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sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Intelligence in your life...


















Intelligence 
in your life...










































“Torno a dizer que não tenho discípulos.
Cada um de vós será um discípulo da Verdade se compreender a Verdade e não seguir indivíduos…
A única maneira de alcançarmos a Verdade é tornarmo-nos discípulos da própria Verdade, sem mediadores…
A Verdade não dá esperança, dá compreensão…
Não há compreensão no culto de personalidades…
Continuo a afirmar que todas as cerimónias são desnecessárias ao crescimento espiritual …
Digo que um homem que compreende pode atingir a libertação em qualquer estágio da evolução, e que adorar estágios, como vós o fazeis, não é essencial…
Não me citeis depois como autoridade.
Recuso-me a servir-vos de muleta.
Não serei trazido numa gaiola para a vossa adoração.
Quando levais o ar fresco da montanha para um quartinho e ali o encerrais, desaparece o frescor desse ar, que se estagna…
Por eu ser livre, por eu haver encontrado a Verdade, que não tem limites, que não tem começo nem fim, não serei condicionado por vós…
Eu nunca disse que Deus não existe. Eu disse que Deus só existe manifestado em vós…
Mas não usarei a palavra Deus. Prefiro chamar-lhe Vida…
Não me interessam sociedades, nem religiões, nem dogmas, mas me interessa a vida, porque eu sou a Vida…
Amigos, não vos preocupeis com o que sou, nunca o sabereis…
Se eu disser que sou o Cristo, criareis outra autoridade.
Se eu disser que não o sou, também criareis outra autoridade.
Cuidais, acaso, que a Verdade tenha alguma relação com o que pensais que sou?
Não estais preocupados com a Verdade, estais preocupados com o vaso que contém a Verdade.
Não quereis beber as águas, mas quereis saber quem afeiçoou o vaso que contém as águas…
Bebei a água se estiver limpa: eu vos digo que tenho essa água limpa, tenho o bálsamo que purificará, que curará grandemente, e vós me perguntais: Quem és tu?
Eu sou todas as coisas porque sou a Vida…
Muitos milhares de pessoas têm vindo a estes acampamentos, e o que não fariam eles no mundo se todos compreendessem?
Mudariam a face do amanhã.” 




 Jiddu Krishnamurti




















Que julgais
ser a ''inteligência'' ?




Não citeis o que vem no dicionário, ou o que foi dito pelo vosso mestre ou vosso livro.
Deixai tudo isso de parte e pensai, tentai descobrir o que é inteligência.
Não o que disse Buda, Sankara, Shakespeare, Tennyson, Spencer, ou outro qualquer, mas que pensais vós que é inteligência?
Estais vendo como no momento em que se vos pede que não sigais a costumada linha de pensamento, ficais como que atordoados?
Por exemplo, um homem que lê Sankara, ou a filosofia comunista, ou outra autoridade qualquer, vos dirá prontamente o que é inteligência, citando as palavras de outro.
Se se vos pede, porém, que não citeis, que não repitais o que outro pensa, que não tireis simplesmente do dicionário a definição de ''inteligência'', logo ficais desorientados, não é verdade?
Sabeis o que é ''inteligência''?
Que pensais que é inteligência?
Este é um problema muito complexo, pois não?
É muito difícil dizer em poucas palavras o que é inteligência.
Investiguemos o que é inteligência.
Quem tem medo da opinião pública, medo do mestre, medo do que ''os outros'' digam, medo de perder um emprego, de ser reprovado num exame, não é inteligente, a mente que tem medo, não é inteligente.
Que dizeis a isso?
Está muito difícil?
Se tenho medo dos meus pais, medo de que me ralhem, que façam isso ou aquilo, sou inteligente?
Eu me comporto, actuo e penso de acordo com eles, porque tenho medo de pensar livremente, de pensar independentemente, de pôr em acção o que penso.
Por conseguinte, o medo está a me impedir de ser o que sou. Estou sempre copiando, sempre a seguir outras pessoas e a tentar fazer o que elas me mandam fazer, porque tenho medo.
Assim, pois, a mente que tem a tendência de imitar, de copiar, porque tem medo, não é inteligente, é? Que achais?
Não é função da educação ajudar os estudantes a compreender estes temores, mostrar-vos como tendes medo dos vossos mestres, dos vossos pais, de maneira que não possais dizer: "como estou assustado, farei o que entender", o que é igualmente estúpido?!
A educação deve ajudar-nos a compreender estes temores e a viver livres deles.
Isso é dificílimo, pois requer muita penetração, muita compreensão e exame. Sabeis o que significa "degelar'': quando faz muito frio, há congelamento, e quando o sol aparece, o gelo começa a derreter-se. Nesta manhã todos nos sentimos congelados, pois não nos conhecemos mutuamente.
Vós vos sentis um tanto nervosos, porque tendes medo de fazer alguma pergunta de que possais envergonhar-vos, alguma pergunta que os vossos mestres reprovem, ou por sentirdes receio dos vossos próprios colegas.
Tudo isso vos está a impedir de "descongelar-vos", de vos sentirdes naturais, espontâneos, à vontade, para perguntardes o que quiserdes.
Não tenho dúvida de que dentro de vós, fervilham perguntas, que não ousais fazer, porque vos sentis apreensivos nesta primeira manhã.
Faço votos para que amanhã o sol haja derretido o gelo e possamos fazer perguntas uns aos outros.




Jiddu Krishnamurti
 Debates sobre educação com alunos e professores em Banaras, Índia, 4 de janeiro de 1954 



































































Tito Colaço
XIX _ XII _ MMXIV
























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