“Human
beings have lived in this state of conflict as long as human history is known.
Everything they touch turns into conflict, within and without.
Either it’s a
war between people, or life as a human being is a battlefield within.
We all
know this constant, everlasting battle, outwardly and inwardly.
Conflict does
produce a certain result by the use of the will, but conflict is never
creative.
That’s a dangerous word to use; we’ll go into a little later.
To
live, to flower in goodness, there must be peace, not economic peace, the peace
between two wars, the peace of politicians negotiating treaties, the peace
which the church talks about, or what the organized religions preach, but
peace that one has discovered for oneself.
It is only in peace that we can flower,
can grow, can be, can function.
It cannot come into being when there is
conflict of any kind, conscious or unconscious.
Is it possible to live a life without conflict in the modern world, with all the strain, struggle, pressures, and influences in the social structure?
That is really living—the essence of a mind that is inquiring seriously.
The
question of whether there is God, whether there is truth, whether there is
beauty can only come when this is established, when the mind is no longer in conflict.”
Jiddu Krishnamurti
"Pensais
que a paz é uma coisa que se alcança, que se obtém, como um resultado, uma
recompensa?
Ou a paz nasce quando compreendemos os vários factores produtivos
de perturbação?
É como
um homem que está cheio de ódio, desejar amor. Poderá ele `praticar´ o amor;
isso porém, nada significa.
Se
compreendemos integralmente o processo do ódio e do amor, então, talvez, possa
nascer o amor.
Mas,
como deveis saber, a dificuldade está em que desejamos encontrar a paz, embora
sejamos violentos.
Queremos encontrar o amor, enquanto estamos a semear o
antagonismo e o ódio.
Quando há temor nos nossos corações, nós, sem
compreendermos esse temor, sem compreendermos o que significa esta perturbação,
fugimos dela, a fim de acharmos a paz, e por isso, existe a dualidade em nós.
O
problema, pois, não é de como alcançar a paz, mas sim, de saber o que é que nos
está a impedir de compreender as causas geradoras da perturbação, do caos, do
sofrimento, da luta, da dor, existentes em nós e fora de nós.
Decerto, se
pudermos compreendê-las, haverá paz e não teremos de procurá-la. Se buscamos a
paz, estamos a fugir do que é. Na compreensão do que é, do Real, há paz.
Vêde,
por favor, que isto não é uma teoria.
Se realmente examinarmos este problema de `o porque´ a mente está perturbada, e se o compreendermos, então, sem gerarmos
nenhuma `acção esquizofrénica´, nenhum processo dual, nenhum conflito interior,
encontraremos a paz.
A paz não é resultado da disciplina; a paz de espírito não
se realiza por via da compulsão ou do exercício, sob qualquer forma, porque
isso impõe uma limitação à mente.
A mente
pequena não pode ter a paz. A mente pequena, que pratica várias formas de
disciplina, que procura a paz, jamais a encontrará. Poderá achar alguma espécie
de consolação, de satisfação, mas isso não é a paz.
O
importante, pois, é que se compreenda por que razão a mente está sujeita a ser
perturbada. O que é esta perturbação?
Basicamente, fundamentalmente, não surge
quando existe o impulso constante para sermos alguma coisa, o desejo de
resultado, o desejo de auto-melhoramento, o desejo de realizar uma certa acção
nobre?
Enquanto
o indivíduo estiver a ser impelido pelo espírito de competição, pela ambição,
tem de haver conflito.
Sem começarmos com o que está perto, queremos chegar longe; mas só podemos ir longe, se começarmos com o que está muito perto de nós.
E começar com o que
está perto significa estar liberto da ambição, do desejo de ser algo, do desejo
de ser bem sucedido na vida, célebre, famoso... uma dúzia de coisas, todas as
que denunciam o `eu´, o `ego´.
Enquanto
o `ego´ existir, tem de haver perturbação; e se o `ego´ busca a paz, a sua paz
é o resultado, o oposto de uma perturbação, e por conseguinte, não é paz,
absolutamente.
Se se
perceber bem isso, se não ficarmos simplesmente a escutar, mas também a
experimentar, então a paz surgirá.
Mas, para tanto, se requer muito
percebimento, muita vigilância, uma vigilância em que não haja escolha de
espécie alguma; porque, se escolheis, estais então de novo imerso no processo
de adquirir, de alcançar.
O que é
importante, sem. dúvida, não é que se procure a paz, que se ande atrás de
swamis e iogues, dos instrutores à moda oriental, mas que descubramos por nós
mesmos como a nossa mente está a funcionar e como somos ambiciosos.
Podeis
não ser ambicioso pessoalmente, mas podeis ser ambicioso no interesse de um
grupo, de uma nação, do partido a que pertenceis, ou de uma ideia.
Tendo sido
mal-sucedidos neste mundo, quereis ser bem-sucedidos noutro mundo.
Assim,
pois, enquanto existir qualquer movimento da parte do `eu´, tem de haver
perturbação, e nunca haverá paz."
Jiddu Krishnamurti
"Viver sem temor"
t.
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