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“Mas que papel
tem o pensamento?”
Quereis dizer que papel tem o
pensamento na acção?
Se a ideia exerce alguma função na acção?
A ideia se torna um factor na acção,
a fim de modificá-la, controlá-la,
moldá-la, a ideia porém, não é
acção.
A ideia, a crença, é uma protecção
contra a acção, o seu papel
é de controlador, já que esta modifica
e dá forma à acção.
A ideia é o padrão para a acção.
“Pode haver acção sem padrão?”
Não, se se procura um resultado.
A acção dirigida para um alvo predeterminado
não é acção, absolutamente, mas sim ajustamento à crença, à ideia.
Se é o ajustamento que se busca, nesse
caso o pensamento, a ideia, tem a sua função.
A função do pensamento é a de criar um
padrão para a chamada acção, quer dizer, matar a acção.
O que interessa à maioria de nós é
matar a acção, e a ideia, a crenca, o dogma, nos ajudam a destrui-la.
A acção subentende inseguranca, vulnerabilidade
ao desconhecido, e o pensamento, a crença, que é o conhecido, constitui um
eficaz obstáculo ao desconhecido.
O pensamento jamais pode penetrar no
desconhecido, tem de cessar, para que possa surgir o desconhecido.
A acção do desconhecido está além da
acção do pensamento, e o pensamento, percebendo isso, apega-se ao conhecido,
consciente ou inconscientemente.
O conhecido está sempre reagindo ao
desconhecido, ao desafio, e dessa reacção inadequada nasce conflito, confusão, sofrimento.
Só quando o conhecido, a ideia, deixa
de existir, só então pode manifestar-se a acção do desconhecido, que é imensurável.
Jiddu Krishnamurti
“Comentários
sobre o viver”
Tito Colaço
VI _ XII _ MMXIV
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