Páginas

quinta-feira, 28 de abril de 2016

live without conflict...





live without conflict...










live without conflict...












Human beings have lived in this state of conflict as long as human history is known. 


Everything they touch turns into conflict, within and without. 


Either it’s a war between people, or life as a human being is a battlefield within. We all know this constant, everlasting battle, outwardly and inwardly. 

Conflict does produce a certain result by the use of the will, but conflict is never creative. That’s a dangerous word to use; we’ll go into a little later. 


To live, to flower in goodness, there must be peace, not economic peace, the peace between two wars, the peace of politicians negotiating treaties, the peace which the church talks about, or what the organized religions preach, but  peace that one has discovered for oneself. 


It is only in peace that we can flower, can grow, can be, can function. It cannot come into being when there is conflict of any kind,  conscious or unconscious.


Is it possible to live a life without conflict in the modern world, with all the strain, struggle, pressures, and influences in the social structure? 


That is really living, the essence of a mind that is inquiring seriously. 

The question of whether there is God, whether there is truth, whether there is beauty can only come when this is established, when the mind is no longer in conflict.












"Parece estranho que não possamos encontrar uma maneira de viver na qual  não haja conflito, confusão nem desdita, e não ser grande abundância de amor  e de consideração. Lemos livros de pessoas intelectuais que nos dizem como a  sociedade deve ser organizada económica, social e moralmente. Então  recorremos a livros de escritores religiosos e de teólogos com suas ideias  especulativos.

Aparentemente é muito difícil para a maioria de nós
descobrirmos uma forma de vida que seja dinâmica, pacífica, cheia de energia e claridade, sem depender de outros. Supõe-se que somos gente muito amadurecida e sofisticada. Os mais velhos de entre nós, que viveram duas grandes guerras espantosas, revoluções, levantamentos, e toda a forma de infelicidade. 

E apesar disso aqui estamos numa manhã encantadora, a falar de todas estas coisas, a esperar possivelmente que nos digam o que fazer, que nos mostrem uma maneira prática de viver, de seguir a alguém que nos possa oferecer alguma chave para a beleza da vida e a imensidão de algo além da rotina diária.

Pergunto-me e também o podem fazê-lo, por que escutamos os outros. Por que não podemos encontrar claridade por nós mesmos nas nossas próprias mentes e corações, sem distorção alguma, e por que temos que estar recarregados de livros? É que não podemos viver sem perturbações, plenamente, com grande êxtase e realmente em paz? Esse estado de coisas me parece muito estranho na verdade, mas assim é. 


Perguntaram-se alguma vez se é possível viver plenamente, sem esforço nem luta? Estamos-nos a esforçar constantemente por trocar isto, transformar, suprimir isto, aceitar aquilo, por imitar e por seguir certas fórmulas e ideias.
















E não estou seguro de que nos tenhamos perguntado alguma vez se é possível viver sem conflito, não em isolamento intelectual ou de maneira emocional, sentimental, e bem confusa, a não ser viver sem nenhuma classe de esforço absolutamente. 

Porque o esforço, não importa o agradável (ou desagradável), satisfatório ou proveitoso que possa ser, deforma e corrompe a mente. É como uma máquina que está sempre a moer, que nunca funciona brandamente, e que, portanto se desgasta muito em breve. 

Então, se alguém faz a pergunta e acredito que é uma pergunta importante, se for possível viver sem esforço, mas ao mesmo tempo, sem se tornar preguiçoso, solitário, indiferente, falta de sensibilidade, sem se converter num ser humano inactivo.


Toda a nossa vida, desde o momento em que nascemos até que morremos, é uma luta interminável por nos adaptar, trocar ou chegar a ser algo. Esta luta e conflito trazem confusão, insensibilizam a mente, e os nossos corações se tornam
insensíveis.



É possível, portanto não como uma ideia, ou como algo sem esperança, além do nosso alcance, encontrar uma maneira de viver sem conflito, não só no superficial, mas também muito fundo, no assim chamado inconsciente, nas profundidades do nosso próprio ser?





Acima de tudo, pergunta-se por que inventamos os conflitos, sejam prazenteiros ou desagradáveis, e se for possível terminar com eles. Podemos pôr fim a isto e viver uma classe de vida totalmente distinta, com grande energia, claridade, capacidade intelectual, racionalidade, e assim ter um coração pleno de abundante amor no verdadeiro sentido da palavra? 

Acredito que devemos dedicar as nossas mentes e nossos corações a investigar este problema e a nos compenetrar dele completamente.


É óbvio que o conflito existe devido à contradição em nós mesmos, a qual se manifesta exteriormente na sociedade, na actividade do `eu´ e do `não-eu´; quer dizer, o `eu´ com todas as suas ambições, impulsos, empenhos, prazer, ansiedades, ódio, competição e temores, e o `outro´, que é o `não-eu´. 





Existe também a ideia sobre o viver sem conflitos ou sem desejos contraditórios, empenhos e urgências. Se nos dermos conta desta tensão, podemos ver em nós mesmos os puxões das demandas contraditórias, das crenças opostas, das ideias e empenhos.

É esta dualidade, estes desejos opostos com os seus temores e contradições o que origina o conflito. Acredito que isso é bastante claro se o observarmos em nós mesmos. Idêntico padrão se repete uma e outra vez não só na vida diária, mas também no assim chamado viver religioso entre o céu e o inferno, o bom e o mau, o nobre e o ignóbil, o amor e o ódio, etc. 

Se me permite sugeri-lo, peço-lhes, por favor, que não escutem meramente as palavras, mas sim, observem a si mesmos em forma não analítica, usando ao que os fala, como um espelho no
qual se vêem como realmente são, de maneira que, ao olhar nesse espelho, dêem-se conta do funcionamento das suas próprias mentes e corações.


Pode ver-se como toda a forma de divisão, separação ou
contradição, dentro ou fora de nós mesmos, indevidamente engendra conflito entre a violência e a não-violência. 
Dar-nos conta deste estado de coisas tal como é, a realidade, é possível terminar com ele não só no nível superficial da nossa consciência, na nossa vida diária, mas também profundamente nas mesmas raízes do nosso ser, de maneira que não haja contradição, nem demandas ou desejos contrapostos, nem actividade alguma da mente dualista e fragmentária? Agora bem, como vamos fazer isto?



Fabricamos uma ponte entre o `eu´ e o `não-eu´, o `eu´ com todas as suas ambições, impulsos e contradições, e o `não-eu´ que é o ideal, que é a fórmula, o conceito. Estamos sempre a
tratar de construir uma ponte entre o que é, e o que deveria ser. E nisso há contradição e conflito e dessa maneira desperdiçamos todas as nossas energias.





Pode a mente cessar de dividir e ficar completamente com o que é? Existe conflito algum na compreensão do que é?
Gostaria de entrar nesta questão, focando-a de forma diferente, em relação com a liberdade e o temor. 


A maioria de nós desejamos liberdade mesmo que vivamos em actividades egocêntricas e passamos os dias interessados em nós mesmos, nos nossos fracassos e realizações.


Desejamos ser livres, não só no político, o qual é comparativamente fácil excepto no mundo das ditaduras, mas também livres da propaganda religiosa. Qualquer religião, antiga ou moderna, é obra dos propagandistas e, portanto, não é religião absolutamente. 


Quanto mais sérios somos, quanto mais interessados estamos na totalidade do viver, mais liberdade procuramos e mais inquirimos, sem aceitar nem acreditar.





Precisamos ser livres para descobrir se existe a realidade, se existe ou não algo eterno, intemporal. Há esta demanda
extraordinária de liberdade em todas as nossas relações, mas essa liberdade geralmente se converte num processo auto-imolador, e portanto, não há verdadeira liberdade.

Na mesma demanda de liberdade há medo, porque a liberdade pode implicar insegurança total, absoluta, e teme-se em estar completamente inseguro. A insegurança parece uma coisa muito perigosa; todo o menino exige segurança nas suas relações.
E conforme envelhecemos continuamos a exigir segurança
e certeza em todas as nossas relações: com as coisas, com as pessoas e com as ideias.


Essa demanda de segurança engendra indevidamente temor, e ao nos sentirmos atemorizados, dependemos mais e mais das coisas às quais estamos apegados. Portanto, surge esta questão da liberdade e do temor; se for de tudo possível estar livre de temor, não só física, mas também psicologicamente; não só na superfície, mas também nos escuros esconderijos da nossa mente, nos secretos refúgios onde nunca se penetrou. Pode a mente estar completamente livre, de todo o medo? 



É o medo, o que destrói o amor, isto não é uma teoria, é o medo o que engendra ansiedade, apego, desejo de posse, de dominação, ciúmes em todas as relações, e é o medo, o que engendra a violência.






Podemos observar como nas cidades, com as suas populações excessivas e a ponto de explorar, existe grande insegurança, incerteza, medo. Isto contribui com a sua parte à violência. Podemos estar livres de medo, de maneira que quando saírem deste salão, possam caminhar sem sombra alguma dessa
escuridão que o medo produz?


Para compreender o temor temos que examinar não só os temores físicos, mas também a rede complexa dos temores psicológicos. Possivelmente possamos investigar isto. O problema é: como surge o medo, o que o sustenta e lhe dá duração, e se for possível terminar com ele.


É relativamente fácil compreender os temores físicos. Há uma resposta foto-instantânea ao perigo físico, que é a resposta de muitos séculos de condicionamento, porque sem isso não teria havido sobrevivência física e a vida teria terminado. 
Temos que sobreviver fisicamente, e a tradição de milhares de anos diz que devemos tomar cuidado, e a memória diz: `tome cuidado, há perigo, deve actuar imediatamente´. Mas é medo esta resposta física ante o perigo?

Por favor, sigam tudo isto cuidadosamente, porque vamos entrar um pouco muito singelo e, entretanto, complexo, e a menos que lhe emprestem toda a sua atenção, não o compreenderão.

Perguntamos se for medo essa resposta física e sensorial ante o perigo, a qual implica acção imediata. Ou é inteligência e,
portanto, não é medo absolutamente? E é a inteligência uma questão que corresponde ao cultivo da tradição e a memória? 


Se o for por que não funciona completamente, como deve ser, no campo psicológico, onde se está tão terrivelmente temeroso de tantas coisas? Por que essa mesma inteligência que actua quando observamos o perigo, não funciona quando há temores
psicológicos? É essa inteligência física aplicável à natureza psicológica do homem?







Isto é, existem temores de várias classes que todos conhecemos, do medo à morte, à escuridão, ao que a esposa ou o marido possa dizer ou fazer, ou ao que o vizinho ou o chefe possa pensar, todo o tipo de temores. Não vamos detalhar as várias formas de temor; interessa-nos o medo mesmo, não um medo em particular. 

Quando existe temor e nos damos conta disso, há um movimento para escapar dele, seja reprimindo-o, seja fugindo ou evadindo-o mediante várias formas de entretenimento, inclusive os de carácter religioso, ou desdobrando valor, que é resistência ao medo. O escapamento, o entretenimento e o valor, são formas diversas de resistência ao feito real do medo.


Quanto maior é o medo, maior é a resistência a ele, e isso dá origem a uma série de actividades neuróticas.






Há temor e a mente ou o `eu´, diz: `não deve haver temor´, e em consequência há dualidade. Está o `eu´ que é diferente do
temor, que escapa do temor e resiste, que cultiva a energia, que teoriza ou vai ao analista; e está o `não-eu´. O `não-eu´ é temor, e o `eu´ está separado desse temor. 

Desse modo há conflito imediato entre o medo e o `eu´ que está a sobrepor-se ao medo. Existem o observador e o observado. O observado é o medo, e o observador é o `eu´ que deseja desfazer-se desse medo. 

Há, pois, uma oposição, uma contradição, uma separação, e portanto há conflito entre o medo e o `eu´ que deseja desfazer-se desse medo. Estamos a entender?

O problema consiste, pois, neste conflito entre o `não-eu´ do medo e o `eu´ que pensa que é diferente do medo e resiste ou trata de vencê-lo, escapar dele, reprimi-lo ou controlá-lo. Essa divisão dá lugar invariavelmente ao conflito, tal como acontece entre duas nações com os seus exércitos, as suas armadas e os seus governos soberanos separados.


De modo que existem o observador e o observado, o observador que diz: devo desfazer-me desta coisa terrível, devo terminar isto. O observador está sempre a lutar e está num estado de conflito.



Isto se converteu no nosso hábito, na nossa tradição, no nosso condicionamento. E o romper qualquer classe de hábito é uma das coisas mais difíceis, porque nós gostamos de viver em hábitos, tais como o fumar, o beber, ou os hábitos sexuais e os
psicológicos. Igualmente ocorre com as nações, os governos soberanos, que falam de `meu país e o seu país´, `meu Deus e o seu Deus´, `minha crença e a sua crença´. 



Por tradição combatemos e resistimos o temor, e assim
incrementamos o conflito e avivamos até mais o medo.





Se isto estiver claro, podemos então dar o seguinte passo que é: existe alguma diferença real entre o observador e o observado, neste caso específico? 
observador pensa que é diferente do observado, o que é o medo. Há alguma diferença entre ele e a coisa que observa, ou são ambos o mesmo? É óbvio que ambos são a mesma coisa.

O observador é o observado, e se surgir algo totalmente novo, então não há observador absolutamente. Mas dado que o
observador reconhece a sua reacção como medo, ao qual conheceu previamente, esta divisão existe. 

E conforme aprofundamos mais e mais no assunto, como espero que estejam a fazer agora, descobrimos por nós mesmos que o observador e o observado são essencialmente o mesmo. 

Portanto, se forem o mesmo, que dá por eliminada a contradição, o `eu´ e o `não-eu´, e com eles também se elimina totalmente toda a classe de esforço. Mas isto não significa que alguém aceita o medo ou se identifica com ele.

Existem o medo, a coisa observada e o observador que é parte desse medo. O que vamos fazer, pois? (Estão a trabalhar tão duro como o que os fala? Se meramente escutarem as palavras, então temo que não resolverão a fundo esta questão do medo).


Existe só o medo, e não o observador que o observa, porque o observador é o medo. Aqui ocorrem várias coisas. Primeiro, o que é o medo e como surge? Não estamos a falar dos resultados do medo, ou da causa do medo, ou de como o medo obscurece a nossa vida com a sua desdita e fealdade. 


Estamos a indagar o que é o medo e como surge. Devemos analisar o medo continuamente para descobrir as suas intermináveis causas? Porque quando começam a analisar, o analisador tem que estar extraordinariamente livre de todo o prejuízo e condicionamento; tem que olhar, que observar. 
De outra maneira, se existir algum tipo de julgamento, esse aumenta quanto mais se continuar a analisar.

Portanto, o analisar para pôr fim ao medo não termina com ele. Espero que haja alguns analistas aqui! Porque ao descobrir a causa do medo e actuar sobre tal descobrimento, a causa volta ao efeito, e o efeito volta à causa.

Começa-se com o efeito e se actua sobre esse efeito para encontrar a causa; então o descobrir a causa e actuar de acordo com ela passa a ser a seguinte etapa. Ambos, causa e efeito, convertem-se assim numa cadeia interminável. Se descartarmos a compreensão da causa do temor e a análise do temor, então, o que terá que fazer?

Sabem, isto não é um entretenimento, mas há grande júbilo em
descobrir e em compreender tudo isto. O que faz que surja o medo, pois? 

tempo e o pensamento criam o medo o tempo como ontem, hoje e amanhã; existe o medo de que algo poderá ocorrer amanhã: a perda do emprego, a morte, o facto de que a esposa ou o marido possam me deixar, de que a enfermidade e a dor que experimentei faz alguns dias se repitam. Aí é onde o
tempo intervém. O tempo, que envolve o que o vizinho possa dizer de mim a manhã, ou o tempo de até agora, de algo
encoberto que fiz há muitos anos atrás.


O tempo como medo de que não se realizem alguns desejos profundos e secretos. De maneira que o tempo forma parte do temor, o temor à morte que chega no final da vida ou que pode estar à espera à volta de uma esquina; e por isso tenho medo.







Assim, o tempo envolve o medo e o pensamento. Não existe o tempo se não existir o pensamento. O pensar no que ocorreu ontem, e o temer que volte a repetir-se amanhã, é o que produz tanto o tempo como o medo.

Por favor, observem isto, olhem-no em si mesmos, não aceitem nem resistam a nada, escutem mas descubram isso por si mesmos, a verdade disto; não se detenham meramente nas palavras para dizer se estão ou não estão de acordo; sigam adiante. Para encontrar a verdade, requer-se sensibilidade, paixão por descobrir, e uma grande energia.


Então descobrirão que o pensamento engendra o medo; o pensar no passado ou no futuro, sendo o futuro o seguinte minuto, ou o seguinte dia, ou dez anos depois, o pensar a respeito disso faz disso um acontecimento. E o pensar num acontecimento que foi prazenteiro ontem, mantém e dá continuidade a esse prazer, não
importa que esse prazer seja sexual, sensorial, intelectual ou psicológico. O pensar a respeito disso e construir uma imagem, como faz a maioria, confere a esse acontecimento passado uma continuidade através do pensar, e isso engendra mais prazer.






O pensamento engendra medo e também prazer; ambos criam o tempo. De maneira que o pensamento engendra essa moeda de duas caras do prazer e da dor, que é o medo. O que terá que fazer então? Rendemos culto ao pensamento, o qual se tornou tão extraordinariamente importante, que pensamos que quanto mais engenhoso é, melhor é. No mundo dos negócios, no mundo religioso, ou no mundo da família, o intelectual sente prazer com o uso do pensamento, essa moeda de duas caras, essa grinalda de palavras.


Como honramos às pessoas que são intelectual e verbalmente hábeis no seu modo de pensar! Mas o pensamento é responsável pelo temor e do que chamamos prazer.



Não dizemos que não devêssemos ter prazer. Não somos puritanos, tratamos de compreendê-lo, e na mesma compreensão de todo este processo, o medo cessa. Então verão que o prazer é algo completamente diferente.







(Examinaremos isto se tivermos tempo). O pensamento é, portanto
responsável por esta agonia: um lado é agonia e o outro lado é prazer e a sua continuidade; a urgência de prazer e a sua perseguição, em todas as formas, incluindo a religiosa. O que deve fazer, então, o pensamento? Pode terminar?

É essa a pergunta correcta? E quem vai terminar com ele?
É o `eu´, que não é pensamento? Mas o `eu´ é resultado do pensamento. E assim se repete o mesmo velho problema; o `eu´ e o `não-eu´ que é o observador que diz: Se só pudesse pôr fim ao pensamento, então poderia desfrutar de uma vida distinta!


Mas existe unicamente o pensamento, e não o observador que diz:`desejo que o pensamento termine´, porque o observador é o produto do pensamento. E, como surge o pensamento? 

Podemos ver muito facilmente que é a resposta da memória, da experiência e o conhecimento todo, o qual é o cérebro, depósito da memória. Quando lhe perguntamos algo, responde com uma reacção que é memória e reconhecimento. O cérebro é o resultado de milénios de evolução e condicionamento, o pensamento é sempre velho, nunca é livre; é a resposta de
todo o condicionamento.






O que temos de fazer? Quando o pensamento se dá conta de que não pode fazer nada com o medo porque ele cria o medo, então surge o silêncio; então há uma negação completa de qualquer movimento que engendre temor.


Portanto, a mente, incluindo o cérebro, observa todo esse fenómeno do hábito, da contradição e luta entre o `eu´ e o `não-eu´. E compreende que o observador é o observado. 
E vendo que o medo não pode ser meramente analisado e descartado, mas sim sempre estará ali, a mente também vê que a
análise não é o caminho. Então pergunta-se: qual é a origem do temor? Como surge?


Dissemos que é engendrado pelo tempo e o pensamento. O pensamento é a resposta da memória, e o pensamento cria o medo. Também dissemos que o medo não pode cessar mediante o mero domínio ou repressão do pensamento, ou tentar transmutar o pensamento, ou nos agradar em todas as muletas que jogamos a nós mesmos. Ao dar-se conta de todo este padrão, e ao ver tudo isto por si mesmo, o próprio pensamento diz: estarei quieto a verificar, sem repressão alguma. Estarei silencioso.



Assim o medo chega ao seu fim, no qual significa o afastamento do sofrimento e a compreensão de nós mesmos, o conhecimento de si mesmo. Sem este conhecimento não há fim para a dor e o medo. Só uma mente que está livre de medo, essa pode enfrentar a realidade."








Jiddu Krishnamurti
"O vôo da águia"













t.





































0 comentários:

Enviar um comentário