to belong to the barbarous race with which he lived. One of his father's
ministers having discovered him, revealed to him what he was, and the
misconception of his character was removed, and he knew himself to be a prince. So soul´, continues the Hindoo philosopher: `from the circumstances in which
it is placed, mistakes its own character, until the truth is revealed to it by
some holy teacher, and then it knows itself to be Brahme´."
Henry David Thoreau
“Walden”
Marie-Esther |
"Há entre mim e o mundo uma névoa que impede que eu veja as coisas como verdadeiramente são, como são para os outros. Sinto isto."
Fernando Pessoa
Os homens não se
agrupam fraternitariamente senão por oposição.
Sempre nos unimos para nos opormos.
Sempre nos unimos para nos opormos.
Isto é, aliás, um princípio lógico: definir é limitar.
Assim como o
egoísmo e a vaidade são as qualidades determinantes da vida humana, pois o
homem só deveras age para seu proveito ou para suplantar os outros, sendo a
guerra a essência de toda a vida (o que já Heráclito tinha dito), assim o
egoísmo e a vaidade são as qualidades determinantes dos egoísmos espontâneos
chamados nações.
1. Composta de
homens, a sociedade, seja ela em sua essência o que for, manifestará
forçosamente as mesmas qualidades que esses homens.
Em outras palavras, os
homens em conjunto manifestarão as mesmas qualidades que manifestam
individualmente, tirantes aquelas qualidades que estão ligadas à existência de
um organismo físico, o instinto da conservação, o de reprodução, e em
derivação deste segundo, o instinto de família (directa ou indirecta).
2. As qualidades puramente sociais que governam os homens são o egoísmo, a
socialidade e a vaidade.
Por socialidade entendo o instinto gregário; é ela que
ameniza e limita, sem nunca o eliminar nem essencialmente o alterar, o egoísmo,
qualidade primária, que se deriva da própria circunstância de haver um ego.
A
vaidade é a consequência do egoísmo na sua limitação pela socialidade; é a
qualidade social humana mais evidente.
Todo o homem quer ser mais que outro, todo o homem quer brilhar. Variam, com as índoles e as aptidões, as maneiras em que o
homem quer destacar‑se, mas cada um tem a sua vaidade.
3. Seria impossível a existência da sociedade se nela se não reproduzissem
estes fenómenos da vida do indivíduo.
Por isso a sociedade se divide em nações, e não é possível `humanidade´ em
matéria social.
Assim como tem que haver um egoísmo individual, tem que haver
um egoísmo colectivo, é o que se chama o instinto patriótico.
Assim como há
uma vaidade individual, tem que haver uma vaidade colectiva, é o que se chama
imperialismo.
Só não há uma socialidade colectiva...
Fernando Pessoa
Marie-Esther |
t.
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